Alguns hábitos dos pets podem ser aversivos aos nossos olhos, como comer as próprias fezes ou atacar a areia do gato, ao menor descuido do tutor. Esse comportamento tem um motivo, entenda.
Nem todos os cães comem cocô, mas esse tipo de comportamento é relativamente comum entre os cães. Isso pode chatear bastante o tutor – ainda mais ao pensar que o pet lambe o seu rosto – mas é preciso entender o que pode estar acontecendo com o animal.
Antes de tudo é interessante deixar claro que, apesar de parecer nojenta e perigosa, a prática não apresenta risco para a saúde do cãozinho, salvo em casos em que as fezes contenham parasitas ou algum transmissor de doença.
Sabendo que pode sim haver riscos e que, claramente, a coprofagia não é uma prática agradável, a melhor indicação é evitar e procurar educar os cachorros que comem as próprias fezes.
Uma explicação simples pode ser ligada ao fato desses animais serem curiosos e até competitivos, quando eles observam o tutor recolhendo o cocô, eles naturalmente se interessam e podem até encarar isso como um jogo de “quem pega primeiro”.
Ao limpar o ambiente para os bebês, as cadelas lambem as fezes dos filhotes. Esse comportamento pode ser observado e depois imitado pelos filhotes, que crescem acreditando que esse é um hábito normal. Uma forma de evitar isso é manter o ambiente onde a cadela e seus filhotes estão sempre limpos.
Uma segunda explicação para os cachorros que comem suas próprias fezes pode estar relacionada à conduta alimentar, o que engloba desde problemas com cães muito gulosos, surgimento de algum distúrbio na absorção de alimentos, verminose até problemas no aparelho digestivo.
O tutor pode alimentar o pet com ração de alta qualidade e rico em fibras que acelera o tempo de trânsito, que resulta em um cocô semelhante ao alimento que foi consumido – o que atrai a atenção do cão.
Alguns especialistas sugerem uma mudança na dieta do pet, que deixe um baixo nível de resíduos do próprio alimento quando são eliminados pelas fezes. Dicas como a inclusão de vegetais e frutas que têm componentes com menor probabilidade de que desperte o interesse do animal em comê-lo.
Ao escolher alimentar o seu cachorro com vegetais como repolho, brócolis, nabos e as couves de bruxelas, de rabano, chinesa e couve flor você consegue fazer com que o excremento do seu cão fique rico em teor de enxofre, o que se torna repulsivo para os cachorros e diminua a sua vontade de se aproximar e comer as fezes.
Além de mudar a dieta do cão para impedi-lo de comer o cocô – seja o dele ou de outro pet – o tutor pode também manter o animal afastado das fezes e manter a calma caso note que o animal acabou colocando as patas em algum.
Para evitar que o cachorro faça isso é muito importante que os tutores limpem as fezes do animal o mais rápido possível, ou leva-lo para se aliviar em um ambiente que não seja o mesmo que o pet vive no dia a dia.
A reação dos donos aos cães comendo cocô também pode desempenhar um papel no desenvolvimento desse hábito em um nível psicológico para o pet. Pois isso torna o animal mais propenso a repetir o hábito caso note que desperta certa reação ao humano.
Em casos de solidão é interessante dedicar um tempo do dia para passear, brincar e oferecer carinho ao cão. Ao dar mais atenção e realizar exercícios, ele gasta energia e saberá o quanto o dono gosta dele. Outra dica é alimentar o seu cachorro mais de uma vez por dia para evitar que ele fique com a barriga vazia e queira matar a fome com cocô.
Para minimizar as chances de que isso aconteça, é indicado que o tutor use técnicas de distração, como ensinar comandos de “sentar” e “ficar”, que podem ser recompensados com petiscos ou algo que agrade ao pet depois que o cocô for recolhido. Mas lembre-se, broncas podem ter efeito negativo e aumentar o estrago.