Cuidar da saúde dos animais de estimação, manter uma boa alimentação, rotina de exercícios e levar os pets para visitas de rotina com um médico veterinário é algo muito imporante. No entanto, muitas vezes os sinais aparecem quando menos se espera e o tutor deve estar sempre em alerta para perceber os sinais passados pelo corpo do pet.
Neste sexta-feira (29) é celebrado o Dia Mundial do Coração, que deu origem ao “Setembro Vermelho”, uma iniciativa criada pela Federação Mundial do Coração e adotada por médicos veterinários para conscientizar os tutores sobre a importância da prevenção e tratamento dos problemas cardiovasculares nos animais de estimação.
O Canal do Pet conversou com a médica veterinária Ana Cláudia Bengezen, supervisora da clínica médica de pequenos animais do Centro Universitário de Jaguariúna, para falar sobre as principais funções do coração e os cuidados que os tutores devem ter com o pet ao longo da vida.
As funções do coração no corpo
O coração é um órgão muscular presente no sistema cardiovascular que atua como uma bomba, sendo responsável por levar sangue para todo corpo dos animais. Dessa forma, ele pode contrair-se (sístole) e relaxar (diástole) de forma rítmica, sendo constituído por quatro câmaras:
- Átrio direito;
- Ventrículo direito;
- Átrio esquerdo;
- Ventrículo esquerdo.
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Ele tem a função de levar sangue rico em oxigênio para as células e remover substâncias tóxicas do organismo, como o gás carbônico. Dessa forma, o sangue volta para o pulmão onde é realizado a troca gasosa.
Graças a um sistema de câmaras (átrios e ventrículos separados por septos e valvas), o sangue arterial rico em oxigênio não se mistura com o sangue venoso rico em CO2.
Os principais sinais de que o pet pode estar com um problema no coração
Ana Cláudia destaca alguns dos principais sintomas que podem indicar que o animal está sofrendo com uma doença cardíaca. São eles:
- Dispneia (dificuldade respiratória);
- Fadiga ou intolerância ao exercício;
- Tosse, principalmente noturna;
- Edema de membros;
- Sincope (desmaio)
- Cianose (língua arroxeada).
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Ao notar qualquer um desses sintomas, o tutor deve procurar um por médico veterinário o mais rápido possível.
A importância de conhecer os sintomas
Thiago Pereira, o tutor da Belinha, uma Lhasa Apso de 14 anos de idade , conta ao Canal do Pet que notou que suspeitou que sua cachorrinha de estimação estava com problemas ao perceber que ela estava com uma respiração acelerada e sem profundidade .
“A Belinha já é uma 'senhorinha', quando percebemos nós imediatamente a levamos ao hospital veterinário e lá foi constatado que ela tinha um probleminha no coração”, diz o tutor. “Foram passados vários medicamentos para ela tomar e ela ficou dois dias internada, para que seu quadro ficasse estável.”
Além do coração, Thiago diz que os exames também detectaram outro problema, que já havia afetado Belinha no passado e estava de volta, a lama biliar - condição que afeta a vesícula biliar que pode ser encontrada por meio do ultrassom. “Também está em tratamento com outros medicamentos”, aponta o pai de Belinha.
Thiago se diz grato aos médicos e residentes que prestaram assistência à sua amada pet. “Durante os dois dias em que ela ficou internada, o hospital nos comunicou. [Nesse tempo] foram feitos vários exames para poder detectar o que ela tinha e fazer um diagnóstico mais assertivo em relação ao seu caso.
Cuidados ao longo da vida do pet
A médica veterinária Ana Cláudia Bengezen alerta aos cuidados que o tutor deve ter no dia a dia, ao longo da vida do pet, para não prejudicar a saúde cardíaca do animal.
“Fornecer uma boa alimentação e manter o peso em um score ideal para o porte do animal”, inicia a especialista. “É indispensável ainda que o tutor mantenha o animal em uma rotina regular de exercícios físicos ”, diz a veterinária, que complementa: “Por fim, é preciso ficar sempre atento quanto a saúde bucal do pet.”
O que muitas pessoas não sabem é que doenças bucais, como a periodontite, podem levar cães e gatos à morte quando não tratadas corretamente.
Alimentos proibidos
Doenças cardíacas em cachorros e gatos têm uma predisposição genética, especialmente ligadas a algumas raças , conforme explica Ana Cláudia, que traz uma sugestão: “A alimentação desempenha um papel fundamental no manejo e prevenção de diversas afecções. Uma alimentação adequada fornece os nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo, fortalecendo o sistema imunológico e ajudando a prevenir doenças crônicas.”
A médica dá uma dica específica aos tutores de felinos: “O gato em particular, se não tiver na alimentação um bom nível de taurina , pode desenvolver uma doença cardíaca.”
As doenças cardíacas mais comuns
Entre as doenças cardiovasculares mais frequentes em cachorros, a especialista destaca a insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e a doença mixomatosa da válvula mitral.
“É importante salientar que ambas são mais comuns em cães de pequeno a médio porte. Já a cardiomiopatia dilatada costumar atingir com mais frequência cães de médio a grande porte”, pontua.
No caso dos gatos, a doença cardíaca mais comum é a cardiomiopatia hipertrófica. A condição se caracteriza pela hipertrofia do ventrículo esquerdo e pode ser primária ou secundária.
A importância de um check-up completo
Muito se fala sobre levar os animais de estimação ao veterinário com frequência, para que seja feito o checape completo (uma bateria de exames). É importante, também, que o tutor se informe sobre quais os principais exames que o pet deve fazer e em qual idade eles são mais indicados.
“O ideal é levar o pet para um checape todo ano para realizar exames de rotina que incluem hemograma completo, função renal e função hepática, e ultrassom abdominal”, diz.
“A partir dos 6 anos de idade já são recomendados exames cardiológicos como eletrocardiograma e ecocardiograma. Lembrando que esses exames podem ser antecipados, levando em consideração sintomas clínicos e predisposição da raça do pet”, finaliza.
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