Conhecida por seu talento e irreverência como artista, Nany People , 58, é uma das humaristas mais famosas do Brasil, mas, há um outro lado dela que, apesar de não se destacar ao grande público, é um dos grandes traços de sua personalidade: o amor pelos animais.
Nascida e criada no interior de Minas Gerais , o amor e respeito pelos animais sempre esteve presente em sua vida. “No interior a gente tem contato com animais o tempo todo, sejam domésticos, sejam silvestres , sejam de criação [pasto]”, diz Nany ao Canal do Pet . “Em casa a gente sempre teve cachorro, gato, porquinho da Índia , maritaca, entre outros.”
Esse amor e, especialmente, o respeito é algo que vem de berço, garante Nany. “Tenho dois irmãos, estamos todos entre 50 e 60 anos, e todos temos cachorros em casa, e todos [os cães] são criados dentro de casa”, afirma a artista.
“Isso foi algo que a gente aprendeu com a minha mãe. Esse respeito pelos animais”, recorda. “Aprendemos a respeitar o espaço deles e a dar espaço para eles dentro de casa”. Nany conta que seus pets, Aquiles e Aurora, dormem na mesma cama e convivem com ela o tempo todo. Esse hábito das pets permanece com todos os membros da família. “Meus irmãos também são assim.”
“É muito importante, essa coisa de berço, é cultural. Porque a gente aprende, desde criança, a respeitar o outro ser, o seu espaço, o seu direito de ser, de existir. Acho importantíssimo”, continua a artista.
Os pets de Nany People
“Eu cheguei a ter quatro cães em casa: Raí, Sócrates, Graça e Naomi. Todos eles morreram entre 14 e 16 anos de idade. Hoje eu tenho o Aquiles e a Aurora”, conta Nany, ressaltando que todos os pets foram adotados.
“Nunca comprei um pet, nunca comprei um cachorro. Todos foram resgatados da rua, de ONGs e de maus-tratos”, diz Nany que, além de mãe de pet , também é madrinha .
“Eu tenho afilhados que resgatei e dei para amigos. Eu ajudo a custeá-los. Em Minas [Gerais] eu tenho dois: a Vitória e a Belinha. Então eu cuido muito delas, ajudo com a ração, com as vacinas e tudo mais. Eu acho importante dizer isso: eu nunca comprei um pet, eu sempre resgatei. Eles aparecem na minha vida!”
Nany fala também sobre os momentos de despedida, quando um de seus animais se vai. “O momento da perda é muito dolorido e cada um sente de um jeito. A gente sabe que a média de vida deles é de 14, 15, 16 anos. A Naomi foi a que mais durou. Ela ia fazer 16 anos em junho, e faleceu no dia 6 de fevereiro. Vai fazer um ano agora, em 2024.”
A artista conta que, para ela, é como perder um filho: “Eu sinto muito, sempre sinto demais, porque é um filho que vai. Porque o amor que eles deixam para a gente, a entrega, a história que cada um tem com a gente, a personalidade de cada um. É um universo novo que entra na vida da gente. A gente aprende muito com eles.”
“Eu dou a vida para ficar em casa curtindo os [meus] cachorros. Quando alguém pergunta ‘qual é o seu hobby?’, eu digo, o ‘Camisola’s Day’, que é ficar em casa o dia todo com os cachorros, em função deles.”
Os cachorros e os relacionamentos amorosos na vida de Nany People
Os pets não apenas dormem com a tutora; eles têm o seu próprio lugar na cama, e não há ninguém que possa os tirar, garante Nany. “O fato de eu dormir com meus cachorros do lado esquerdo da cama já deixa claro para todo relacionamento que se apresenta na minha vida que eles [os pretendentes] não vão dormir comigo nunca.”
Ela continua: “O namorado vai dormir sempre no quarto de hóspede. Se quiser mesmo dormir do meu lado, vai pôr um colchão no chão do lado da minha cama, mas quem dorme comigo são os animais. Isso já é desde o começo muito bem declarado.”
Com bom humor, Nany é enfática ao responder o que diria se um namorado a fizesse escolher entre os cães ou ele. “Primeiro que ele nunca teria a ousadia de querer colocar uma coisa dessa porque quando ele chegasse na minha vida, chegasse na minha casa, ia saber da importância que os cachorros, meus filhos, têm na minha vida. Então essa pergunta não existiria, não existe a menor possibilidade de ele sequer proferir uma coisa dessa, não tem como.”
A mãe de pet diz que, além de tudo, sua cama é pensada especialmente para as necessidades dos peludos, que são de pequeno porte e teriam dificuldades de subir em uma cama alta.
“A minha cama é japonesa, é baixa porque os animais ficam velhos e não conseguem subir na cama queen. Para não afetar a coluna deles eu já deixo a cama no chão. Tanto em São Paulo quanto em Minas, no meu quarto a cama é no chão.”
Nany, que atualmente faz parte do elenco de programas como "Vai Que Cola", no Multishow, e “Caldeirola”, no Caldeirão com Mion, da TV Globo, conta que, para ela, é um grande sofrimento ter que se ausentar de seus pets.
“Eu sofro demais quando eu fico longe delas”, afirma a tutora. Para resolver o problema, a artista conta que quando precisa se ausentar por mais tempo para as gravações, leva a família toda junto. “Quando eu vou para o Rio gravar o 'Vai Que Cola', vai todo mundo comigo. Nós vamos de carro , aí eu levo a secretária.”
A secretária a qual Nany se refere se chama Zenaide, e a artista diz ter muita sorte por tê-la ao seu lado. “Ela trabalha comigo desde 2007, e está sempre comigo. Então, a gente tem um tratado: quando eu viajo, ela fica em casa com eles [os cachorros]. Quando eu estou em São Paulo, ela está de folga na casa dela. Então, na verdade, elas nunca ficam sozinhas.”
Nany conta que sua “caçula”, Aurora, a Chihuahua de pouco mais de um ano, tem uma relação especial com Zenaide. “Na verdade, ela é louca pela Zenaide.”
Aurora, que tem pouco mais de um ano e meio, foi resgatada em Volta Redonda (RJ). “Ela chegou pequenininha, eu a resgatei e, no dia seguinte, fui gravar o ‘Caldeirola’ e o 'Vai Que Cola'. Ela já foi e ficou com a Zenaide o dia todo. Então ela se sente dona da Zenaide”, brinca.
“Quando eu estou em casa, ela vem para o meu lado. 'A mãe chegou, né?'. Ela sabe que a líder sou eu, mas ela manda na Zenaide, ela domina a Zenaide. Ela não deixa nem a filha da Zenaide chegar perto dela.”
O lado ativista de Nany People
Nany revela que costuma se procurada por ONGs de várias cidades do Brasil e, sempre que pode, faz shows beneficentes para ajudar, embora prefira não fazer disso uma forma de “panfletagem”.
“Quando eu vejo alguma ONG em uma situação específica, eu faço uma doação, eu ajudo anonimamente. Eu resgato quando posso, eu faço show beneficente quando posso, em função de uma ou de outra ONG”, diz a artista, reforçando que prefere manter a discrição sobre o tema o quanto pode.
“É muita demanda, é muito pedido, de muita coisa, não só da causa animal. Em todas as causas tem vaquinhas para ajudar”, conta Nany, ressaltando que procura manter seu foco na causa animal.
“Quando eu vejo uma ONG, um abrigo animal, ou uma pessoa [protetor], eu procuro conhecer, me informar e me inteirar sobre a história. Às vezes eu pago direto para a clínica [veterinária], procuro fazer isso, mando o pix direto. Eu sou muito envolvida com essa causa”, diz Nany.
Ela conta que em seu ciclo de amizade todos são "cachorreiros" e que, apesar da máxima de que "os opostos se atraem", os iguais também devem estar juntos.
“Todos os meus amigos são 'cachorreiros', todos gostam de animais, personalidades [famosos] ou não. Eu os admiro porque se envolvem mais, se envolvem como eu, de parar o carro, de ir atrás, de tentar ver, de pegar, de resgatar, saber o que aconteceu”, enfatiza.
“Porque uma coisa com a qual a gente tem que lutar contra no Brasil é a impunidade com quem abusa de um animal. Toda pessoa que faz mal a um animal, toda pessoa que deprecia um animal tem que ser denunciada. Maus-tratos a animais é crime! Se tem um vizinho que maltrata um animal, se eu vejo uma pessoa maltratando, eu paro o carro, eu vou em cima, eu chamo a polícia, eu faço e aconteço, eu sou dessas.”
Como mensagem final, Nany ressalta a importância de as pessoas passarem enxergar os animais como iguais, e fornecer as devidas condições para que os pets tenham uma vida saudável.
“Tem que cuidar, tem que ter higiene, não pode ter um local insalubre para o animal, o cachorro é um bicho muito asseado, se fez xixi tem que lavar o local, porque não vai fazer xixi no mesmo local de novo, você gosta de deixar o cachorro amarrado no quintal, não existe mais, isso não é de Deus, não é lícito isso. Então você tem que sentir, tem que fazer para o animal exatamente o que faria para você. Se a água está boa para você beber, está boa para o animal beber. Se está bom para você dormir, está bom para o animal dormir. É isso.”
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