Notar que o cachorro de estimação comeu o que não deveria é uma situação bastante desagradável para os tutores (embora não seja nada demais para os cães). São vários os motivos que podem levar o cachorro a comer as próprias fezes – o que é chamado de coprofagia.
Alguns cães, no entanto, não necessariamente comem seus próprios dejetos, mas acabam com uma predileção um tanto inusitada a querer frequentar o ambiente da caixa de areia do gato da casa, e isso também tem seus motivos.
A médica veterinária Mayra Susenko aponta como dois fatores fundamentais que levam o cão a desenvolver a coprofagia, que são: fisiológicas e comportamentais.
“Nas causas fisiológicas podem estar relacionados à falta de nutriente, dietas muito restritivas ou doenças que aumentam o apetite, sendo a falta de nutrientes na dieta o principal deles – fator que também pode ser causado por infestações verminóticas. O animal busca suprir a falta de fibras, nutrientes e calorias nas fezes”, diz Mayra ao Canal do Pet.
“Nas causas comportamentais, podemos destacar o tédio, ansiedade e estresse, isolamento excessivo e necessidade de atenção”, complementa.
Há, é claro, outras razões que podem levar a esse comportamento, como as fêmeas que estão com filhotes recém-nascidos - na natureza, o hábito de comer as fezes da cria é normal e ajuda a evitar que predadores encontrem o ninho com filhotes - e cães filhotes que, basicamente, descobrem o mundo com a boca e podem comer de tudo o que encontram pela frente, desde pedras, gravetos, areia, calçados e, também, as próprias fezes.
Mas por que os cães querem comer o cocô do gato?
A razão é mais simples do que parece. Muitos cães podem preferir as fezes do gato porque a ração do felino é mais saborosa e oferece mais proteínas do que a dele.
“Este comportamento pode estar muito relacionado com a deficiência de nutrientes em sua dieta (ração de baixa qualidade, por exemplo), o que faz o animal buscar fibras, bactérias saudáveis para a flora intestinal e outros nutrientes nas fezes de outros animais”, aponta Mayra.
Ou seja, está na hora de mudar a ração do cachorro por uma de melhor qualidade, para que ele não precise buscar o que precisa em lugares tão desagradáveis.
Como identificar e evitar que o comportamento aconteça
Para identificar a causa da coprofagia, Mayra indica levar o cachorro ao veterinário para realizar exames básicos, como o parasitológico de fezes.
“Dependendo da causa identificada, o veterinário pode orientar a utilização de algum medicamento, troca de ração ou até mesmo adestrador – caso entenda que o problema é apenas comportamental”, diz
A melhor forma de prevenir que o cachorro desenvolva a coprofagia é oferecer a ele uma alimentação balanceada e própria para cada fase de vida, tendo também horários regulares e na quantidade e frequência indicadas pelo médico veterinário.
“Além disso, o tutor deve recolher rapidamente as fezes do cão e de outros animais, deixando sempre o local limpo, e proporcionar de maneira adequada distrações, carinho e atenção ao pet”, orienta a veterinária.
Outras dicas importantes
Deixar a caixa de areia do gato em um local fora do alcance dos cães é o mais indicado, e o tutor também pode optar por uma caixa coberta, que dificulta o acesso do cão – mas atenção, pois alguns gatos não se dão bem com caixas fechadas.
Mantenha o cachorro (e o gato) sempre com vermífugo e vacinas em dia, além de sempre oferecer aos pets entretenimento para que não fique entediado.
Caso pegue o cachorro em flagrante, tenha calma. Ter pressa para remover as fezes pode aumentar o interesse do cão e a concorrência por elas. Às vezes, o pet pode estar apenas investigando e não fará mais do que cheirar o local. Apenas o distraia com uma recompensa que chame mais a atenção dele.
Ensine o cachorro a soltar o “petisco proibido” oferecendo a ele uma outra opção. Mantenha uma guloseima, como um biscoito, que o cachorro goste e deixe que ele cheire – mas não o dê a recompensa ainda. Quando ele finalmente desistir de cheirar e se virar, dê o comando “Solta!” e, aí sim, entregue a ele um outro petisco (não o que ele cheirou na sua mão). Assim o pet entenderá que, caso ele solte o que estiver na boca, ganhará algo muito melhor em troca. Essa estratégia também serve para outros objetos que os cães não deveriam pegar.
Lembre-se, jamais puna o cachorro com gritos ou abusos físicos. Tenha sempre paciência com o animal e, em caso de dificuldades, procure a ajuda de um adestrador de confiança.
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