Em casos mais avançados de displasia, a cirurgia pode ser o tratamento mais indicado
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Em casos mais avançados de displasia, a cirurgia pode ser o tratamento mais indicado

Quem tem um animal de estimação sabe que é importante levá-los ao médico-veterinário, especialmente nas primeiras fases da vida, para que o pet receba toda a atenção necessária, identificando possíveis problemas de saúde no início e tenha uma melhor qualidade de vida.

Porém, existem problemas comuns que afetam os animais de estimação que estão ligados à genética e que, muitas vezes, não podem ser evitados, mas podem ser amenizados quando os pets recebem o cuidado necessário durante a vida. Entre esses problemas estão os articulares, como é o caso da displasia coxofemoral, ou simplesmente displasia de quadril , como é mais conhecida.

A médica-veterinária Tais Motta Fernandes explica que a doença se trata de uma má-formação da articulação do quadril, que sofre de degeneração envolvendo as três principais estruturas que fazem parte desta articulação, são elas:

  1. A cabeça do fêmur;
  2. A cápsula articular;
  3. O acetábulo (local do osso do quadril onde a cabeça do fêmur se encaixa).

“A doença gera dor e desconforto aos animais, mesmo para realizar ações comuns do dia a dia, reduzindo sua capacidade de movimentação”, explica Tais Motta ao Canal do Pet.

Os sintomas mais comuns da doença

É possível perceber alguns sinais de displasia nos cães ainda no começo, desse modo é mais fácil encontrar um tratamento para amenizar a dor e sofrimento que o animal possa sentir no futuro.

“Os animais que apresentam displasia coxofemoral têm sintomas como dificuldade ao caminhar, com aparente manqueira das patas traseiras, dor durante seu andar e ao realizar movimentos normais do dia a dia, dificuldade em pular, correr ou subir escadas”, diz a veterinária.

Alguns sinais ajudam o tutor a identificar o problema nos pets. Taís alerta ser possível observar a redução da massa muscular na região do quadril e coxa e, quando acontece, o animal passa a se sentar de lado. “Também é comum ouvir estalos da articulação conforme o animal se movimenta”, aponta.

Outros sinais comuns:

  • Diminuição da atividade;
  • O animal limitar os movimentos;
  • Hesitar ao usar os membros traseiros;
  • Demonstrar medo ou dificuldade para atividades simples, como subir escadas, correr ou saltar;
  • Membros mais rígidos;
  • Perda ou alteração de mobilidade;
  • Arrastar-se para andar.

Afeta cães e gatos

Quando falamos sobre a displasia, geralmente ela está associa a cachorros de médio e grande porte, com algumas raças sendo mais propensas.  Porém, apesar de ser mais raro, raças menores e até os gatos  podem sofrer de displasia, o que requer a atenção dos tutores.

“Sim, os felinos também podem ter displasia coxofemoral, mas a doença não é tão comum na espécie, atingindo em maior número gatos das raças Maine CoonHimalaia e Persa , principalmente nos animais acima do peso  e com maior incidência em fêmeas”, pontua a veterinária.

Outro problema que pode acometer os felinos, e pode apresentar sintomas semelhantes, é a artrite. Por isso é fundamental  saber identificar os sinais de que o seu gato pode ter artrite.

Causas e diagnóstico

Cães de grande e médio porte têm maior propensão a sofrer com a displasia, é importante levar o seu pet ao médico veterinário para acompanhamento
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Cães de grande e médio porte têm maior propensão a sofrer com a displasia, é importante levar o seu pet ao médico veterinário para acompanhamento

Além das questões genéticas e hereditárias, questões como uma alimentação de má qualidade também pode contribuir para o surgimento (ou agravamento) da displasia.

Cachorros  de raça de médio e grande porte tendem a sofrer mais com a doença, por isso é preciso de uma alimentação especial e bem regulada para o animal – especialmente para raças com crescimento mais acelerado.

Excesso de peso e exercícios físicos exagerados também podem agravar o problema, por exigirem demais das articulações, aumentando assim o seu desgaste.

“Um diagnóstico definitivo de displasia coxofemoral é obtido apenas após avaliação de exame radiográfico específico, preferencialmente feito por um especialista em ortopedia animal”, complementa a veterinária.

Para os gatos as causas são as mesmas, assim como os sintomas são muito semelhantes aos vistos nos cachorros. A maior diferença, no caso dos felinos, é que os sinais são mais difíceis de serem percebidos pelos tutores, o que se torna um agravante.

“Os felinos costumam não demonstrar sinais da doença em seus estágios iniciais. Nestes animais, quase sempre o tratamento é conservador, mas cirurgias podem ser indicadas caso o tratamento conservador não for eficaz”, a veterinária esclarece.

A doença não tem cura, mas pode ser tratada

Os gatos da raça Maine Coon, conhecidos como gatos gigantes, têm maior propensão a sofrer com displasia de quadril
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Os gatos da raça Maine Coon, conhecidos como gatos gigantes, têm maior propensão a sofrer com displasia de quadril

A dor causada pela displasia traz muito sofrimento ao animal, mas ela pode ser amenizada se tratada de maneira adequada, o que deve seguir alguns fatores que determinam um tratamento mais ou menos invasivo.

“O grau da displasia e da dor serão fatores fundamentais na definição do tratamento”, diz a especialista.

Para casos mais leves, pode ser feito um tratamento com uma abordagem conservadora, realizado por meio de anti-inflamatórios, condromoduladores ou regeneradores articulares, dieta, exercício físico e  fisioterapia.

Para as atividades físicas, é importante ter cuidado, pois o excesso pode prejudicar o estado do animal. Tais Motta diz que, em casos que o animal já foi diagnosticado com a displasia coxofemoral, é importante que o tutor converse abertamente com o médico-veterinário sobre a realização dos exercícios e que siga à risca as orientações do profissional.

“Exercícios que busquem desenvolver a musculatura de quadril e coxas são bons aliados, como nadar em água morna, passeios regulares de curta duração e subir e descer escadas (controlado, poucas vezes ao dia). Mas, novamente, sempre seguindo a orientação do médico- veterinário que acompanha o animal”, orienta a especialista.

“Já em casos mais avançados, o tratamento cirúrgico pode ser o mais indicado, visando restaurar a função da articulação do quadril e assim trazer mais qualidade de vida do pet”, completa.

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