Existem cães que não se sentem bem quando entram em contato com outros animais ou com humanos. Hostilidade, apego muito forte aos tutores são algumas das características dos pets que não foram adaptados adequadamente a ambientes sociais. Desse modo, por precisarem ser ensinados desde filhotes, muitos tutores se perguntam se é possível orientar um cachorro a socializar, mesmo depois de adulto. Mas o que leva um cão a se tornar um adulto insociável? Segundo o adestrador Lucas Marques, a genética pode influenciar nas habilidades sociais dos pets.
“Às vezes, se os pais daquele cachorrinho são agressivos ou não são sociáveis, um pouco disso passa para o filhote. Porém, o fator determinante que define se o filhote vai ser ou não sociável é o empenho dos tutores e do ambiente. Desde filhotinho, é preciso colocar o cão para conhecer outros cachorros e pessoas que interajam com ele. Ele irá passar a perceber que o mundo não é só ficar fugindo das pessoas ou protegendo a família”, explica.
O adestrador orienta que, desde muito jovens, com dois ou três meses de idade, os cães devem ser apresentados a várias pessoas. Desse modo, o bichinho irá conquistar autoconfiança e irá aprender a confiar no entorno. Quanto mais tempo demorar para ser socializado, mais difícil o pet será quando adulto.
“Quanto mais tempo ele ficar isolado do mundo exterior, maiores serão as chances de ser um adulto agressivo e de atacar ou morder alguém. Então quanto maior o tempo ele demorar para ser socializado, maior será o tempo para converter esse comportamento”, diz.
Apesar de ser mais difícil, ele pontua que é sim possível socializar um cachorro adulto. A tarefa, no entanto, pode ser mais trabalhosa se o pet já tiver mordido ou atacado alguém, uma vez que ele utiliza essa atitude como mecanismo de defesa. “Se, por exemplo, o animal ficou seis anos sem ser socializado, o processo para reverter o quadro será mais duradouro”, afirma.
De acordo com o adestrador, socializar um cão adulto é semelhante a educar um filhote. É preciso conhecer bem o pet, além de criar boas experiências com ele. Levá-lo para conhecer novos estímulos, pessoas e animais também é fundamental. “Você deve leva-lo na casa de algum amigo que goste de cachorros, mas que não vá ficar apertando ou incomodando o cachorro, e sim que irá acariciá-lo devagar e oferecer um petisco. Apresentá-lo a outros cães, que sejam calmos e mais velhos, que não vão querer brincar muito. Fazendo isso iremos criar boas lembranças do pet para com o mundo externo”, finaliza.
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