Golden Retriever com 12 anos de idade, nesta fase o animal já é considerado idoso
Sharon Brownlow/Flickr
Golden Retriever com 12 anos de idade, nesta fase o animal já é considerado idoso

André Marques chamou a atenção nesta semana ao celebrar o Dia Mundial do Cão Idoso, que ocorreu em 1º de outubro. Nas redes sociais, ele publicou um vídeo mostrando algumas das adaptações que fez para adequar a casa às necessidades de Gordinha, sua cadela da raça Cane Corso , de 14 anos.

O apresentador levou seu quarto para o andar de baixo da casa, para que a cachorra não precisasse mais subir as escadas, além de oferecer uma alimentação com arroz e frango.

“Tenho duas idosas e duas de meia idade”, escreveu André na publicação. “[Gordinha] está passando por vários exames e papai está fazendo tudo que pode pra melhorar ainda mais a vida dela.”

Quando um pet fica idoso

No caso dos cães de porte grande, o animal já é considerado idoso a partir dos 5 anos de idade, enquanto os gatos e cachorros de pequeno porte passam a ser consideradas idosos aos 10 anos de idade.

Ao Canal do Pet , a médica-veterinária Isabela Gasparello, esclarece que a terceira idade por si só não é uma doença, no entanto, “ela está associada a maior prevalência de várias doenças e enfermidades, além das alterações metabólicas e de comportamento.”

As adaptações são necessárias

O cachorro idoso precisa ter uma atenção maior
shutterstock
O cachorro idoso precisa ter uma atenção maior

“Assim como nós fazemos adaptações para os humanos idosos, também podemos configurar algumas alterações para proporcionar um ambiente mais amigável e contemplando mais bem-estar prático para esse pet geriátrico, seja ele cão ou gato”, diz Isabela.

Entre as condições mais comuns de um pet idoso estão as doenças articulares e problemas na coluna, como a osteoartrite e a displasia coxofemoral, que podem afetar as duas espécies. Isabela diz que muitos tutores relatam que seus animais de estimação já não brincam mais, ou, no caso dos felinos, estão mais terrestres, evitando pular em locais que costumavam subir antes.

Um animal idoso pode parecer mais preguiçoso e dormir mais do que antes, começar a fazer suas necessidades fisiológicas no lugar errado, mesmo os felinos já habituados ao uso da caixa de areia.

“Em grande parte das vezes, tudo isso é uma resposta a dor osteoarticular. O que faz com que o gato evite alguns movimentos que possam suscitar essa dor”, comente a veterinária.

Um dos pontos mais importantes para o tratamento e o acompanhamento médico são as alterações ambientais, ou seja, as mudanças feitas na casa. A veterinária recomenda ainda o uso de múltiplos bebedouros e comedouros, para que o animal não precise se locomover por um longo espaço caso queira se hidratar. "De preferência, os recipientes devem ser mais altos, para que o pet não precise forçar a coluna", diz.

Gatos idosos podem ter dificuldades para subir ambientes que eram comuns em sua juventude
Reprodução/freepik
Gatos idosos podem ter dificuldades para subir ambientes que eram comuns em sua juventude

Para os felinos, a veterinária indica também o aumento no número de arranhadores e de caixas de areia – o recomendado para gatos jovens é de, pelo menos, duas por indivíduo. Isabele aponta que gatos podem parar de defecar e urinar em caixas de areia que tenham as paredes muito altas. “Transpô-las pode causar muita dor ao pet com problemas nas articulações.”

O tutor pode fornecer esconderijos e áreas de descanso, distribuídos de forma correta pelo ambiente, assim como rampas para que, principalmente os cães, não tenham dificuldades para subir em locais mais altos.

“Devido à falta de mobilidade, decorrente de doenças degenerativas articulares ou de coluna, seria ideal evitar subir e descer escadas, adicionar rampas para sofás e camas, incluir tapetes antiderrapantes evitando escorregar, elevar comedouros e bebedouros”, diz a veterinária.

Amanda Cirino, acostumada a conviver com cães, conta que por morar em uma casa térrea nunca precisou fazer grandes adaptações aos seus pets idosos, como Sol, uma Springer Spaniel Inglês que viveu até os 13 anos, e Amy, uma Golden Retriever que viveu até os 11.

“A Sol era super saudável, nunca precisei fazer muitas adaptações. Como nossa casa não tem escadas, isso facilitou. Apesar de ter perdido um pouco da audição e da visão, ela se locomovia pela casa perfeitamente”, conta.

A tutora, no entanto, lembra que instalou um tapete moeda para ajudar na locomoção e evitar que os cães escorregassem pelo piso. “Especialmente para a Amy, que tinha displasia”, comenta.

Amanda Cirino instalou tapete moeda pela casa, para evitar que seus cães idosos escorregassem
Amy viveu até os 11 anos, teve problemas de locomoção devido à displasia coxofemoral
Sol, cadela de estimação de Amanda Cirino, viveu até seus 14 anos, idade estimada para a expectativa de vida da raça

A médica-veterinária Isabela Gasparello ressalta também a importância de pensar na localização dos itens do pet, que devem estar em locais acessíveis. "O tutor deve também evitar mudar móveis e objetos de lugar, evitando que pets com problemas de visão se batam e se machuquem ao se locomover pela casa."

Alimentação adequada

Animais idosos também precisam de um enriquecimento energético na alimentação. “Eles perdem muita massa magra, e com facilidade. Então configurar o ambiente para ele comer com calma, sem interrupção de outros animais e barulhos, é muito importante”, alerta a especialista.

Isabela reforça que o cuidado com a localização de recursos é importante para qualquer pet. No caso dos idosos, especialmente gatos, o ideal é evitar deixar os itens próximos a sacadas, máquinas de lavar ou locais que cães tenham acesso. “Tudo deve ser pensado para o pet idoso”, diz.

Cuidados com a mudanças de temperatura

“As dores ósseas tendem a se intensificar no frio. Então é importante preparar no ambiente locais confortáveis e quentes para esses animais se sentirem mais confortáveis”. 

A especialista indica também, em casos de quedas abruptas de temperatura, o uso de aquecedores, que podem beneficiar os pets. Além da adaptação ambiental, a veterinária alerta que é essencial manter uma rotina consistente e previsível para o pet idoso.

Leia também

“Os gatos não gastam mais as unhas nos arranhadores, como faziam antes, por isso é ideal mantê-las aparadas. O felino também não conseguirá mais se limpar sozinho, então uma escovação ajuda a mantê-lo limpo”, finaliza.

Conheça a comunidade do  Canal do Pet no WhatsApp para receber dicas, curiosidades, histórias e tudo relacionado ao universo dos animais de estimação.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!