Quando se adota um animal de um abrigo, ou mesmo se resgata o bichinho das ruas, nem sempre são filhotes e, na maioria das vezes, não dá para saber com exatidão qual é a idade daquele animal, porém, é possível sim ter uma ideia aproximada de quanto tempo ele já está por aqui e até mesmo se ele cresceu nas ruas ou veio a ser abandonado.
O método mais comum é por meio da dentição. Ao observar as condições e quantidade de dentes na boca do animal se pode ter uma boa ideia de quantos anos ele tem.
Para os cães, quanto mais brancos, menor tende a ser a idade do animal. É o que explica a médica veterinária Letícia Tortola, ao Canal do Pet : “Aos dois meses, um cão filhote tem 28 dentes de leite. Eles cairão por volta dos três meses de idade. Em torno de sete meses, o filhote terá um conjunto completo de dentes, 42 ao todo”.
Seguindo essa lógica, diz a veterinária, um cachorro com a quantidade menor de dentes será um filhote. Mas não é apenas isso, outros fatores como a quantidade de tártaro ou de placas bacterianas servirão como dicas para identificar a idade, “isso porque são probleminhas mais comuns nos cães adultos”, comenta Letícia.
“Com o passar da idade, ocorre um aumento da formação de tártaro, que deve ser tratado, pois pode causar inflamações e infecções nas gengivas que podem levar à doença periodontal e perda dos dentes”, ela alerta.
A escovação regular dos dentes é a melhor maneira de evitar o acúmulo de placas dentárias que, além de causar mau hálito, a placa dentária também provoca o acúmulo de tártaro, que pode causar uma inflamação dolorosa da gengiva e levar à perda dos dentes.
“Ter seu filhote acostumado a escovar os dentes desde muito cedo contribuirá para uma boa saúde bucal no futuro. A alimentação também desempenha um papel significativo: a composição do alimento (uso de polifosfatos que ajudam a evitar a deposição do tártaro nos dentes) e as características físicas dos croquetes (tamanho, forma, textura) podem ajudar a reduzir a formação da placa dentária ”, pontua a veterinária.
Para saber a idade de um cachorro
- 8 semanas: ainda tem todos os dentes de leite
- 7 meses: ele já tem todos os dentes permanentes, e ainda estão brancos e limpos
- De 1 a 2 anos: os dentes estão mais firmes e os dentes de trás já podem estar ficando amarelados
- De 3 a 5 anos: os dentes podem mostrar sinais de tártaro e de desgaste
- De 5 a 10 anos: os dentes já podem estar bem desgastados e apresentar sinais de doenças
- De 10 a 15 anos: os dentes já estão bem desgastados e o tártaro pode ser visto com sinais mais agressivos. O animal também já pode ter perdido alguns dentes.
Para os gatos, os dentes também são grandes aliados na hora de descobrir a idade do pet. “Se estiver relativamente amarelado e com uma quantidade razoável de tártaro, é provável que ele tenha mais de um ano. Um cuidado bucal proativo também deve ser iniciado quando o gatinho é jovem, podendo prevenir doenças periodontais que se originam da placa dental”, ela explica.
Os felinos também têm até 26 dentes de leite, que caem e são substituídos por 30 dentes permanentes entre os quatro e sete meses de idade.
“Os gatos são considerados filhotes até cerca de 12 meses. Entre um e sete anos de idade, o gato é um adulto considerado jovem, a partir dos sete anos, o processo de envelhecimento se inicia e o gato pode ser considerado um adulto maduro. A partir dos 10 a 12 anos, o processo de envelhecimento se intensifica e os sinais já são visíveis, fase em que consideramos o gato um idoso”, pontua a veterinária, ressaltando que em cada uma dessas fases, é fundamental que o animal receba uma alimentação adequada às suas necessidades nutricionais.
A idade pelos olhos
Letícia explica que os olhos dos animais devem ser brilhantes, úmidos com mucosas em tom rosado e sem presença de qualquer corrimento no canto interno, “o que é considerado um dos indicadores do estado de saúde ”.
“Com o passar da idade, os olhos dos animais podem começar a parecer mais embaçados, velados, cansados, nublados, além da possibilidade de queda na acuidade visual e perda da visão. Idealmente deve-se cuidar dos olhos desde filhote, limpando os olhos com um pequeno pedaço de gaze e um produto de limpeza especialmente formulado, conforme recomendado pelo médico veterinário ”, ela explica.
A veterinária destaca que os olhos dos cães podem ficar mais esbranquiçados a partir dos nove anos de idade e pode ir se intensificando com o passar dos anos, por uma esclerose de cristalino, mas que não causa a cegueira. Porém, é preciso que o tutor fique atento à catarata que, ao contrário do que se pode pensar, não tem relação com a idade e pode causar a perda da visão.
“A causa [da catarata] está relacionada com hereditariedade ou diabetes melitus. Caso o tutor note que os olhos de seu animal estão esbranquiçados, deve levar a uma consulta com o médico veterinário para uma avaliação”, alerta.
Outros métodos para saber a idade do seu pet
Segundo a veterinária, gatos e cães seniores são fáceis de perceber que estão idosos conforme a disposição deles vai diminuindo. “Por meio do comportamento, podemos ter alguns sinais: observar se o pet é mais preguiçoso e quieto, por exemplo”, explica.
Contudo, Letícia alerta que qualquer animal que se movimente menos, se mostre menos atento ou demasiado calmo, deve ser levado ao médico veterinário para ser examinado. “pois é essencial diferenciar a evolução aceitável do envelhecimento de uma incapacidade imposta por uma deficiência orgânica”, orienta.
A pelagem do animal também pode ajudar a ter uma noção aproximada de sua idade, já que ela não é a mesma de quando ele era filhote. Isso porque, ela explica, quanto mais novos, mais macios e brilhantes são os pelos e, com o passar da idade, os animais começam a apresentar pelos mais brancos por boa parte do corpo, principalmente na região do focinho.
“Com o passar da idade a pelagem pode se tornar mais opaca e com menos vida. O pelo fica mais branco e a pele perde a flexibilidade, tornando-se mais frágil”, aponta, ressaltando mais uma vez a importância de uma alimentação adequada para cada fase específica do animal.
Isso se deve porque, na fase final da vida, tal como em outro período, qualquer erro alimentar acelera o processo de envelhecimento do animal.
“Assim, o alimento fornecido ao cão deve ser de qualidade, completo e balanceado, com quantidade controlada para prevenir a obesidade. Alguns alimentos são especialmente formulados para suprir as necessidades do pet em função do seu tamanho e fase de vida, sendo vantajoso para assegurar um melhor fornecimento das necessidades particulares de cada animal”, explica.
Para não ter erro
Ainda que o próprio tutor possa observar o pet em casa e ter uma ideia aproximada de qual é a idade do animal, é importante que se leve o pet ao médico veterinário para que ocorra uma checagem exata da idade. O profissional poderá fazer uma análise completa, desde os ossos, juntas, músculos e até órgãos internos do animal.
“Tanto o gato como o cão, filhote ou adulto, precisam de uma avaliação preventiva e tratamento adequado correspondente à sua idade”, completa.
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