Quem é tutor de gato ama ver o pet brincando e, provavelmente, já gastou um bom dinheiro com brinquedos para proporcionar a maior diversão possível para o bichano . Porém, mesmo que o pet mostre interesse por aquele objeto, pode ser que logo ele perca esse interesse e não interaja mais, o que causa uma grande frustração.
É possível que se pense que o erro está no brinquedo , e aí se compre outros que terão o mesmo destino. A falta de interesse do bichano não necessariamente significa que o brinquedo não é bom, ou que o gato não gosta de brincar, mas sim que o pet não está recebendo os estímulos certos.
“ Os gatos são caçadores na natureza , o que chamamos de ‘caçadores oportunistas’. Isso significa que eles caçam um amplo espectro de presas, ou seja, eles se atraem por vários tipos de presas, de várias espécies diferentes”, afirma a comportamentalista Juliana Damasceno.
Alguns tutores brincam com seus pets, seja jogando uma bolinha, ou usando algum daqueles populares brinquedos para gatos que vêm com “penduricalhos”. O indicado é que esses brinquedos simulem as presas que os gatos encontrariam se estivessem fora do convívio humano, como pequenos répteis, aves, insetos e pequenos mamíferos. São os mais variados tipos de animais, que variam em tamanho, sons, cores e comportamento.
No caso dos gatos domésticos, essa caçada deve ser estimulada por meio do uso de brinquedos. Juliana questiona sobre a quantidade de brinquedos que os tutores oferecem aos gatos, qual tipo de brinquedo ofertam e quantos deles estão à disposição do felino o tempo todo. Segundo a especialista, é importante que se faça um revezamento de brinquedos, para que o pet sempre tenha algo diferente, e não fique sempre com os mesmos brinquedos o tempo todo – com a grande disponibilidade o tempo todo, a chance de não ter interesse por nenhum deles é maior.
Simulando o comportamento de uma presa
Na natureza os felinos são estimulados a caçar presas que fazem diferentes sons, têm diferentes cheiros, tamanhos, movimentos e passam para os gatos desafios para que ele realize o ato de caça – além, é claro, da necessidade de conseguir o alimento.
Então, em casa, o tutor deve realizar um desafio semelhante para o animal (e não apenas deixar o brinquedo parado).
“Muitas vezes a gente quer brincar de caça com os nossos gatos, mas, na verdade, o que a gente quer é caçar o gato. A gente fica balançando o brinquedo perto do focinho dele, como se estivesse tentando pescá-lo”, diz a comportamentalista.
Ela explica que “nenhuma presa é suicida”, portanto, nenhum passarinho, nenhum ratinho ou qualquer outro tipo de presa que o gato se interesse em caçar ficará indo na direção dele. Pelo contrário, quando algo chega muito perto, o gato não consegue enxergar direito e causa incômodo nos bigodinhos dele.
“E, às vezes, é por isso que ele acaba unhando ou batendo com a pata, porque está incomodando”, diz Juliana, que explica que o que se deve fazer é atrair o pet ao brinquedo.
O tutor deve fazer como uma presa faria: se estiver usando um brinquedo com uma fita, por exemplo, deve simular o movimento de uma presa que se rasteja. Essas presas se movem lentamente e com movimentos pausados.
“É preciso ter paciência, tempo e dedicação para brincar com os nossos gatos. O comportamento de caça do gato é muito complexo. Eles precisam focar, aí eles vão se direcionar e realizar a emboscada, muitas vezes, se escondendo, se aproximando lentamente e, aí sim, atacando, perseguindo, apreendendo e carregando”, explica.
E, por isso, comportamentalista orienta que se faça o revezamento constante dos brinquedos do gato, para que ele tenha uma variedade de estímulos semelhante a que ele teria se vivesse na natureza.
“Um estímulo sendo movimentado pelo tutor sempre será mais atrativo para o gato do que um brinquedo que fica estático, que o gato precisa se autoestimular”, diz Juliana.
A comportamentalista ressalta que alguns gatos também brincam sozinhos, mas o ideal é que os tutores reservem ao menos 30 minutos para ter essa interação com o pet, especialmente nos períodos da manhã e da noite – normalmente é quando eles estão mais dispostos.
“Nós podemos utilizar diversos brinquedos diferentes, com fitas, penas, plumas. Também podemos utilizar cordinhas, courinhos. Tudo o que se assemelhe aos movimentos que uma presa faria na natureza”, pontua.
Cada indivíduo terá uma atratividade diferente por determinados tipos de materiais e movimentos, é uma questão de “tentativa e erro” para descobrir qual é a brincadeira favorita de cada bichano.
“Tem gato que vai gostar de brincar perseguindo e pulando, tem gato que vai gostar de brincar sentado, ou até mesmo deitado. E aí a gente vai gradualmente dificultando mais essa caçada e revezando os tipos de estímulo que ele gosta, com diferentes tipos de brinquedo que ele gosta”, diz.
Algumas dicas de brincadeiras são:
- Simular o movimento de uma serpente, apenas arrastando o brinquedo pelo chão, lentamente.
- Simular o movimento de voo de um pássaro com um brinquedo que com penas, ou que tenha o formato de um bichinho. Sempre lembrando de “posar” e esperar que o ato vá até a presa
- Alguns gatos gostam de brincar de esconder, simulando que há um ratinho saindo da toca para que ele tente capturar.
Juliana indica que o tutor tenha brinquedos diferentes e que possa simular o tipo de caça que o felino mais gosta e que sempre o guarde após a sessão de brincadeiras, pegando um outro brinquedo para a próxima.
“Isso fará com que o pet não enjoe do brinquedo e ajuda a promover uma melhor saúde física e psicológica para o gatinho. Além, é claro, de ser terapêutico também para o tutor”, finaliza.
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