O corte das asas não deve impedir que a ave consiga voar, é importante que seja feito apenas por um profissional capacitado
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O corte das asas não deve impedir que a ave consiga voar, é importante que seja feito apenas por um profissional capacitado

Nativa da Austrália, a Calopsita pertence à ordem Psittaciformes e à família Cacatuidae. Essas aves começaram a ser domesticadas por volta do século 18 e exportadas para países da Europa e das Américas.

No Brasil, os primeiros exemplares de calopsita chegaram apenas durante a década de 1970. Da mesma família das Cacatuas, as espécies apresentam, diversas semelhanças, mas também algumas diferenças como o tamanho e a variedade de cores.

Outra informação importante é que uma calopsita pode medir entre 30 e 35cm, além de pesar por volta de 120 gramas. Atualmente, existem ao menos sete tipos principais, são eles:

  • Calopsita Silvestre:
  • Considerada a “calopsita original”, dando origem às outras “raças”, tidas como mutações. A calopsita silvestre chama a atenção por seu corpo em tom escuro, cabeça cinza ou amarela e manchas vermelhas nas bochechas;

  • Calopsita Lutino:
  • A variação mais popular da calopsita silvestre. Tem como principais características o rosto amarelado e bochechas em tons alaranjados. No dorso, ao contrário de sua versão “matriz”, a lutino pode ter uma plumagem variando entre o cinza, branco, amarelo, pérola ou canela;

  • Calopsita Canela:
  • Tem corpo em coloração cinza-claro, com detalhes em cores marrons ou canela. Suas bochechas são vermelhas ou alaranjadas e a cabeça, na maior parte, amarela;

  • Calopsita Arlequim:
  • Alerquim ou “pied”, como também é chamada, recebeu esse nome devido a sua semelhança com um palhaço. É uma ave nativa dos Estados Unidos e se diferencia por seu corpo branco com tons acinzentados;

  • Calopsita Pérola:
  • Tem coloração perolada, que originou seu nome, e pode variar de intensidade de acordo com a ave. Sua cauda, crista e cabeça são, em maior parte, amarelas.

  • Calopsita de Cara Branca:
  • Tem uma pelagem mais clara na região da cabeça e não conta com a característica mancha vermelha nas bochechas. As penas pelo corpo têm um tom mais acinzentado;

  • Calopsita Albina:
  • Um dos tipos mais raros de calopsitas. Seu corpo totalmente branco se deve a sua falta de melanina. Os olhos são avermelhados e os pés rosados.


Calopsita silvestre: considerada a “calopsita original”, dando origem às outras “raças”, tidas como mutações. A calopsita silvestre chama a atenção por seu corpo em tom escuro, cabeça cinza ou amarela e manchas vermelhas nas bochechas.
Calopsita lutino: a variação mais popular da calopsita silvestre. Tem como principais características o rosto amarelado e bochechas em tons alaranjados. No dorso, ao contrário de sua versão “matriz”, a lutino pode ter uma plumagem variando entre o cinza, branco, amarelo, pérola ou canela.
Calopsita arlequim: alerquim ou “pied”, como também é chamada, recebeu esse nome devido a sua semelhança com um palhaço. É uma ave nativa dos Estados Unidos e se diferencia por seu corpo branco com tons acinzentados.
Calopsita canela: tem corpo em coloração cinza-claro, com detalhes em cores marrons ou canela. Suas bochechas são vermelhas ou alaranjadas e a cabeça, na maior parte, amarela.
Calopsita pérola: tem coloração perolada, de onde se originou seu nome, e pode variar de intensidade de acordo com a ave. Sua cauda, crista e cabeça são, em maior parte, amarelas.
Calopsita de cara branca: tem uma pelagem mais clara na região da cabeça e não conta com a característica mancha vermelha nas bochechas. As penas pelo corpo têm um tom mais acinzentado.
Calopsita albina: um dos tipos mais raros de calopsitas. Seu corpo totalmente branco se deve a sua falta de melanina. Os olhos são avermelhados e os pés rosados.

O que é preciso para ter uma calopsita

Para adquirir uma ave, o tutor deve procurar um criador ou loja especializada devidamente certificados pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Nenhuma ave jamais deve ser retirada da natureza ou ser condenada a viver por toda a vida em uma gaiola.

Os principais cuidados com a saúde de uma calopsita

Ao Canal do Pet , a médica-veterinária clínica em pets não convencionais, Morgana Cavazoti Prado, do Hospital Veterinário Taquaral, explica que, no geral, as calopsitas são aves saudáveis e não costumam ter tantos problemas de saúde em relação à sua genética.

“Na minha rotina, a maior parte das enfermidades se dão por conta do erro de manejo nutricional, levando a ave a apresentar várias consequências, como hepatopatias, alterações de colesterol, triglicérides e hipovitaminose A. Além de acidentes domésticos por manter aves pequenas soltas sem supervisão, além de intoxicações, por exemplo, de metal pesado”, alerta a especialista.

Assim como os “pets convencionais”, como cachorros e gatos, as calopsitas precisam ter um acompanhamento com o médico veterinário. “Indicamos a consulta preventiva anual e exames de rotina de acordo com a necessidade do pet, porém cada caso é diferenciado. Há aves que acompanhamos semanalmente, bimestralmente, varia de caso a caso”, pondera Morgana.

Para o transporte do pet ao consultório, a especialista indica o uso de uma caixa apropriada para a ave, a fim de evitar que o animal sofra de estresse no trajeto. “Hoje no mercado temos a caixa de transporte para calopsitas. Ela possui tela e poleiro, porém, sempre a coloque numa caixa fechada, com ventilação, para evitar estresse e acidentes.”

Calopsita precisa passar

Alguns tutores costumam sair para ambientes externos, seja levando a ave nos próprios ombros, ou em espécies de mochilas ou gaiolas. No entanto, de acordo com Morgana, essa prática não é recomendada.

“O indicado é a ave tomar banho de sol e ter brinquedos de enriquecimento ambiental dentro de seu viveiro. São animais muito sensíveis a estresses externos. Então, barulhos e movimentações diferentes podem fazê-la voar, cair e se machucar”, alerta.

Cuidados com a alimentação da calopsita

De acordo com Morgana, o alimento mais recomendado é a ração, que pode ser encontrada em grandes petshops e lojas especializadas. “Hoje, a indicação aos psitacídeos em geral é a ração extrusada”, diz a veterinária.

“Mix de sementes deve ser evitado oferecer diariamente. Semente de girassol principalmente pelo alto teor de gordura”, continua.

Morgana indica que o tutor ofereça vegetais, especialmente as verduras verdes escuras, quais "as calopsitas demonstram mais interesse", frutas variadas e legumes. Alimentos como pimenta dedo de moça e ovo cozido podem ser ofertados esporadicamente.Para dar um agrado ao pet, de vez em quando, a veterinária indica que o tutor ofereça pipoca preparada sem sal e sem óleo.

É preciso cuidados com a higiene bucal?

A veterinária avisa que não é preciso dar banho, porém o tutor deve deixar água limpa sempre disponível. “Pode ser disponibilizada como ‘banheiras’ em potes de cerâmica, porcelana, plástico ou borrifadores”, diz.

“Lembrar sempre de se atentar às temperaturas do ambiente e da água, nunca em dias frios, e água em temperatura natural nos dias quentes”, pontua.

Quanto a higiene bucal, também não há necessidade, porém, “sempre se atentar se o bico está limpo ou ficando com resquícios de alimento. Isso pode levar a patologias fúngicas ou indicar que algo não está bem com o animal.”

Médica veterinária Morgana Prado
Médica veterinária Morgana Prado
Médica veterinária Morgana Prado

Para o aparo das asas, unhas e bicos, Morgana indica que o tutor não se arrisque a fazer em casa: “O ‘toalete’, como chamamos, deve ser realizado por um profissional porque há várias maneiras de cortar as asas e para evitar acidentes em casa. Na consulta de rotina preventiva, o veterinário já avalia a necessidade desses aparos.”

A vida com uma calopsita

Larissa Atanázio Alves, tutora do Fusca, e Priscila Silva Nunes, tutora do Joaquim, contam ao Canal do Pet um pouco de suas experiências em anos de convivência com suas aves pet.

Larissa se declara uma amante de aves, e revela que já teve três calopsitas. “A primeira se chamava Heloísa, ela amava pessoas do sexo masculino. Acho que ela se identificava com homens, quando via um até assobiava o Hino do Brasil”, conta. “Nós a criávamos com a gaiola aberta, um dia ela voou e acabou morta por um cachorro”, lamenta.

Depois de Heloísa, veio o Zeca que “era meio briguento” e parecia precisar de uma companhia, lembra a tutora. “Minha mãe pegou a Madonna, uma calopsita branca um pouco arisca, mas eles viviam muito bem. Eles tentaram até procriar, mas os ovos não vingaram. Infelizmente, a Madonna morreu. Depois de um tempo, tive a ideia de comprar mais um, o Fusca.”

Fusca, explica Larissa, se deve ao seu amor pelo carro. “Toda a minha família ama, e já que eu não tenho um carro, decidi ter uma calopsita com o nome. Uni meus dois amores”, brinca.

“O Fusca chegou em 2017, quando tinha apenas três meses de idade. Comprei de um criador no meu bairro, quando cheguei lá ele estava super dócil e cantarolando, foi amor à primeira vista”, lembra a tutora.

Larissa Atanázio Alves, a cadela Sofia e a calopsita Fusca
Larissa Atanázio Alves, a cadela Sofia e a calopsita Fusca
Larissa Atanázio Alves
Larissa Atanázio Alves
Larissa Atanázio Alves
Larissa Atanázio Alves
Fusca, a calopsita, quando era um filhote

A convivência entre Zeca e Fusca, duas calopsitas macho, não foi muito boa. “O Zeca era meio encrenqueiro, até arrancou uma unha do Fusca. Ele estava muito infeliz, então eu o dei para minha madrinha, que tem mais cinco aves da mesma espécie. Hoje ele está super bem”, conta.

Larissa lembra da relação de Fusca com sua mãe: “Sempre que ele a via, começava a cantarolar, era uma declaração de amor surreal. Quando ela abria a janela do quarto pela manhã, ele já começava, e se ouvisse a voz dela, ele saía correndo da gaiola e ia até ela, escalando pelas roupas. Era muito lindo!”

Priscila tem o Joaquim, sua calopsita, desde setembro de 2017. “Ele completou seis anos em julho. Eu o comprei de um criadouro, ele já veio manso e tem uma anilha, que é até difícil ver em calopsitas, porque ele era de um criador especializado.”

Os sentimentos dos animais

“Minha mãe faleceu de Covid, depois disso ele não cantou mais, ficou cabisbaixo e até meio arisco. Seus dias já não são mais tão agradáveis”, lamenta a tutora. Ela conta que a tristeza da ave chegou até mesmo a afetar sua saúde.

“Ele começou a ficar com o olho super irritado, e chegou até a perder algumas penas. Então eu o levei até a veterinária, que receitou um colírio e ele melhorou”, conta.

Visitas ao veterinário

Larissa afirma que leva a calopsita de estimação ao veterinário sempre que nota que ela está “diferente”. “Eu o levei quando ele estava com o olho meio estranho e com um pouco de secreção no nariz. Ela [a veterinária] o examinou e verificou que ele estava com falta de vitamina e uma inflamação no olho. Receitou alguns medicamentos e recomendou que ele tomasse ao menos 20 minutos de sol todos os dias. Depois disso, ele ficou bem melhor”, comenta.

Já Priscila diz que nunca levou Joaquim ao veterinário, pois considera difícil encontrar médicos especializados que cuidem de animais exóticos. “Você precisa de um veterinário especializado para isso. Uma vez eu tive um problema com um canário, e eu não consegui encontrar um veterinário especializado para cuidar do pezinho dele, é muito difícil. São poucos [veterinários especializados] aqui em São Paulo”, lamenta.

Joaquim e Clara
Joaquim e Clara
A calopsita Joaquim
A calopsita Joaquim

“O Joaquim é super saudável, ele responde bem as reações do corpo, então eu sempre percebo quando ele está bem, ou quando não está. Pela nossa convivência, eu já tenho esse ‘feeling’”, conta Priscila, que acrescenta perceber como sua calopsita está por meio de suas penas e linguagem corporal.

“Às vezes ele fica muito tempo quieto, muito tempo isolado, aí eu sei que está acontecendo alguma coisa, como quando ele fica resfriado. É questão de convivência e observação, isso é essencial.”

Truques, brincadeiras e a vida com outros pets

“O Joaquim é super mimadinho”, conta Priscila. “Enquanto eu falo, ele fala junto. Ele aprendeu a falar quando tinha apenas seis meses. Primeiro foi a música da Família Addams, depois ele aprendeu a falar o próprio nome, a falar ‘oi’ e muitas outras coisas que eu não entendo”, brinca Priscila.

Ela continua: “Muitas pessoas perguntam como eu o ensinei a falar, mas eu nunca ensinei. Eu converso com ele todos os dias, assim como converso com a minha cachorra. Então ele repete muito das palavras que eu falo com ele. Ele se desenvolveu por meio da nossa convivência”, afirma a tutora, que acrescenta que calopsitas são pets muito carentes e apegados. “Por isso eu deixo ele ficar sempre no mesmo ambiente”, diz.

“Nós tínhamos três cachorras e as nossas calopsitas sempre ficaram soltas. Na verdade, a qualquer sinal de ameaça, são elas que colocavam as meninas para correr”, brinca Larissa. “Hoje temos uma nova cachorra, ela ainda está se adaptando, mas está se saindo bem!”

Joaquim, como conta Priscila, costuma se dar bem com outros animais e com crianças. “Ele é muito curioso, quer chegar perto, quer puxar os pelos [da cachorra], às vezes quer ficar junto, quer cantar, mas a Clara, minha cachorrinha, é que acaba não tendo muita paciência (risos)”. Apesar da boa convivência entre os pets, a tutora afirma que nunca os deixa juntos no mesmo ambiente sem supervisão.

“O Joaquim é muito sociável e eu não costumo ouvir as pessoas falando muito sobre isso”, diz a tutora. “A calopsita pode ser bem agressiva, não é um animal tão dócil, não é um animal que crianças podem pegar o tempo inteiro. Você deve pegar o animal ainda filhote, para que ele realmente consiga se adaptar, se educar e se amansar. O melhor é procurar criadouros qualificados para ter sua calopsita.”

Alimentação e higiene

“Meu pai se autodeclara ‘o cuidador’”, brinca Larissa. “Ele troca o papel da gaiola, limpa, coloca comida, dá alguns petiscos, como semente de girassol, entre outros. Durante a noite, nós tiramos a ração, se não a gaiola amanhece toda suja”

“O Fusca ama pão. Sei que  não é certo comer , então só colocamos a casca, ou torrada. Mas, na verdade, ele não come, só destrói e faz sujeira. O que ele gosta mesmo é de jiló e, às vezes, de banana, porque ele não gosta muito de frutas”, diz.

A gaiola do Joaquim é limpa uma vez por semana, afirma a Priscila. “Eu faço a lavagem, tiro a parte de baixo onde fica o jornalzinho que cai todo o restinho de ração que ele não come. A troca de água e comida é feita diariamente, duas vezes ao dia.”

O corte das asas

Para Priscila, o corte das asas é um tabu. “Muita gente que fala para não cortar as asas, outras pessoas falam que tem um corte específico. Tem até alguns vídeos [nas redes sociais] em que eu mostro o corte das asas e muitas pessoas comentam de forma negativa, é horrível”, lamenta ela, que relata que, devido a sua experiência, achou necessário realizar o corte.

“Antes eu não cortava as asas do Joaquim, e aí ele começava a voar. Certa vez, segui orientações que vi na internet para cortar apenas de uma forma que não deixasse esteticamente feio e ter segurança, então deixei apenas uma asa cortada. Mesmo assim o Joaquim voou, e ficou dois dias perdidos, até que vizinhos o encontraram em uma casa e me avisaram”, lembra a tutora, que esclarece que tem seu próprio método para cortar a asa do pet, de uma forma que não machuque e que ele possa ficar livre pela casa, mas sem levantar voos muito altos.

Hora de dormir

O Joaquim tem uma rotina. “Geralmente as calopsitas gostam de dormir cerca de 12 horas. Antigamente eu não cumpria isso, até que eu comecei a testar e percebi que o Joaquim começou a ficar mais dócil e mais tranquilo durante o dia, então eu recomendo, melhorou muito a qualidade de vida dele. O Joaquim fica livre pela casa, ele vai para onde ele quiser”, finaliza.

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