Quando o assunto é adestramento canino é provável que muitas pessoas pensem, em primeiro lugar, em cães realizando truques legais, como dar voltinhas, se fingindo de morto, praticando atividades esportivas, entre outros truques daqueles de “impressionar a família”, mas tudo vai muito além disso.
O adestramento comportamental, como o nome já diz, é diretamente relacionado à maneira como o cachorro irá se comportar no dia a dia, em diversas situações: desde um dia comum em casa, um passeio no shopping ou até aquela visita ao veterinário.
É comum também que se pense em educar um pet desde os primeiros dias de vida, mas o treinamento é fundamental para corrigir comportamentos inadequados de animais já adultos – como cães adotados com mais idade e que precisam se adaptar a um novo ambiente e estilo de vida.
Por mais dicas que se possa ver pela internet, para ensinar comandos básicos ou acostumar o animal a usar uma caixa de transporte, o trabalho de um adestrador comportamental profissional é indispensável e pode fazer muito bem para a saúde psicológica, não apenas do cachorro, como de toda a família, melhorarando a convivência de forma geral.
Como escolher um bom adestrador para o cachorro
O primeiro passo para escolher um bom adestrador comportamental é buscar referências, conversar com outros tutores que sejam ou já tenham sido clientes desse profissional. Conhecer o histórico do adestrador é fundamental, também sua reputação e quanto tempo ele está no mercado.
É importante saber quais são os métodos usados por esse adestrador, ter ciência de onde ele aprendeu, se fez cursos de especialização – e quais cursos fez.
“É importante saber que a profissão não é regulamentada, então o tutor deve levar em consideração a experiência do profissional. Apesar de haver diversos cursos, o treinamento de cães ainda adapta muito da psicologia humana, somada ao conhecimento do profissional sobre os cães”, explica o adestrador comportamental André Almeida.
Os melhores métodos
O reforço positivo é o mais recomendado por muitos especialistas em comportamento animal. Esse método garante que o cachorro irá aprender o que o tutor desejar que ele aprenda, e o papel do adestrador é ensinar o pet a obedecer – sempre dentro dos limites de cada indivíduo, vale ressaltar.
Tudo é feito por repetição e associação, o adestrador dá a ordem e, em seguida, uma recompensa que encoraje o animal a obedecer repetidas vezes, sem que se sinta entediado.
As recompensas usadas nem sempre precisam ser petiscos (inclusive o tutor pode escolher qual será o petisco oferecido, já que entende mais os gostos do pet), carinho, brincadeiras e elogios também são ótimos motivadores e fazem com que o cachorro se sinta feliz após um trabalho bem feito.
“Geralmente os treinadores iniciam com prêmios em alimentação e, após algumas semanas, vai intercalando com reforçadores de atenção verbal, com carinhos e brincadeiras. E, ao final do treinamento, alguns indivíduos precisam dos punidores positivos para controle em ambientes perigosos ou situações fora do controle do indivíduo em treinamento, porém a base feita com os reforçadores faz o pet passar pela situação sem traumas”, afirma o adestrador.
Submissão ou ameaças nunca devem ser usadas para fazer o animal seguir alguma ordem. O cachorro sentir medo durante os treinos está fora de cogitação, isso pode gerar ou piorar eventuais traumas que o animal tenha do passado.
No geral, o reforço positivo dá excelentes resultados e tudo dependerá do modo como o adestrador executa o trabalho. É preciso saber dosar as recompensas, já que o uso exagerado do reforço positivo pode apenas desviar o problema para outra situação e não resolver de fato.
“Treinadores com diferentes ideologias dividiram a classe, muitos usam apenas o que parece bonito aos olhos humanos e isso gera um grande conflito na cabeça dos cães. Técnicas com embasamento científico são muito bem-vindas, as mais conhecidas são reforço positivo, reforço negativo, punição positiva e punição negativa. Muitos treinadores abandonaram qualquer tipo de punidor para não ir contra o que os tutores acham bom para o cão que, na maioria das vezes, não entende”, explica André.
Os diferentes métodos associados ao comportamento mostram para o cachorro se um determinado comportamento deve se repetir ou diminuir.
Atenção: quando se trata de correção de comportamento de um cão, termos como “punição positiva” e “punição negativa” podem surgir durante o treinamento, mas isso não significa que o cão está, de fato, sendo punido, para entender melhor esses termos o Canal do Pet pode te ajudar.
Como o adestrador trata cada caso é importante
Antes de iniciar o treinamento, especialmente se for para correções de comportamento, é indispensável que adestrador mostre interesse em entender quais são as necessidades daquele animal – caso o mesmo tutor tenha mais de um cachorro, é interessante conhecer cada um especificamente.
“Costumamos dizer que o adestrador equilibrado é o melhor profissional, ele sabe a hora certa de reforçar um comportamento ou de punir outro que não deve se repetir usando os quatro quadrantes corretamente, e assim vemos o resultado aparecer”, conta André.
Um adestrador que usa a mesma fórmula de treino para todos os animais pode não estar fazendo o melhor, não há uma receita única para isso e cada animal leva um tempo diferente para aprender.
André diz que hoje existem muitos cursos on-line que, na maioria, estão embasados em teorias e não mostram resultados práticos, “alguns até têm depoimentos de casos específicos, mas que geralmente mudam quando a realidade do cão em questão é alterada, podendo não dar o resultado esperado se aplicado para outra família”.
O tutor deve observar ao longo do treinamento se há alguma melhora significativa no comportamento do pet. Porém, assim como o adestrador não deve cravar um prazo, o tutor não deve esperar um milagre e que o problema se resolva de um dia para o outro.
Junto ao tutor, o adestrador deve estabelecer a melhor estratégia para a necessidade daquele animal, que tende a dar resultado no decorrer das aulas.
A relação entre pet, adestrador e tutor
Tão importante quanto o entendimento entre o tutor e o adestrador comportamental, é a relação entre esse profissional e o principal interessado nos treinamentos: o cachorro.
O recomendável é que o tutor participe o máximo possível das sessões de treinamento do pet, mas não somente para assistir, ele deve participar ativamente. O adestrador precisa ensinar também ao tutor como dar continuidade a tudo o que o pet vem aprendendo ou, a longo prazo, não servirá de nada todo o esforço.
Contudo, nas primeiras sessões, a presença constante do tutor pode prejudicar o aprendizado do animal. André explica que, caso o adestrador não concorde que o tutor se mantenha presente, não é um sinal de que esse seja um mau profissional.
“Normalmente o profissional explica tudo o que está acontecendo no treinamento, mas a presença constante do tutor pode tirar o foco do cão e o adestrador pedir que ele se afaste. Nestes casos, a família pode pedir a gravação do início do treinamento até sentir total confiança”, orienta.
O tutor também deve estar atento à reação do cachorro sempre que encontra o adestrador para uma nova aula, se o cachorro ficar feliz ao encontrar o treinador é um bom sinal de que o trabalho está sendo bem feito.
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