A pelagem característica da raça se deve a uma mutação genética
Helena Lopes/Unsplash
A pelagem característica da raça se deve a uma mutação genética

O coelho da raça Lion teve sua origem na Bélgica, surgindo de uma mutação genética natural após o cruzamento de coelhos anões das raças Swiss Fox e Belgian Dwarf (Anão Belga), que fez com que os pelinhos próximos a região da cabeça crescessem mais ao ponto de se assemelhar a uma juba.

Contudo, seu desenvolvimento ocorreu apenas no Reino Unido, local em que foi reconhecido como raça única em 1998. Também é chamado como “coelho leão”, ou “Lionhead” (Cabeça de Leão, em português), ou Lionhead Europeu. A razão de seu nome fica clara em sua aparência.

Na Europa, seu registro oficial é ocorreu em 2002, pela British Rabbit Council (BRC), e somente em 2004 em solo americano, pela American Rabbit Breeders Association (ARBA). A raça ainda conta com duas variações.

O Mini Lion Head conta com pelagem mais longa em torno da cabeça, formando uma juba mais bem definida, e ao redor da parte inferior do corpo, se assemelhando a uma saia. Já a versão “padrão” conta com uma pelagem mais uniforme por todo o corpo.

As orelhas desse coelhinho são eretas, pequenas, com cerca de 7,5 cm de comprimento, e cobertas por uma pelagem mais curta. Seu corpo é compacto e tem uma cabeça arredondada com um focinho bem definido. O coelho Lion pode medir cerca de 35 cm e pesar aproximadamente 2 kg, sendo considerado o coelho miniatura.

Para que não fiquem entediados, é importante que os tutores deixem seus coelhos soltos ao menos uma vez ao dia, para brincar e correr, além de ter um convívio com as pessoas da família.

A convivência com um coelho de estimação

A pelagem característica da raça se deve a uma mutação genética
A pelagem característica da raça se deve a uma mutação genética
Coelho da raça Lion podem crescer a até 35 cm
O coelhinho surgido na Bélgica pode ser encontrado em diferentes colorações
Biolinho, da raça Lion, de 8 anos
Enriquecimento ambiental para coelhos de estimação
Enriquecimento ambiental para coelhos de estimação
A pelagem característica da raça se deve a uma mutação genética
Enriquecimento ambiental para coelhos de estimação

Os coelhos da raça Lion são animais tranquilos e afetuosos, adoram brincar e interagir com seus tutores. Eles são animais bastante sociáveis e não tendem a ter medo da presença de visitas. É importante que o tutor fique atento aos sinais, para evitar situações que possam causar medo e estresse aos bichinhos, o que pode ser bastante prejudicial à sua saúde e bem-estar.

A bióloga e tutora do coelho Biolinho, de 8 anos, Fabíola Soldado, é voluntária na ONG Bunny Lovers Brasil , instituição dedicada ao resgate de coelhos em situação de vulnerabilidade, além de promover a guarda responsável de coelhos como pet. 

Ao Canal do Pet ela afirma que a relação com um coelhinho pet é de muita troca e afeto, e que eles precisam de cuidados para se manterem saudáveis em relação ao seu bem-estar. “Coelhos são muito inteligentes e necessitam de atenção, carinho e serem estimulados, a fim de se manterem mental e fisicamente ativos!”

A tutora conta ainda que esses pets também são capazes de aprender alguns comandos de forma rápida, “principalmente com a entonação [de voz] certa”.

“Porém, tudo é no tempo deles, e quando eles querem. Eles têm personalidade muito forte, então se o coelho não quer carinho ou brincar, ele ignora o tutor com sucesso”, diz Fabíola.

Cuidados com a alimentação

“A principal e imprescindível fonte de alimentação do coelho é o feno”, afirma a tutora. “E o complemento dessa alimentação fica por conta de ração específica para coelhos e verduras permitidas.”

Fabíola diz ainda que, quanto maior a variedade, melhor é o valor nutricional, “portanto, oferecer ao menos três variedades [de vegetais] ao dia” é o ideal.

“Legumes e frutas geralmente são mais ricos em amido ou açúcares e devem ser oferecidos com moderação. Portanto, é mito que devemos dar cenoura diariamente ao coelho, isso pode prejudicar sua saúde”, alerta a bióloga.

“Muitos coelhos têm dificuldade de comer feno [pode ser encontrado em lojas especializadas, para coelhos e porquinhos-da-Índia], então o recomendado é que se misture algumas ervas e fazer uso de um porta feno, porque ambos estimulam o coelho a comer mais feno.” Ela ainda destaca que, água limpa e fresca deve estar sempre disponível para os coelhos.

Entre as verduras e legumes que podem ser oferecidos na dieta desses pets estão: agrião, almeirão, catalônia, chicória, couve, escarola, radicchio, rúcula, rama de cenoura, rama de rabanete, folhas de brócolis e folhas de beterraba.

Importante ressaltar que tais legumes devem ser um complemento à alimentação dos coelhos e oferecidos com moderação, levando em consideração a quantidade de feno (base principal na dieta do pet) e a ração que o animal come ao longo do dia. É essencial que, na dúvida, o tutor procure orientação de um especialista.

Cuidados com a higiene

A tutora ressalta que coelhos não devem tomar banho, o que pode ocasionar o surgimento de fungos, infecções como a otite e, até mesmo, levar o animal ao óbito. Semelhante aos felinos, os coelhos cuidam de sua própria limpeza.

Porém, devido aos seus pelos mais longos, é indicado que se escove o pet coelho ao menos uma vez por semana o que ajuda, inclusive, que o animal ingira os pelos soltos. Além disso, as escovações podem ser um momento de carinho, reforçando os vínculos entre o pet e o tutor.

Cuidado com os dentes

“Os dentes dos coelhos não param de crescer, portanto maneiras de desgastar os dentes dos coelhos são: oferecer feno a vontade e brinquedos de madeira de pinus”, diz Fabíola.

Cuidados com a saúde

“Devemos sempre levar nossos coelhos para check-ups anuais com um veterinário de pets não convencionais”, diz Fabíola. “Após os 5 anos de vida, o ideal é realizar check-ups semestrais.”

A bióloga reforça, no entanto, que não existe uma regra única para todos os coelhos. “Cada coelho tem sua particularidade. Devemos sempre levar em conta fatores como peso, idade, genética e predisposição a doenças. O ideal mesmo é que o tutor peça sempre a orientação de um médico-veterinário, em vez de buscar informações por conta própria”, finaliza.

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