O ato de pintar os pelos dos animais de estimação se tornou uma prática corriqueira em muitos lugares. Tudo começou como um simples hobbie de alguns donos criativos em Tóquio. A intenção era mostrar seus bichinhos estilosos e socializar com outros criadores. Com o passar do tempo, a moda começou a se expandir para Pequim e não demorou muito para migrar para outras grandes cidades do mundo, como Paris e Nova York.
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Hoje, a prática de pintar animais de estimação se tornou um mercado, gerando concursos e atraindo estilistas especializados em tosa e tintura. Cada vez mais surgem ideias criativas e inovadoras. No entanto, existe certa preocupação a respeito desse hobbie: até que ponto é seguro colorir o pelo?
Alguns donos defendem que é uma forma de arte e expressão, não fazendo mal algum ao bichinho. Já outros acreditam que as tintas são prejudiciais a saúde e condenam a prática. Para sanar as dúvidas sobre a coloração do pelo, mostraremos os dois lados da moeda: os perigos da prática e como realizá-la da maneira correta.
Os perigos decorrentes da pintura do pelo
1. Complicações na pele
O método correto de pintar seu animal é procurar um estilista especializado, pois ele possui as produtos corretos e conhece os métodos seguros. No entanto, muitos donos não sabem disso e acabam usado tintar de cabelo humano. Isso é muito perigoso, já que os produtos têm substâncias nocivas que podem trazer problemas irreversíveis.
Quando a tinta entra em contato com a pele, os poros se fecham e impedem que a toxina seja eliminada. Isso irá provocar coceira, irritação, queimadura e outros problemas de pele. Além disso, as reações obrigarão o animal se lamber para aliviar o incômodo, fazendo com que a substância entre em contato com o sistema digestivo. Nessas situações, a chance de causar uma intoxicação é bastante alta.
Há uns meses atrás aconteceu um caso que prova o perigo de usar tinta para cabelos humanos. Uma cachorrinha foi pintada com esse produto e sofreu graves queimaduras químicas. A tinta, forte demais para a pele delicada da cadela, foi corroendo sua derme e fazendo os pelos caírem. Foi preciso três meses de tratamento com medicamentos, antibióticos e anestesias, mas Violet conseguiu sobreviver.
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2. Alergias
Mesmo que sejam usadas as tintas específicas para animais, isso não garante que ele reagirá bem. A pele dos bichinhos é muito sensível, então é muito possível que ele sofra alguma reação alérgica ao produto. Isso só trará sofrimento, dores e complicações para ele.
3. Mudança no cheiro e no comportamento
Trocar a cor da pelagem não é algo natural, podendo gerar consequências no âmbito comportamental. No caso do cheiro, a tinta altera e/ou camufla o odor próprio do animal e isso é uma situação grave. Ele não irá mais reconhecer seu cheiro e os outros bichos não irão se comunicar com ele. Essa rejeição sofrida por outros da mesma espécie gera estresse, ansiedade e problemas de conduta. E o pior, ele não entenderá porque está sendo excluído.
Outra complicação é a alteração no comportamento. A mudança na cor da pelagem pode fazer com que o animal não se sinta ele mesmo, mudando várias atitudes naturais. É bem possível que ele não queira mais passear, brincar e nem sair da cama. Esse tipo de reação é bem parecido quando o pet é tosado.
4. Estresse
O processo de pintar é algo muito angustiante para qualquer animal. Será preciso molhar o pelo, passar a tinta, esperar fazer efeito e enxergar, ou seja, são muitas etapas desgastante. Se o bichinho não tem paciência, ele ficará bem estressado, nervoso e pode até te morder. Precisa ver se vale a pena passar por todo esse sofrimento.
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Pintando os pelos de forma correta
Se você ainda deseja pintar seu cachorro, precisa tomar cuidado e seguir um processo para garantir que não ajam complicações. Primeiro e mais importante: consulte um veterinário. Explique suas intenções e ele dará dicas para pintar de modo seguro. O profissional também analisará a pele e o pelo do seu bichinho, dizendo se ele resiste à tintura. Lembre-se que alguns pets tem a pele muito sensível e jamais poderá ser colorida.
Depois da aprovação do veterinário, o recomendado é procurar um estilista especializado. Seu serviço provavelmente sairá caro, mas ele conhece as técnicas e as tintas corretar para o procedimento. Caso não tenha condições de pagar, existe a opção de fazer em casa.
Na hora de comprar o produto, atenção redobrada. Jamais use tinta de cabelo humano e qualquer outro corante que possa ser tóxico, como anilina de madeira e papel crepom. Como já foi dito, essas substâncias causam problemas graves de saúde e podem levar ao óbito. Compre tinta própria para pelo de animal e faça um teste antes de aplicá-la totalmente.
Uma opção caseira é usar corante de bolo diluído em água. Esse produto é normalmente usado em show e desfiles já que não prejudica a pele e o pelo do animal e, se ele lamber, também não fará mal. Não se esqueça de testar antes para garantir que ele não tenha reação alérgica. Na hora de pintar, lembre-se de proteger o focinho, os olhos e o ouvido para o produto não entrar em contato.
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Por mais divertido que seja ver os pelos do seu animal de estimação, lembre-se que ele não é um brinquedo. Você não pode realizar essa prática por puro capricho e estética, então pense antes de vale a pena. Não se esqueça de garantir que o pet esteja confortável na hora da coloração e que sua saúde não será comprometida.