Cães que carregam a fama de agressivos devido ao seu porte musculoso, o American Pit Bull Terrier, ou simplesmente Pitbull, surgiu da mistura das raças Buldogue Inglês e da já extinta English White Terrier com o intuito de servir em brigas de cães, prática que hoje é proibida.
Mas não se engane. Apesar da “fama de mau”, os cães da raça Pitbull têm como forte característica o companheirismo e a lealdade com os tutores. Cães da raça, inclusive, costumavam ser usados como “babas” para cuidar de crianças.
Apesar de ser um animal forte e resistente, os Pitbulls não estão imunes a uma série de doenças comuns em diversas raças, sendo algumas delas genéticas e hereditária; ou seja, que são passadas para os filhotes e são causadas em consequência do cruzamento indevido.
Além das enfermidades hereditárias, podemos também considerar as doenças de pele, degenerativas e até mesmo as nutricionais. Embora muitas doenças sejam causadas devido à obesidade, o excesso de exercícios para que o “padrão estético” seja alcançado para a raça também é um causador de muitos problemas envolvendo ligamentos e luxações.
Todas as doenças podem afetar cães de diversas raças. Os Pitbulls, no entanto, têm predisposição. Não significa que o pet tem ou terá qualquer uma dessas doenças, mas vale ressaltar a necessidade dos cuidados para prevenir ou tratar o animal o quanto antes.
As principais doenças hereditárias
As doenças hereditárias são passadas de geração para geração, desta forma é importante que o cão diagnosticado com alguma doença do tipo não reproduza, assim impedindo que novos animais venham a nascer com essas enfermidades. Por isso, é importante ressaltar a importância de consultas ao médico veterinário e da castração de animais domésticos.
Lábio leporino
Uma malformação do lábio do animal que pode ser considerada leve ou grave. Quando leve, não causa maiores problemas além da estética. Já em seu estado grave causa forte sofrimento ao cão, necessitando de intervenção cirúrgica para a correção.
Displasia do quadril
A má-formação do fêmur que não se encaixa corretamente à cavidade da cadeira, doença bem comum em cães de grande porte. Não é tão perceptível externamente, mas causa fortes dores ao animal e faz com que o cachorro manque ao andar. Apesar de ser uma doença hereditária, pode ser causada ou agravada com o excesso de atividades físicas.
Luxação ou deslocamento de rótula
Também acontece quando há um excesso de esforço em exercícios físicos. Quando a rótula sai do lugar o animal sente uma dor intensa. Geralmente só há cura com cirurgia ou por meio de tratamento que causa muito sofrimento ao animal.
Degeneração Cortical Cerebelar
Doença do sistema nervoso central que tem como característica principal a necrose ou degeneração das células neuronais do córtex cerebelar. Seu diagnóstico mais preciso ocorre apenas após a morte do animal, por meio da necropsia. Afeta a região da medula espinhal responsável pela coordenação muscular e pelo equilíbrio do animal.
Conchectomia
Não se trata de uma doença, mas do corte cirúrgico das orelhas do animal para assumir um padrão estético. Além de não natural, é crime passível de multa e detenção.
Doenças degenerativas
Doenças que afetam o animal ao longo da vida e, em muitos casos, leva o cão ao óbito. Por isso é de extrema importância que o tutor leve o cachorro de estimação periodicamente ao veterinário, para que seja identificada qualquer doença de forma prematura e, assim, tendo mais chances de tratamento.
Ictiose
Causa o endurecimento das almofadas plantares, dando uma aparência escamosa e oleosa a pata do animal. Doença muito grave que causa extremo sofrimento ao animal e também é hereditária. Demora cerca de dois anos para se manifestar e pode ser confundida com alergias.
Não existe tratamento especifico para a doença, mas podem ser recomendados shampoos terapêuticos e escovações, além de mudança na alimentação. Em casos mais graves, chega-se a recomendar o sacrifício do pet. Importante procurar um médico veterinário antes mesmo de surgir qualquer sintoma da doença.
Hipotireoidismo
Doença causada pela malformação das glândulas de tireoide. Os sintomas costumam aparecer entre os quatro e 10 anos do animal, mas pode se manifestar desde o nascimento em casos de transmissão hereditária. Causa problemas cardíacos, ganho de peso, fraqueza, queda de pelo e depressão.
Deve-se ter acompanhamento constante de um médico veterinário e há tratamento por meio de reposição hormonal. A doença pode levar à morte prematura do animal se não tratada corretamente.
Doenças de dermatológicas
Doenças que podem surgir por diversas razões, como fungos e proliferação de bactérias quando não secos adequadamente após o banho. Os Pitbulls têm pele sensível e precisam de cuidados mais atentos.
Atopia
Uma doença causada devido a alergia a uma série de substâncias e que causa coceira intensa, chegando a provocar feridas e pode até mesmo deixar a pele do animal em carne viva. Entre as substâncias que podem causar a atopia ao cachorro estão a caspa humana, penas de aves, pólen de flores e pó.
Demodicose
Doença causada pela presença do ácaro Demodex Canis, comum em todos os cães em maior ou menor quantidade. A doença também é conhecida como “Sarna Demodécica” ou “Sarna Negra”. O que leva à demodicose é a deficiência do sistema imunológico do animal, que pode ter causa hereditária. Melhor do que tratar é prevenir, por isso oferecer ao animal uma alimentação nutritiva e balanceada é essencial, além de ter as vacinas em dia e, claro, visitas ao médico veterinário.
Micose
Uma doença fúngica (causada por fungos) que pode ser causada pelo excesso de banhos ou caso o animal fique em local com pouco sol, úmido e mal ventilado. Há tratamento e deve ser realizado com um médico veterinário.
Doenças nutricionais
Dermatose sensível ao zinco
Doença cutânea rara, ocorre quando o organismo tem pouca ou nenhuma absorção de zinco. Pode causar feridas, coceiras, descamação e queda de pelos. A doença é tratada por meio de suplementação de zinco, que deve ser indicada por um profissional.
Nenhum animal deve ser medicado sem prescrição médica e tratamentos caseiros não têm comprovação cientifica. Portanto, o tutor deve sempre procurar ajuda de um médico veterinário ao menor sinal de problema com o animal de estimação.