Uma característica bem comum entre os gatos (que já se tornou meme nas redes sociais) e, muitas vezes, é mal interpretada por algumas pessoas é o “mau humor” felino. Muitos gatos são bem carinhosos e adoram estar no colo dos humanos; já outros não apreciam em nada estar no colo ou receber beijos e abraços.
Isso não significa que o gato é do tipo antipático e “gosta da casa, não do tutor”, mas sim um comportamento instintivo do animal. Na natureza, os felinos não têm esse tipo de comunicação que é tão comum para os seres humanos.
A bióloga e especialista em comportamento felino Juliana Damasceno explica que existem várias explicações para o que pode se entender como uma agressividade por parte do felino em relação ao contato humano. Entre as mais comuns está a relação equivocada que o próprio tutor pode ter com o gato.
“Nós humanos nos comunicamos de forma diferente. Nós nos beijamos, abraçamos e quando queremos fazer carinhos em uma criança ou eu um animalzinho, tendemos a pegar no colo, beijar e abraçar”, diz a bióloga ao Canal do Pet. “Isso é uma forma de comunicação humana que diverge muito da forma de comunicação dos gatos”.
Para um gato, isso é extremamente desconfortável. Quando uma pessoa beija um gato, ela está colocando o próprio cheiro no animal e umedecendo o pelo dele. Além disso, o barulho do beijo junto à pressão exercida pelo contato se torna bem desagradável para o pet, que muitas vezes é forçado a ficar no colo.
Juliana alerta que retirar as quatro patas do chão é algo muito desconfortável para os gatos. “Na natureza eles têm duas posições: predador de animais maiores e presa de animais de mesmo porte ou maiores. Quanto nós os retiramos do chão e os contemos no colo, o gato tem a sensação física de que foi capturado. Então ele vai usar a força das patas para tentar se livrar. Essa é uma ação instintiva de defesa”.
Principais causas
- Estresse e ansiedade
- Contato forçado que gera dor e desconforto
- Agressividade por brincadeira
O momento de repouso
Quando os gatos estão em descanso, eles já higienizaram o próprio corpo e retiraram os odores para que possa descansar e ficar em estado de alerta, caso esteja em risco com aquela situação – lembrando que na natureza eles precisam ficar atentos a possíveis predadores.
Quando o gato está descansando e o tutor põe a mão dnle, o animal pode se assustar e ativar o estado de alerta. Além disso, o humano está impondo um contato para o qual o felino não está receptivo naquele momento e ele pode exibir uma certa agressividade, pois essa é a forma que ele tem de se comunicar.
Existem outras formas mais sutis e claras de um gato expressar desconforto, mas que não são entendidas pelos humanos.
“Quando um gato achata uma orelha, mia, eriça o pelo ou bate a cauda de maneira mais abrupta, chicoteando, ele já está mostrando irritação e pedindo para aquele contato cessar. Muitas vezes não entendemos esses sinais e insistimos em um contato físico forçado”, diz Juliana.
Ele estava gostando do carinho, mas ficou agressivo
Também existem gatos mais acostumados ao contato com os tutores, mas que de repente assumem um comportamento mais agressivo.
Juliana explica que esse não é um comportamento que vem “do nada”, mas que esse contato pode despertar no gato a motivação para brincadeiras de caça e luta – que os gatos realizam entre eles - ou até mesmo porque o pet está sentindo alguma dor ou desconforto físico.
“Às vezes o tutor está fazendo carinho e chega em uma área do corpo do gato em que ele sente dor e fica mais protetivo. Os gatos mascaram muito os sintomas físicos, então quando isso acontece é importante que o tutor verifique se não há nada físico e procurar um médico veterinário para fazer um check up”, alerta a bióloga.
Os exames são importantes pois os gatos podem ter questões clínicas que vão se acumulando e que podem demorar a externalizar. “E quando se externaliza, pode ser em sintomas como não levantar mais, não se alimentar ou alterar o padrão de eliminação, por exemplo, e aí a doença já está avançada. É sempre importante ficar atento”, completa.
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