O gato Vênus no jardim da casa de sua tutora, a publicitária Thayná Duarte.
Arquivo pessoal
O gato Vênus no jardim da casa de sua tutora, a publicitária Thayná Duarte.

Além de ser um hobby para muitas pessoas, manter um jardim bem cuidado pode trazer ainda inúmeros benefícios para a saúde de todos que moram em uma casa, incluindo também, é claro, os animais de estimação.

As plantas ajudam a relaxar, estimulam a criatividade e melhoram o ar do ambiente, já que são umidificadores naturais o que, consequentemente, faz com que amenizem  as alergias.

Entretanto, com a presença de animais de estimação no espaço externo, a manutenção de um jardim é uma tarefa que requer muita atenção e planejamento por parte do tutor, pois é preciso considerar que os pets naturalmente sentirão o desejo de explorar todos os cantos desse lugar especial da casa.

Priorize as plantas não tóxicas

Por conta da curiosidade dos animais, deve-se priorizar as plantas que não sejam tóxicas para eles, conforme explica a mestre em Medicina Veterinária Preventiva e professora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Positivo (UP), Maysa Pellizzaro.

“Plantas como azaleia, jiboia, orelha-de-elefante, comigo-ninguém-pode, costela-de-adão, flor-da-fortuna, espada-de-são-jorge, hortênsia e lírio, que são muito comuns no Brasil, podem causar quadros de intoxicação aguda nos animais , com acometimento de fígado, rins e outros órgãos, podendo até ser fatal, dependendo da quantidade, da espécie, e da suscetibilidade individual do pet”, alerta.


Em contrapartida às plantas tóxicas , Maysa informa que diversas plantas e ervas podem ser utilizadas e que, se consumidas, não causarão um quadro de intoxicação nos pets, como o manjericão, salsinha, coentro, canela, erva-cidreira, sálvia, alecrim, abobrinha, bananeira, pepino, abóbora, melão, melancia e manga.

“Algumas plantas ornamentais também podem ser incluídas no jardim sem causar danos à saúde dos animais, como a violeta, peperômia, bambu, samambaia, orquídea, camélia e suculentas”, diz.

A especialista ainda alerta que, mesmo evitando o alcance dos pets às plantas tóxicas, é importante levar em consideração que eles necessitam de atividades estimulantes para ter menos vontade de destruir as plantas, o que a arquiteta do Grupo A.Yoshii, Lorena Santos, concorda.

“Colocar alguma espécie de alimento para que eles possam mastigar, como graminhas de milho ou alpiste, e oferecer brinquedos recheados de alimento, ou que eles possam arranhar e escalar, são soluções interessantes para distraí-los das plantas”, afirma Lorena.

Outra dica que a arquiteta dá é utilizar grãos tratados de vermiculita na adubagem, porque “além de deixar as plantas úmidas por mais tempo, eles agem como repelente natural por ter um cheiro que lembra citronela”. Apesar do cheiro, segundo a especialista “não há o que se preocupar porque não faz mal para os bichinhos”.

O jardim de Duda, Vênus, Lucky e Tatá

Há pessoas que são apaixonadas por pets e a publicitária Thayná Duarte, de 29 anos, que também é ativista da causa animal , leva essa paixão a sério. Na sua casa, na capital fluminense, ela tem seis pets no total: Duda, uma gatinha de um ano e nove meses; Vênus, um gato de cinco anos; Lucky, um cachorro de um ano e nove meses; Tatá, uma jabuti de cinco anos; e duas calopsitas, que ela não sabe a idade por terem sido encontradas perdidas na rua.

A publicitária explica que Lucky e Tatá são os pets que mais usam o jardim e, como orientado pela médica-veterinária Maysa Pellizzaro, Thayná relata que a principal preocupação dela e da família é com as plantas tóxicas. Porém, mesmo com a atenção redobrada, incidentes estão sujeitos a ocorrer.

A jovem conta que recentemente aconteceu um episódio com a planta comigo-ninguém-pode, que caiu no chão e ficou no alcance da jabuti Tatá, que acabou inserindo a folha tóxica.

“Eu consegui ver antes dela comer mais, mas mesmo assim causou algums efeitos tóxicos. Ela começou a salivar muito, criando bolhas, e os olhos ficaram bem molhados e irritados. Levamos em um veterinário especializado em répteis e ela melhorou”, diz.


Além de evitar que os pets chegem perto das plantas tóxicas, a publicitária conta que ela e sua família também se atentam a outros fatores.

“Retiramos objetos pesados de murinho ou mesa para não cair em cima deles, principalmente na Tatá porque ela não tem muita noção de espaço e passa por cima de tudo. Tomamos cuidado com a piscina também. Verificamos se tem locais com sombra para eles e distribuímos vasilhas de água pelos locais do quintal”, conta a publicitária.

O gramado é outro ponto importante

Outro ponto essencial para o cultivo de um jardim em locais onde há a presença de pets é a escolha do gramado, que precisa ser resistente para acompanhar o ritmo deles sem sofrer tanto desgaste.

A arquiteta Lorena Santos recomenda a grama-são-carlos e a esmeralda, que são espécies mais resistentes ao pisoteio do que as outras, mesmo que não livres de deterioração.

“É preciso saber que nenhuma grama é forte o suficiente para aguentar a urina ácida e as caminhadas diárias dos animais, por isso vale a pena apostar em espaços além do gramado e que sejam fáceis de limpar, como uma área de piso porcelanato”, orienta.

A especialista também ressalta que são necessárias algumas adaptações na decoração do ambiente para evitar acidentes.

“Enfeites de vidros, objetos pontiagudos e produtos de limpeza devem estar fora do alcance dos animais. Recomenda-se ainda o uso das redes de proteção, portões, grades e muros, a fim de evitar as quedas e fuga”, aponta Lorena, lembrando que mobiliários como lareiras, aquecedores e fogões precisam de proteção para impedir que os pets se aproximem.

Além disso, a arquiteta afirma que é importante manter as latas de lixo fora do alcance dos animais, pois “podem conter produtos químicos e objetos pontiagudos e cortantes”.

Maysa Pellizzaro acrescenta que é preciso pensar na altura de portões e muros, principalmente por conta dos gatos, que são capazes de saltar alturas consideráveis.

Decoração também é sinônimo de bem-estar

Ao decorar o jardim, deve-se considerar também o bem-estar dos pets, visto que a maior parte das questões emocionais que os envolve se relacionam com o cuidado e atenção recebidos, além da rotina estabelecida no ambiente em que vivem.

“Para os gatos, aspectos de decoração relacionados a espaços nas alturas que eles possam acessar são benéficos na expressão do comportamento natural , tornando-se bastante atrativo aos felinos. Os cães se beneficiam da sombra e do sensorial que algumas plantas promovem quando eles interagem, sendo outro ponto de importância na escolha das plantas corretas para o espaço”, afirma a médica-veterinária.

Já a arquiteta Lorena recomenda o uso de nichos e prateleiras na decoração em alturas para os gatos, além do uso de tecidos sintéticos que imitam camurça e couro, que “são ótimas opções para utilizar nos mobiliários por serem materiais fáceis de limpar e por oferecerem a possibilidade de tonalidades da cor da pelagem do animal, disfarçando os pelos que ficam soltos”, finaliza.


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