Os gatos podem exigir um pouco mais de interação dos tutores na hora de brincar, em comparação aos cães
Nikola Bacanek/Unsplash
Os gatos podem exigir um pouco mais de interação dos tutores na hora de brincar, em comparação aos cães

Os brinquedos são parte essencial da vida de um animal de estimação, ajudando não apenas na distração, diversão e educação dos pets, como também atuam como um estímulo para os instintos selvagens que ainda existem, mesmo nesses animais já domesticados há milhares de anos.

Assim como  os cães têm uma relação especial com os brinquedos de pelúcia, que transmitem sensações diferentes de acordo com seu tamanho, formato, textura e sons, para os gatos esses brinquedos também são importantes, porém podem precisar de um “algo a mais” para surtirem o mesmo efeito com os bichanos.

“Muitos tutores de gatos ainda têm dificuldade em saber como brincar com seus pets e isso acaba gerando frustração para ambos”, diz a médica-veterinária Jade Petronilho ao Canal do Pet.

Jade explica que os gatos também gostam de bichos de pelúcia, mas de nada adianta apenas deixar o brinquedo jogado no chão, pois para os felinos, ver algo parecido na rua ou na natureza pareceria simplesmente como um bicho morte e nada atrativo.

“Aqui é preciso levar em conta que gatos são supercaçadores, então, essa ‘caça’ deveria ao menos se mover um pouco para chamar a atenção”, a veterinária pondera.

Qual brinquedo os gatos preferem?

Apenas deixar um brinquedo parado não vai despertar o interesse do seu gato
Juan Gomez/Unsplash
Apenas deixar um brinquedo parado não vai despertar o interesse do seu gato

Não há um tipo perfeito, cada gato tem seus próprios gostos de acordo com sua personalidade, mas, de acordo com Petronilho, uma pelúcia que tenha ao menos a metade do tamanho do gato tende a ser a melhor escolha, já que “ele poderá segurar com as mãos, chutar com os pés e morder”.

“Pelúcias pequenas também podem ser uma boa, já que [os gatos] conseguem carregar com a boca facilmente”, Jade ressalta.

A dica é que se dê opções ao felino, para testar e entender quais são as preferências de cada gatinho – também pode ser feito o uso de catnip e outros atrativos, o que ajuda tanto com brinquedos como para  tornar os arranhadores mais atrativos para os gatos.

Brinquedos automáticos são interessantes?

O formato dos brinquedos não é tão relevante, tudo depende da personalidade do felino
Manja Vitolic/Unsplash
O formato dos brinquedos não é tão relevante, tudo depende da personalidade do felino

Existem diversas opções de brinquedos para gatos, desde os próprios bichos de pelúcia até varinhas que lembram uma vara de pesca, mas algo que todas têm em comum é a necessidade de interação do tutor para que o pet se interesse e brinque junto.

É algo positivo e ajuda a estreitar os laços do humano com o seu gatinho de estimação, mas nem sempre o tutor terá tempo disponível para brincar com o pet, e é aí que os brinquedos interativos entram em cena.

Existem brinquedos como peixinhos, cobras e bolinhas que “brincam sozinhos” com o gato, atraindo a atenção do bichano para aquele brinquedo vivo, mas também pode ter um efeito negativo e se tornar estressante ou mesmo assustador para o gato.

“Alguns gatos são mais receosos e, dependendo de como o brinquedo funciona, se faz muito barulho ou se faz movimentos muito bruscos, pode deixar o gato assustado”, aponta Jade.

Para isso, a solução pode ser simples: “Conhecer o seu pet é essencial para não errar na escolha. Uma dica legal para o gato encarar tudo como algo positivo é oferecer algo que ele goste ao mesmo tempo em que apresenta o brinquedo”.

A psicologia dos pets e seus brinquedos

O indicado é que os brinquedos tenham ao menos a metade do tamanho do pet, para que ele consiga agarrá-lo e chutá-lo como uma
Reprodução/Pxhere
O indicado é que os brinquedos tenham ao menos a metade do tamanho do pet, para que ele consiga agarrá-lo e chutá-lo como uma "presa"

Com os cães pode acontecer de um pet criar um vínculo com seu bichinho de pelúcia, seja por ele ser sua única companhia em um abrigo ou em cadelas não castradas que podem entender essas pelúcias como se fossem seus filhotes.

Com os gatos é mais raro acontecer, mas certos comportamentos precisam ser observados, especialmente ao se adotar um filhotinho.

“Os animais têm um processo, principalmente filhotes, que se chama imprinting ”, explica Jade. “Nele, os bichos tendem a pegar alguma referência naquilo que eles têm contato de primeiro momento”.

“Isso acontece com aves, como os gansos, por exemplo, que não têm um contato com a mãe, às vezes, num primeiro momento, podem começar a fazer imprinting com um humano e segui-lo direto”, explica.

Dessa forma, Jade continua: “O animal faz coisas instintivas que ele deveria fazer com a mãe, mas realiza com o humano”.

Para cães e gatos o processo não é tão evidente e expressivo, mas esses animais podem sim criar um vínculo afetivo com esse tipo de brinquedo quando são retirados de suas mães muito cedo – o tempo mínimo indicado costuma ser de 60 dias, período em que aprenderiam comportamentos naturais da espécie pela convivência com a mãe e irmãos de ninhada para um desenvolvimento mais completo.

“No caso da pseudociese, há semelhanças entre cães e gatos, mas nos felinos é menos evidente do que em cadelas”, explica Jade.

“O ideal é orientar esse pet a não ter um sentimento de posse muito grande relacionado a isso porque acaba comprometendo o bem-estar dele e a vivência com os tutores”, completa.

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