A maior recomendação que se dá aos tutores de cães e gatos, independentemente de serem machos ou fêmeas, é que se faça a castração dos pets assim que possível. Contudo, por várias ocasiões diferentes pode acontecer de a fêmea ficar grávida (ou já ser adotada prenha) e o tutor terá que dar todo o auxílio necessário para que a futura mãe tenha uma gestação plena e saudável.
Ao Canal do Pet, a médica veterinária Fernanda Ambrosino explica os cuidados que os tutores precisam ter durante toda a gestação das cadelas e gatas. De acordo com ela, o principal cuidado com as fêmeas em gestação é oferecer uma alimentação de qualidade.
“Nesta fase da vida a demanda energética da fêmea é mais elevada e ela precisa de uma ração com mais calorias, proteínas e cálcio. Além disso, uma alimentação rica em vitaminas e minerais é importante para o desenvolvimento saudável e adequado dos fetos”, afirma a veterinária.
Quando estão grávidas, as fêmeas passam a buscar um canto para que possam se aninhar, outra função importante do tutor é reduzir ao máximo o estresse ambiental, criando um ambiente seguro e confortável para que a fêmea possa fazer o ninho dela.
Durante a prenhês, algumas fêmeas podem ficar mais carentes do que o normal, ficando mais próximas dos tutores e exigindo um pouco mais de carinho. Fernanda alerta para que os tutores tenham bastante cuidado ao pegar as futuras mamães pet no colo e também ao devolvê-las ao chão.
O exame pré-natal em animais de estimação
Ao suspeitar que a gata ou a cadela está grávida, é muito importante que o tutor procure um médico veterinário, algumas fêmeas precisarão de cuidados especiais durante a gestação.
“Assim também é possível estimar a data provável do parto, o tamanho da ninhada, e se é uma eventual gravidez de risco ou não. O pré-natal inclui exames de sangue, ultrassom e radiografia para constatar o número de filhotes”, ressalta a veterinária.
Como saber que a fêmea precisará de ajuda no parto
Fernanda diz que, normalmente, as fêmeas não precisam de auxílio durante o parto, mas o tutor deve ficar atento para intervir se perceber que há alguma anormalidade no processo.
“Se o tempo de nascimento entre um filhote e outro for superior a 2 horas, se as contrações pararem ou ficarem pouco vigorosas, se o tutor perceber que o feto está preso no canal vaginal da fêmea, ou a fêmea apresentar sinais de muita dor ou desconforto, ou parecer estar exausta, é importante levar o animal imediatamente para o veterinário”, alerta.
Quando os filhotes nascem, as próprias mães cortam os cordões umbilicais com os dentes e costumam comer a placenta. Além disso, elas lambem os filhotes para estimular os movimentos musculares e a respiração.
A função do tutor aqui é manter o ambiente bem higienizado e verificar se a fêmea e todos os filhotes estão bem.
Cesariana em cadelas e gatas também pode ser necessário
De a cordo com Fernanda, o procedimento é importante quando as fêmeas têm dificuldade na expulsão natural dos fetos, seja por conformação óssea do quadril ou por gerar filhotes muito grandes. “Mau posicionamento dos fetos ou mau desenvolvimento deles também é um importante motivo que necessita da intervenção cirúrgica”.
Outros motivos que demandam a cesariana são a inércia uterina (quando o útero não contrai), putrefação fetal (quando um feto morre no útero), fêmeas muito jovens ou com a idade mais avançada, antecedentes de partos difíceis (distócicos) e sofrimento fetal.
Algumas raças de cães e gatos também são candidatos à cesariana, como Pug, Buldogue, para os cães, e Birmanês e Persa, para os gatos. Isso acontece principalmente em função da braquicefalia.
“Essa característica anatômica pode promover problemas respiratórios durante o processo do parto e colocar os animais (tanto a mamãe quanto os filhotes) em risco”, afirma a veterinária.
O que o tutor pode fazer para ajudar a fêmea com os filhotes
“Nos primeiros dias as mamães e os filhotes precisam de tranquilidade. É importante separar a mãe com os filhotes dos outros animais da casa para evitar agressões, doenças ou acidentes com os recém-nascidos”, orienta Fernanda. “Os filhotes nascem de olhos fechados e não devem ser separados das mamães até seus olhos abrirem (de 15 a 20 dias de vida). O ambiente também precisa ser limpo com mais frequência”.
A alimentação e hidratação das fêmeas deve ser reforçada neste período, seguindo as recomendações veterinárias, para que a fêmea amamente de maneira adequada os filhotes, e que eles possam se desenvolver de forma saudável
Os cuidados com o puerpério dos pets
Passado todo o período de gestação e parto, é a hora de recuperação, também conhecido como o tempo de resguardo, que não é como o dos humanos.
A médica veterinária Marina Tiba conta que a preocupação com o puerpério das fêmeas não tem muito o fator psicológico, “é uma questão muito mais nutricional, pois durante o período de amamentação, uma cadela, por exemplo, perde muito peso, então é importante olhar para aquilo que ela está ingerindo”.
O tutor precisa procurar ajuda de um médico veterinário para que o profissional indique uma dieta adequada de acordo com as necessidades particulares do pet.
O especialista em nutrição animal, Luis Fernando de Moraes, afirma que “as dietas para prenhês devem conter um teor de proteína equilibrada, maior distribuição calórica de gordura para gerar mais calorias, principalmente no terço final da gestação. A dieta ainda deve conter, além das calorias necessárias, um alto teor de cálcio, pois a deficiência deste elemento pode ocasionar eclampsia nos animais”.
O uso de uma suplementação animal que auxilie na lactação e na formação de leite é importante para suprir a necessidade de todos os filhotes da ninhada. “O ideal é entrar com um suplemento vitamínico mineral que tenha aminoácidos de alta digestibilidade e valor biológico. O uso desse tipo de produto é altamente indicado a partir do terço final da gestação e durante todo o período de lactação”, explica Luis Fernando.
A higiene também é um cuidado bem importante no pós-parto, e uma dica legal é sempre dar banhos com água morna, pois isso auxilia na redução de riscos de infecções causadas por bactérias, tanto para as mamães quanto para os filhotes. “Existem vários perigos que podem ser evitados dessa maneira, como pulgas, carrapatos e sarna. É um cuidado que deve sim ser realizado, como uma forma de proteger não apenas os filhotes, mas também a mãe, que merece atenção especial nesse período”, finaliza Marina.
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