Adotar um filhote é tudo de bom, traz um novo ar e muita alegria para a casa, seja um cachorro ou um gato. Mas, especialmente para quem está adotando o primeiro animal de estimação, surgem muitas dúvidas em relação aos cuidados, principalmente no que diz respeito à alimentação do animal que, sem dúvida, é um dos fatores mais importantes.
É muito comum que o novo tutor se preocupe sobre o que pode ou não oferecer ao animal, se deve ou não variar no cardápio, entre outras, afinal, é um animalzinho que está em pleno desenvolvimento e precisa de todo o cuidado possível.
Mas, afinal, os filhotes precisam de um alimento diferenciado? A resposta é sim! Assim como nós, os animais de estimação têm necessidades de nutrientes e energia que vão mudando em cada fase da vida, e os filhotes precisam de uma alimentação específica para que cresçam fortes e saudáveis. E algo importante a ressaltar é que uma boa alimentação ajuda, inclusive, na melhor eficácia das vacinas que eles recebem nessa fase.
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"Oferecer um alimento adequado para a idade do pet é garantir que todas as necessidades sejam atendidas de forma adequada, promovendo saúde e bem-estar em qualquer que seja sua idade. Mas, no caso dos filhotes, essas necessidades são ainda maiores do que nos animais adultos ou seniores”, diz a veterinária nutricionista Mayara Andrade, da GranPlus.
“É uma fase da vida dos pets que requer uma atenção especial dos tutores porque eles têm necessidades específicas, por exemplo, de proteína, gordura, vitaminas e minerais, como cálcio e fósforo, importantes para o desenvolvimento dos ossos e dentição, que são maiores devido ao processo de desenvolvimento e crescimento do filhote", explica Mayara.
Como a alimentação ajuda na eficácia das vacinas
Para Letícia Tortola, médica-veterinária da Royal Canin, a nutrição influencia na saúde e bem-estar dos filhotes como um todo, mas particularmente, tem um papel essencial na imunidade, colaborando na resposta vacinal e apoiando nos desafios que o filhote pode passar ao longo da infância.
“Nas primeiras horas de vida de um filhote, a mãe transfere imunidade por meio dos anticorpos presentes no colostro . Mas o sistema imunológico de um filhote leva várias semanas a meses para amadurecer completamente, e esses anticorpos não duram para sempre, pois à medida que os filhotes crescem, a proteção pelos anticorpos maternos começa a diminuir. Durante esse período, os filhotes não são capazes de produzir anticorpos suficientes por conta própria para compensar essa lacuna, por isso é primordial que o pet esteja com a carteirinha de vacinas em dia para que tudo ocorra bem com sua saúde”, diz Letícia ao Canal do Pet.
Letícia aponta que as vacinas reforçam as defesas naturais dos pets e previnem doenças contagiosas que, em muitos casos, podem ser fatais. “Algumas vacinas são obrigatórias, outras são recomendadas. As primeiras vacinas serão seguidas por reforços regulares, geralmente anuais, a depender do protocolo que o veterinário estabelece para casa paciente. Os reforços são importantes para uma maior proteção”, diz.
A vacina tem um papel fundamental e uma nutrição adequada apoia o desenvolvimento do sistema imunológico do gato e do cão filhote. “Desta maneira o tutor precisa fornecer saúde por meio da nutrição, com uma observação cuidadosa e monitoramento regular do veterinário, a fim de evitar problemas de saúde, nos primeiros meses da vida do filhote, até a idade adulta e além”, destaca.
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Tortola diz que o papel de uma dieta para filhotes é fornecer os nutrientes essenciais para um crescimento saudável e que apoiam as defesas naturais do organismo, como os nutrientes antioxidantes, como a vitamina C, vitamina E, luteína e taurina.
“Vale reforçar que mesmo que o pet esteja saudável, recomendamos fortemente que o tutor leve ao médico-veterinário regularmente para cuidados básicos, monitoramento de peso e um programa de vacinação e vermifugação adaptado”, orienta.
Os nutrientes necessários para uma boa alimentação em cada fase da vida
“Deve-se dar uma atenção ainda maior para a nutrição durante o período de crescimento, pois a forma como nutrimos e cuidamos do filhote influencia sua saúde e bem-estar ao longo de sua vida. O intestino dele está se desenvolvendo, dessa forma eles têm uma predisposição a distúrbios gastrointestinais; a imunidade não está completamente formada. Os filhotes precisam de uma combinação precisa de nutrientes, como aminoácidos, que são os blocos de construção das proteínas, gorduras boas, que são os ácidos graxos da família ômega 3 e 6, vitaminas, minerais e fibras”, pontua Letícia Tortola.
Segundo ela, os pets precisam de uma combinação exata desses nutrientes essenciais que vão apoiar o desenvolvimento do sistema imunológico e do sistema digestivo, além do fortalecimento do cérebro em formação. “A alimentação apropriada para os filhotes deve reunir também uma combinação equilibrada de cálcio e vitamina D, que são essenciais para a calcificação dos ossos e dentinhos”.
“Dessa forma, é extremamente importante escolher um alimento de qualidade para filhotes. Hoje, graças à ciência, temos um amplo conhecimento a respeito da saúde e das necessidades dos filhotes. Escolher um alimento recomendado pelos médicos-veterinários e referenciado cientificamente colabora para o filhote receber os nutrientes que precisa para se desenvolver de forma saudável”, aponta Letícia.
A veterinária exemplifica que o crescimento dos pets é marcado por necessidades de calorias muito altas e é composto por duas fases: “Nos primeiros meses, uma fase de crescimento extremamente rápida, durante a qual a maioria do esqueleto se desenvolve, seguida por uma fase de crescimento mais lento, durante a qual os músculos se desenvolvem. Conforme eles crescem, as necessidades nutricionais dos filhotes começam a mudar e passa a ser necessário um novo alimento para auxiliar o crescimento dele. O alimento precisa ser de alto aproveitamento, alta absorção e excelente digestão”.
Por meio de alimentos específicos para cada um desses estágios, os nutrientes que vão colaborar com a saúde e crescimento saudável dos filhotes.
Até que idade os pets são considerados filhotes?
Ao decorrer da vida do pet o tutor deve ir mudando para uma ração correspondente, por isso outra dúvida comum está relacionada não somente à idade dos animais, mas sobre quando esse pet deixa de ser filhote para se tornar um “adolescente” e um adulto.
De acordo com Mayara Andrade, os gatos são considerados filhotes até os 12 meses. Já os cães dependem do porte, sendo os mini e pequenos até 10 meses; os médios até 12 meses e os grandes até 15 meses.
Letícia complementa: “Cães se tornam adultos em diferentes idades, pois a curva de crescimento é diferente em cada porte”. Os cães considerados de porte gigante, por exemplo, são considerados adultos somente entre os 18 e 24 meses de vida, logo eles podem demorar mais que o dobro do tempo para amadurecer, em comparação a um cão menor.
“Já o crescimento dos gatos é dividido em duas fases, e isso influencia diretamente no alimento a ser fornecido. Na primeira fase, do desmame aos quatro meses de vida, o crescimento dos filhotes felinos é muito rápido e intenso, por isso se faz necessário o consumo de um alimento muito mais calórico. Na segunda fase do crescimento, a partir do 4° mês a curva do crescimento desacelera, o filhote ainda está em fase de desenvolvimento, porém lento e gradativo, a necessidade energética diminui, e ainda é crucial manter um equilíbrio nutricional para o desenvolvimento correto e completo”, explica Letícia.
Como escolher o alimento do pet filhote?
Mayara Andrade indica que os tutores procurem, além de produtos específicos para essa fase, por alimentos enriquecidos com o DHA (um tipo de ômega-3) que é importante para o desenvolvimento cerebral, da visão e das funções cognitivas do filhote. Além disso, é importante buscar produtos que auxiliam também na saúde intestinal dos pets nessa etapa de vida deles.
Outro ponto essencial é que a alimentação adequada para cães e gatos filhotes é importante para se ter sucesso na vacinação, uma vez que os anticorpos são compostos por proteínas. "Ou seja, se a alimentação não está adequada, os pets não terão proteínas suficientes para a produção eficiente de anticorpos para auxiliar na boa formação do sistema imunológico, que atua na defesa e combate das doenças", acrescenta Mayara.
Além das rações secas, os tutores podem incrementar ainda mais a refeição dos filhotes com os sachês, por exemplo, as famosas “rações úmidas”, que também estão disponíveis nas versões para filhotes. Os sachês contribuem com o consumo diário de água, o que ajuda na saúde do trato urinário dos animais e podem apoiar os tutores em adestramentos e indulgências, cada vez mais importantes para uma boa convivência entre pet e tutor.
Além das rações, os alimentos naturais podem ser oferecidos aos filhotes
Letícia diz que os gatos são os que mais se beneficiam com o aumento da ingestão de água, pois são mais propensos a problemas urinários, como os cálculos, pois os felinos não têm o costume de beber muita água.
“Do ponto de vista evolutivo, isso está relacionado aos antepassados selvagens dos gatos que viviam em áreas desérticas e conseguiam concentrar a urina e evitar a perda de água. O tipo de alimento afeta a quantidade de água bebida”, diz Letícia.
Ela explica: “O alimento seco traz diversos benefícios à saúde dos animais, mas contém menos água, os alimentos úmidos também possuem benefícios e a maior parte deles está ligada justamente à grande quantidade de água presente em sua composição, que pode variar de 60 a 90%. Dessa forma, o alimento úmido colabora no aumento indireto da ingestão hídrica, aumento do volume urinário e ajuda na saúde do trato urinário.”
A veterinária ressalta que é sempre importante verificar se o alimento úmido é completo e balanceado, pois só assim ele oferece todos os nutrientes que o animal necessita.
“Dessa maneira [o alimento úmido] pode substituir o alimento seco e ser oferecido como única fonte de alimentação. Podemos também misturar o alimento seco com o úmido essa combinação nomeamos mix feeding ou alimentação combinada”, conta a veterinária, ressaltando que essa mistura irá proporcionar variações de texturas e aromas e, dessa forma, tende a elevar a atração para o alimento.
No caso de oferecer outros alimentos, mesmo sendo naturais, eles devem ser considerados petiscos e não uma fonte de nutrição principal, pois não são completos e balanceados. Por isso, para manter o filhote no peso ideal e não causar nenhum desbalanço nutricional, o indicado é que o tutor converse com o médico-veterinário de confiança e pergunte sobre o que e quanto desse alimento pode ser oferecido.
“Além disso, recompensar seu filhote com carinhos e usando um tom de voz calmo e palavras encorajadoras pode ser muito mais efetivo e mais saudável para ele. Você pode, no entanto, reservar uma porção da quantidade diária do próprio alimento do filhote como recompensa, durante as sessões de treinamento”, explica Letícia.
“O tutor pode garantir a aquisição de alimentos de alta qualidade em lojas especializadas ou com seu médico-veterinário, assegurando assim que seu filhote desfrute de uma dieta equilibrada, contendo todos os nutrientes necessários para o crescimento saudável”, complementa.
Letícia alerta que oferecendo uma alimentação com refeições caseiras, fica difícil avaliar se o animal está recebendo ou não todos os nutrientes de que precisa para ter uma dieta saudável e equilibrada.
“Outra vantagem é a ampla linha de produtos adaptados às características individuais de um cão: idade, tamanho, raça e sensibilidade. Isso é chamado de nutrição-saúde sob medida. Escolha o alimento seco ou úmido, ou ambos, dependendo das preferências e necessidades do seu filhote”, sugere.
Os pets também precisam de um cardápio variado?
Além de oferecer uma alimentação que supra o que o animal precisa para se manter saudável, dar a ele uma certa variedade também é uma forma de aumentar o bem-estar do animal em relação à alimentação.
Muita gente não sabe, mas, assim como os seres humanos, os pets também gostam de variar o cardápio, inclusive os filhotes. Por isso faz toda a diferença para o pet que o tutor proporcione um cardápio diversificado e saboroso.
"Alguns cães, por exemplo, são mais seletivos, com paladares exigentes e, por isso, ter opções de sabores pode ajudá-los a se alimentar melhor”, aponta Mayara.
“Comer é um momento de prazer até para os animais e podemos, por meio da alimentação, oferecer para os pets também essa máxima experiência em sabor. Cada proteína oferecida, como carne, frango ou peixe, conta com nutrientes e benefícios específicos que são complementares, então variar os sabores também é uma forma de enriquecer a alimentação e oferecer ainda mais saúde e longevidade para o pet", completa a nutricionista.
Oferecer uma diversidade de sabores, com alta nutrição, colabora para a saúde e o bem-estar dos pets enquanto filhotes em desenvolvimento e ao longo de toda a vida.
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