O Yakutian Laika é uma antiga raça nativa do Nordeste da Rússia , e foi originalmente criadas pelos povos aborígenes. Os cãoes eram utilizados como animais de corrida, de tração (para puxar trenós) e para caça.
As pessoas da região já utilizavam cães semelhantes para essas funções há mais de 8 mil anos, de acordo com algumas descobertas arqueológicas. As referências mais antigas ao Yakutian Laike na região, no entanto, datam de 1633.
Já em 1692, o ex-prefeito de Amsterdã, Nicolaes Cornelisz Witsen, mencionou a raça no livro Tartária do Norte e Leste, em um relato intitulado “Como Yakutians viajam no inverno”.
Em 1856, de acordo com o livro “Tabelas estatísticas do Império Russo”, havia cerca de 15 mil cães da raça na região, que eram usados para trabalhos de trenó. Em 1958 foi estabelecido o primeiro padrão para o Cão de Trenó do Nordeste, que se tornou base para o padrão do Yakutian Laika, publicado em 2005 pela Federação Cinológica Russa.
Por muitos séculos esses cães foram usados para a caça, pastoreio de rebanhos, guarda de residências e para o transporte de mercadorias. Com o tempo, a versatilidade da raça a tornou também muito querida como animal de estimação na Rússia e ao redor do mundo.
A raça faz parte do grupo 5 de raças da Federação Cinológica Internacional . Seu padrão foi publicado em 2019 e é aceito pela Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC).
Características físicas e comportamentais
O padrão oficial da raça descreve o Yakutian Laika como “um cão de tamanho médio, forte, compacto, bem musculoso, com pernas moderadamente longas e pele grossa sem sinais de frouxidão”.
A pelagem do cão é bem desenvolvida para suportar temperaturas mais frias. Os machos são mais robustos e fortes do que as fêmeas. Os olhos podem ser marrons, azuis ou mesmo um olho de cada cor, o que é conhecido como heterocromia .
Pálpebras são delgadas, finas, bem ajustadas e pigmentadas com a mesma cor da trufa. Pálpebras despigmentadas são permitidas sobre um fundo branco. As orelhas têm formato triangular, inseridas altas, largas na base, grossas, eretas ou semieretas. Orelhas são recobertas por uma pelagem curta e grossa.
O Yakutian é um cão amigável e sociável, pode ser bastante sentimental e não lidar muito bem quando o tutor chama sua atenção. Como uma raça muito ativa, necessita de espaço para correr e brinquedos para que possa se entreter enquanto estiver sozinho.
Problemas de saúde
A raça é geralmente saudável, mas pode sofrer com problemas como dilatação gástrica , displasia de cotovelo e coxofemoral . Doenças comuns em animais de grande porte.
Silvio Guilarducci é tutor de um simpático Yakutian Laika chamado Loki, de 1 ano e 5 meses que, apesar de ser do grupo primitivo como diz o tutor, é um cão dócil, carinhoso e muito tranquilo.
“Quando chega alguém em casa, ele vai lá, cheira e brinca. Ele gosta de lamber e gosta de interagir com os outros cães também. No geral, ele não é um cachorro de latir muito e gosta de ficar sossegado no cantinho dele”, diz Silvio, que brinca: “Se você descuidar, dá até para esquecer que tem cachorro em casa.”
Loki é o primeiro cão da raça Yakutian Laika que Silvio teve contato, ele conta que o cãozinho foi uma indicação da proprietária de um canil, de quem ele já havia adquirido três cães da raça Malamute do Alasca .
“Ela [que criava cães Malamute] optou por criar Yakutian por questões de saúde, provavelmente por ser uma raça mais tranquila de se lidar no dia a dia”, diz o tutor, que alerta que a raça não é para qualquer tipo de residência. “É uma raça de porte médio. O Loki hoje pesa 28 kg, então é um cão que precisa de espaço.”
Silvio conta que viu Loki em um vídeo no Instagram quando o pet ainda era um filhote, e o cãozinho acabou entrando para a família como um presente: “a dona do canil o deu de presente para a minha esposa”.
Passeios e atividades com os pets
Silvio Guilarducci costuma levar seus cães para passear diariamente, inclusive em ambientes públicos, para que os animais possam socializar. Algo que ele reforça ser sua preocupação desde que os pets eram filhotes.
Além do Yakutian, Silvio é tutor de três Malamute, um Bernese Montanhês , um Samoieda e um Terra-Nova — todos cães naturais de regiões frias. “Por conta do calor, eles costumam ficar mais tempo no ar-condicionado , que fica ligado quase 24 horas por dia”, afirma o tutor, que mora em uma chácara.
Convivência
Silvio conta que a convivência do Yakutian Laika com outros cães é boa, mas ressalta que Loki não tem nenhum costume com outros pets, como gatos, e que em sua chacará costuma aparecer animais silvestres que os cães acabam reagindo de “forma hostil”, já que entendem como presas.
Com pessoas e animais de fora, também não há problemas. Silvio costuma levar seus pets para passeios em parques e até shoppings, nos quais as pessoas costumam pedir para interagir com os cachorros.
Cuidados com a saúde e higiene
O tutor diz que conta com uma estrutura montada para dar banho nos cães, algo semelhante ao que se encontra em um pet shop. “Nós damos banho ao menos uma vez a cada 10 dias, e cuidamos da tosa quando necessária”, afirma.
As visitas ao médico-veterinário também seguem uma rotina adequada. “Nós sempre levamos todos os cães em um mesmo veterinário, que conhece todo o histórico deles. Toda a agenda de consultas, exames e vacinação vai de acordo com a idade dos cães. E a frequência de visitas é determinada pela própria clínica, a exceção é caso ocorra algo fora do comum.”
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