Um comportamento natural dos cães, que muitas vezes é retratado como humor em filmes e séries, mas que deixa muita gente constrangida quando acontece com o próprio cachorro. É comum que os animais se apeguem a objetos, como almofadas, travesseiros ou bichinhos de pelúcia, assim como também acontece de o pet acabar agarrando a perna do tutor – ou, em pior caso, nas pernas das visitas.
Antes de mais nada, é preciso entender que, ao contrário do que se parece, esse tipo de comportamento dos cães não necessariamente significa que os pets são uns pervertidos – até porque eles não têm esse tipo de pensamento. É comum também que cachorros machos montem em cães machos, fêmeas montem em fêmeas e também em machos, animais de outras espécies, e por aí vai.
Para os cachorros, agarrar as pernas das pessoas ou a outros animais é mais uma forma que os pets têm de se comunicar. Com outros cães, por exemplo, pode se tratar de uma brincadeira ou disputa de hierarquia. Cachorros filhotes e adultos costumam repetir os movimentos de cópula em outros animais durante a brincadeira de força e submissão. Este é um comportamento equivalente a “brincadeira de lutinha” que algumas crianças fazem, para ver quem é mais forte.
Essa é uma brincadeira comum entre os cães, mas nem todos eles aceitam e, em alguns casos, pode acabar em briga. Por isso os tutores jamais devem incentivar esse tipo de comportamento – a menos que ambos brinquem sem gerar confusão.
Energia acumulada
Uma razão muito comum pela qual os cães agem dessa forma é para gastar energia acumulada, aliviar o estresse ou mesmo por puro tédio. Neste caso é importante que o tutor sempre estimule o cão com atividades e exercícios para que ele gaste todo o excesso de energia, como passeios e enriquecimento ambiental.
Tutores que têm mais de um cachorro em casa, provavelmente, já notaram que, ao voltar do banho, é comum que um dos cães atormente a vida do outro pet ao tentar montar nele, isso se deve ao acúmulo de energia e agitação que os cães sentem após o banho.
Desmame precoce e falta de socialização
Ao interagir com a cadela mãe e com os outros filhotes de ninhada durante o período de socialização, que se leva de 60 a 90 dias, os cães aprendem a respeitar outros indivíduos e entendem alguns limites durante a interação com outros animais, esse é um processo extremamente importante para a formação dos cães, conhecido como imprinting canino.
O desmame precoce e a não socialização adequada do cão tira dele toda essa interação e, com isso, o filhote não irá aprender a respeitar os limites durante as brincadeiras e poderá criar o hábito de montar em outros animais. Por isso é importante respeitar o tempo mínimo para o desmame dos cachorros após o nascimento e socializar ao máximo o filhote.
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A puberdade canina
Como é comum com os jovens de qualquer espécie, os hormônios também afetam o comportamento dos cães. A maioria dos cães aumenta esse hábito de montar durante a puberdade que, geralmente, se inicia aos seis meses nas fêmeas e aos sete meses nos machos.
Neste período o tutor não deve se espantar se encontrar o pet descarregando as energias em uma almofada do sofá ou mesmo ao ser agarrado a menor distração. Neste caso, a castração pode ajudar em até 70% dos casos, mas nem sempre diminuindo completamente o comportamento.
A castração costuma ser o mais recomendado, já que, além de diminuir os impulsos sexuais dos pets, ajuda a prevenir doenças como câncer, gravidez psicológicas, entre outras. Após a castração, é importante também reforçar os cuidados com a alimentação, já que a dieta de pets castrados deve ser adaptada à nova condição.
A busca por atenção
Alguns cães ainda podem continuar a tentar montar em pernas alheias mesmo após a castração, isso acontece porque muitas vezes o pet associa que, quando agarra a perna do tutor, ele receberá atenção – para os cães, mesmo uma atenção negativa, como uma bronca, é melhor do que atenção nenhuma.
Reforçar esse comportamento com carinho ou petiscos só irá piorar a situação, porém, dar bronca também não é solução – e sequer é recomendado por especialistas em comportamento animal. Brigar com o cão também pode piorar a situação, caso o comportamento esteja relacionado ao estresse.
Como impedir
Uma dica para ensinar ao pet que as pernas das pessoas não é lugar para isso é ensinando o pet a sentar ou deitar, por exemplo. Sempre que ele quiser interagir, o cão irá entender que ele precisa se sentar, e assim terá a atenção que tanto quer. Quando o pet agir de forma correta, ele deve ser recompensado por isso. Vale combinar com todas as pessoas da casa para que uma não acabe “estragando” os esforços da outra na educação do animal , além de ajudar que o cão respeite a todos igualmente.
Uma das maneiras mais simples de evitar que o cão saia agarrando pernas é ir se afastando calmamente e desviar a atenção para outro lado. Semelhante ao treinamento para ensinar o pet a não pular nas visitas.
Ao simplesmente tirar a atenção do cão e ir embora, o tutor ensinará a ele que aquele comportamento está errado e não o aprova. Caso o tutor não consiga resolver o problema sozinho, ou tenha alguma dúvida, é sempre indicado que procure a ajuda de um especialista em comportamento animal.