Uso de focinheiras é recomendado em elevadores, mas guia é obrigatória.
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Uso de focinheiras é recomendado em elevadores, mas guia é obrigatória.

Os animais de estimação, principalmente os cães, deixaram de ter uma rotina basicamente doméstica e estão cada vez mais presentes em diversos ambientes acompanhando seus tutores - seja nas áreas de convivência dos condomínios, em shopping centers, em parques, em hotéis, em restaurantes, ou outros ambientes que carregam o selo  “pet friendly”.

Essa maior presença dos pets nos mais variados locais reflete o grande número de animais de estimação nas residências brasileiras. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), em todo o país há cerca de 140 milhões de animais, entre cães, gatos, peixes, aves, répteis e outros tipos de mamíferos.

Ao comparar com a quantidade de brasileiros, que de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ultrapassa 213 milhões de pessoas, é como se cerca de dois terços da população tivessem um animal de estimação

Com o número cada vez maior de pets em circulação, é comum vermos animais sendo transportados em elevadores, escadas e esteiras rolantes, mas nem sempre da maneira correta e segura. Isso porque, “não existe uma legislação específica para o transporte de animais e muitos estabelecimentos e condomínios adotam regras internas em prol do bom convívio e segurança dos pets”, como aponta Helder Canelas, head de serviços na América Latina da TK Elevator, empresa que fabrica elevadores, escadas rolantes e soluções de acessibilidade com serviço especializado.

“As pessoas não têm obrigação de saber que a coleira do animal pode ficar presa na porta do elevador, por exemplo. Por isso, criamos algumas dicas que podem ser afixadas no quadro de aviso dos condomínios para servir de orientação. Acreditamos que é nosso papel contribuir com as questões relacionadas à mobilidade das pessoas e, com esse intuito, procuramos desenvolver materiais de apoio como esse de cuidados com os pets”, afirma o executivo.

Canelas ainda explica que o uso das focinheiras “deve seguir a legislação Federal, Estadual ou Municipal que tem poder de decisão sobre o tema”. Com relação ao uso do elevador de serviço, que é o mais indicado, o especialista afirma que esta indicação é “apenas uma recomendação, levando em consideração a boa convivência social entre os moradores”.

Já nas escadas rolantes, a orientação que a empresa recomenda é “só levar o pet no colo, pois os pentes dos degraus podem machucar as patas dos animais e se houver uma parada brusca do equipamento, o animal pode se assustar e também acabar se machucando”. O ideal neste caso é não utilizar o equipamento.

“Por isso, a recomendação é não usar a escada rolante para transportar animais de grande porte e usar as escadas convencionais, principalmente em shopping centers que permitem a entrada dos pets”, finaliza Helder Canelas. Confira a seguir as regras elaboradas pela TK Elevator:

- Para uma boa convivência, é recomendável aguardar o elevador vazio para transportar o pet, independentemente do porte do animal, e dar preferência pelo elevador de serviço quando existir essa opção de escolha.

Quando estiver acompanhado de seu pet, opte sempre pelo elevador de serviço.
Divulgação/TK Elevator
Quando estiver acompanhado de seu pet, opte sempre pelo elevador de serviço.

- Ao usar o elevador é recomendado que os animais de pequeno porte, como Lhasa Apso , Shih-tzu e Yorkshire , fiquem no colo. Já os de médio, caso do Beagle e do Buldogue, e de grande porte, como Golden Retriever , Labrador e Pastor Alemão, devem ir ao lado dos tutores, com a guia encurtada.

- É importante que o tutor entre no elevador junto do seu pet, evitando que o animal fique para trás quando a porta fechar.

O recomendável é sempre usar a guia de forma firme e próxima.
Divulgação/ TK Elevator
O recomendável é sempre usar a guia de forma firme e próxima.

- É fundamental que o pet use peitoral ou coleira com guia, para que o tutor o mantenha por perto e evite acidentes, por exemplo, caso o animal corra em direção ao elevador. O uso de focinheira deve seguir a legislação local. 

O uso da focinheira deve respeitar legislação local.
Divulgação/TK Elevator
O uso da focinheira deve respeitar legislação local.

- Dentro do elevador, vale redobrar a atenção com a higiene, para evitar que o animal faça suas necessidades no equipamento.

- Nas escadas e esteiras rolantes é recomendado que os pets sejam transportados no colo. Na impossibilidade, por conta do porte do animal, recomenda-se usar as escadas convencionais para acessar outros andares. Como o movimento desses equipamentos é contínuo, qualquer descuido pode ter consequências graves.

Carregue o pet no colo em escadas e esteiras rolantes para a maior segurança do animal.
Divulgação/ TK Elevator
Carregue o pet no colo em escadas e esteiras rolantes para a maior segurança do animal.

- Seja qual for a situação, manter o bom senso é sempre o melhor caminho para a proteção dos pets e também das pessoas que estiverem ao seu redor.

Regras de condomínio

A síndica profissional Vanessa Rangel, que atende sete condomínios na capital paulista, ressalta que a comunicação é uma das maiores aliadas para uma boa convivência entre os moradores. Ela explica como faz para garantir que o transporte seguro dos pets seja efetivo nos prédios que gerencia.

“No regulamento interno dos condomínios há a informação de que os condôminos devem utilizar exclusivamente o elevador de serviço para o transporte dos pets. Quando eles são de pequeno porte, sugerimos que sejam levados no colo. Já o uso da guia é obrigatório nas dependências do condomínio, independentemente do porte do animal. O único espaço onde esta regra é flexível é no espaço pet”, afirma.

A profissional ainda explica que quando há uma recorrência de infrações, sua equipe faz um reforço na comunicação.

“Quando há infração das regras estabelecidas, nós fazemos o reforço das orientações com campanhas. Colocamos avisos nos monitores de mídia dos elevadores e nos grupos de comunicados em aplicativos de mensagens”, diz.

Falta de atenção pode causar acidentes

Mesmo com toda a comunicação e esclarescimento de dúvidas, nem sempre a mensagem chega clara aos condôminos. Vanessa revela que já ocorreu um acidente grave em um dos condomínios que administra devido à falta de atenção de uma tutora.

“Uma vez, uma moradora estava com o cão dentro do elevador e soltou a guia para mexer no celular. Acabou que a guia ficou presa na porta do andar e quando o elevador desceu, o cachorro ficou preso e se asfixiou. Ele foi para o hospital e não resistiu. Neste sentido, é importante evitar o uso do celular enquanto estiver com o pet e manter a guia firme bem firme na mão”, orienta.

A síndica traz outro exemplo de desatenção: ela conta que tem lidado com uma moradora que não respeita as regras do uso da guia, mesmo que a condômina já tenha sido multada pelo descumprimento do regulamento.

“Ela justifica que não pode usar a guia no pet por conta da cadeira de rodas que a mãe que tem Alzheimer usa. Contudo, mesmo quando ela não está com a mãe, ela não utiliza a guia. Ela já recebeu três cotas condominiais como multa à infração”, conta a síndica.

Um morador pode receber seis cotas condominiais, quando se a atinge a cota máxima. Neste cenário, é possível convocar uma assembleia “com pauta específica” em que é solicitado explicitamente ao condômino que respeite a regra ou retire o pet do condomínio, segundo Vanessa.


As regras na prática

A chefe de produção Patrícia Neves tem três cachorros,  os Dachshund de pelo longo - mais conhecidos como 'salchicha' , Bono e Betina, e a Piebald, Margot. Ela utiliza as redes sociais para mostrar a rotina com os pets, as viagens e dar dicas para quem quer ter os cães de raça.

Patrícia conta que ela precisa ter cuidado com três animais ao mesmo tempo, quando vai a lugares o públicos, dá preferência em utilizar o  carrinho de bebê.

“Como eu não tenho apenas um pet, mas três, costumo usar o carrinho de bebê, já que andar com eles é como andar com um bebê. Eles não têm noção dos perigos. Como eles são pequenos, o ideal é levar no colo, mas no meu caso é mais complicado pelo fato de serem três. Nesse caso utilizo o elevador”, explica. 

Por conta dos carrinhos, a tutora revela que costuma receber “alguns olhares tortos”, o que gera uma inibição na hora de levar os pets para passear. Com isso, para trazer mais segurança aos animais, a chefe de produção diz que prefere usar carrinho fechado com tela protetora.

“Eu costumo usar o carrinho fechado, com uma tela protetora que permite a visão deles para o exterior e a nossa visão para o interior, para evitar conflitos com outras pessoas, além de não permite que ninguém coloque a mão neles”, diz Patrícia, que completa: “Nem sempre eles querem ser tocados e, por eles serem pequenos, muitas pessoas querem colocar a mão”.

Patrícia finaliza dizendo que, quando precisa, ela se impõe: “Quando eu vou entrar no elevador e já tem passageiro eu não entro, agora, se eu já estou no elevador eu continuo, afinal, se eu estou ali é porque o local é pet friendly”.

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