De acordo com o veterinário Raphael Clímaco, os dalmatas possuem uma predisposição genética a desenvolver a doença crônica renal.
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De acordo com o veterinário Raphael Clímaco, os dalmatas possuem uma predisposição genética a desenvolver a doença crônica renal.

As campanhas de saúde para os seres humanos têm sido ligadas a cores -- como o outubro rosa, do câncer de mama, e o novembro azul, de câncer de próstata -- com o intuito de reforças a importância de cada tema. Os pets, cada vez mais próximos do jeito de levar a vida das pessoas, não poderiam ficar de fora. Por isso, o março amarelo visa chamar a atenção dos tutores e alertar sobre prevenção e cuidados com doenças renais nos bichinhos .

Tanto os  cachorros quanto os gatos , na maioria das vezes quando já idosos, podem desenvolver a doença renal crônica, que, como o nome já diz, não tem cura e deve ser tratada durante toda a vida do pet.

As principais causas da doença renal estão relacionadas com uma alimentação com muitas proteínas e pouco balanceada, predisposição genética da raça, uso de alguns medicamentos usados por longos prazos, outras doenças que podem causar lesões nos rins, como a leishmaniose , e o envelhecimento dos rins.

Para o médico veterinário Raphael Clímaco , a doença renal é traiçoeira e, por isso, seria importante fazer check-up de saúde com frequência. “Ela é uma doença silenciosa, de evolução constante e lenta. O animal pode estar totalmente normal, comendo, bebendo, urinando, sem nenhuma alteração, sem nenhuma manifestação clínica, sem nenhum sintoma, contudo os rins já podem estar até 75% comprometidos. E é por isso que o check-up é muito importante, principalmente quando o animal atinge a maturidade ”, afirma Clímaco.

De acordo com o veterinário, a partir dos três anos de idade, os gatos e os cães são considerados adultos e, depois dos sete, idosos. A insuficiência renal crônica geralmente acomete pacientes que estão entre o final da fase adulta e o início da velhice. “O ideal é que o tutor faça, pelo menos, um  check-up anual para verificar as marcações renais, para diagnosticar, nos exames de sangue, urina e imagem, se é um caso de doença renal”, explica.

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"O animal pode estar totalmente normal, sem nenhum sintoma, mas os rins já podem estar até 75% comprometidos", afirma Raphael Clímaco

Caso a doença seja descoberta tardiamente, os principais sintomas da doença renal crônica são muita sede, que pode ser verificada no aumento da ingestão de água, aumento da frequência e volume de urina , indisposição, falta de apetite, emagrecimento, vômitos e diarreia com sangue e mau hálito.

Caso seja detectada a doença renal, a partir de exames clínicos, o veterinário deverá prescrever remédios e uma alteração na alimentação dos pets.

Sobre a alimentação

De acordo com o veterinário Flávio Silva,  as rações super premium ou premium especial devem sempre fazer parte da vida do pet para garantir cuidados preventivos com a saúde dos bichinhos. “Um alimento de baixa qualidade pode impedir um bom desenvolvimento da imunidade e facilitar o surgimento precoce da doença renal”, explica Silva.

No caso da doença já diagnosticada, os veterinários costumam associar o tratamento com ajustes na alimentação. Segundo Silva, a  mudança da dieta pode minimizar os sintomas da doença e garantir que o animal tenha uma sobrevida de até dois anos. "A alimentação é um importante coadjuvante no tratamento, ajuda a diminuir a progressão da doença e proteger o tecido renal que permanece saudável".

Nesses casos, a ração indicada possui formulação equilibrada, com teor reduzido de fósforo, altos níveis de ômega 3, baixo teor de sódio, alto teor de potássio, entre outros elementos. Algo tão diferente da alimentação comum que tais rações só devem ser adotadas sob prescrição médica. 

Além da comida, a ingestão adequada de água também ajuda a manter a saúde do trato urinário. “Água limpa e fresca deve estar sempre disponível ao animal e o tutor precisa ficar constantemente alerta, já que o doente renal crônico pode ficar desidratado facilmente”, afirma Silva.

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