De pelos brancos e bastante carinhoso, o coelho Nova Zelândia — de nome científico Oryctolagus cuniculus — é uma das raças mais difundidas no mundo, por isso é facilmente encontrada em diversas lojas especializadas, inclusive no Brasil.
Apesar de seu nome, esse simpático coelhinho é original dos Estados Unidos , e foi criado em 1919, na Califórnia , como um resultado do cruzamento entre coelhos brancos americanos, coelhos gigantes flamengos e o coelho Angorá. A raça foi oficialmente registrada pela American Rabbit Breeders Association (ARBA) logo em 1920.
Mesmo sendo um ótimo animal de estimação, muito dócil e sociável com seus tutores, infelizmente a raça também é muito utilizada para o consumo de carne e pele, além de pesquisas em laboratório devido a sua boa proporção corporal e desempenho de reprodução.
Características físicas
O coelho Nova Zelândia pode pesar até 5 kg e suas orelhas têm formato de “V”. Os machos da espécie têm o corpo mais arredondado e forte, enquanto as fêmeas são mais finas e delicadas, adquirindo uma papada na região do pescoço quando chegam a maturidade sexual. A expectativa de vida para um coelho da raça é de cerca de 6 anos.
Um coelho Nova Zelândia de raça pura pode ser visto em cores diferentes, como: branca, preta, vermelha e broken (branco com manchas em preto ou vermelho). Seus olhos são, geralmente, castanhos, castanhos escuros e/ou avermelhados.
Os coelhos Nova Zelândia são considerados animais precoces, já que podem pesar cerca de 2Kg com 10 semanas de vida. Em apenas uma ninhada podem nascer até 12 filhotes, o que torna a criação desse animal ainda mais popular.
Comportamento
Um coelho Nova Zelândia é um animal sociável, que gosta de brincar e interagir com seus tutores. Eles precisam de espaço para correr, passear a brincar diariamente — mesmo que não seja um pet de grande porte. Se possível, devem ter acesso a um jardim ou gramado, desde que sejam seguros contra fugas e possíveis predadores.
Quando bem socializados desde pequenos, se adaptam facilmente a convivência com crianças e outros animais de estimação, como gatos e cachorros.
Cuidando da saúde dos coelhos
De acordo com a médica-veterinária Aline Ambrogi, do Centro Universitário de Jaguariúna, os pets não convencionais, como os coelhos, devem ser avaliados por um veterinário especialista a cada seis meses.
Assim como acontece com os porquinhos-da-Índia, não existem nenhum protocolo para vacinação de coelhos no Brasil. Contudo, afirma a veterinária, os tutores podem tomar diversos cuidados, como em relação aos remédios para vermes e parasitas, como pulgas e carrapatos, por exemplo.
“Existem inúmeras medicações para tratar os animais que apresentem endo ou ectoparasitas”, diz Aline ao Canal do Pet . “Caso o pet apresente algum problema para se alimentar, diarreia, alguma queda de pelo ou qualquer outra alteração, o tutor deve procurar um médico-veterinário para a escolha da melhor medicação.”
Precisa dar banho em coelho?
“Os coelhos não precisam muito de banho, já que são muito higiênicos e se limpam constantemente, assim como os gatinhos”, aponta a veterinária. “Além disso, os coelhos não podem ter umidade no pelo, por isso os banhos podem fazer mal a pele deles.”
A veterinária indica que, no lugar dos banhos, o ideal é que o tutor realize sessões de escovações ao menos uma vez por semana, que são importantes para o pelo. Além do mais, os pets amam o carinho.
“Outro detalhe é que alguns coelhos não estão acostumados na hora da contenção para o banho e podem se machucar com algum movimento brusco causado pelo estresse”, alerta.
Como deve ser a alimentação de um coelho
“Como os coelhos são herbívoros, ou seja, que se alimentam de uma dieta baseada na ingestão de vegetais, a primeira orientação importante é que a maior parte da dieta do pet seja a base de feno”, orienta Aline.
Alimentos como ração, frutas, verduras e legumes são adicionais na base da dieta, aponta a especialista. “Os principais problemas de saúde relacionados aos coelhos têm a ver com o erro de manejo e dieta, porque muitas pessoas pensam que eles podem comer somente ração ou cenoura e, na verdade, precisam de feno.”
Aline diz que o tutor pode incluir ainda várias frutas, legumes e verduras, “mas sempre sob orientação de um médico-veterinário especialista”.
“Um bom exemplo é a couve, que eles amam. Porém, tem elevados níveis de cálcio e pode predispor a formação de cálculos. A laranja é ótima fonte de vitamina C, que é essencial para a saúde do sistema urinário desses animais”, recomenta a veterinária, que alerta também sobre alguns alimentos proibidos.
“Já a alface não é indicada para os pets não convencionais. Enfim, cada alimento precisa ser ofertado sob orientação de um especialista”, ressalta.
Cuidados com os dentes e unhas dos coelhos
Ao contrário do que muitos pensam, apesar da semelhança, os coelhos não são roedores. No entanto, seus dentes continuam crescendo constantemente e precisam de auxílio para o desgaste.
“Os coelhos são lagomorfos, não são roedores. Entretanto, os animais desses dois grupos têm como característica que os dentes crescem continuamente e por isso precisam ser gastos com a dieta adequada”, ressalta Aline.
“A mastigação e a roedura fazem com que o desgaste aconteça de forma natural. Caso ele não tenha como desgastar no seu dia a dia, acaba que o dente começa a crescer demais e atrapalha na sua capacidade de se alimentar”, a veterinária alerta.
Segundo Aline, é importante que o tutor ofereça, além dos alimentos, brinquedos que estimulem o desgaste dos dentes.
Já no caso das unhas, elas podem ser aparadas sempre que necessário — quando crescem demais. “Porém, esse também é um sinal de manejo inadequado, já que um coelho que vive em um ambiente correto tem o desgaste natural da unha em contato com o chão”, diz Aline.
A veterinária faz um alerta: “Em casos de corte de unha, procure um médico-veterinário para auxiliar, uma vez que o corte errado pode causar sangramentos intensos no animal.”
A vida com um coelho de estimação
Gabriel de Souza Nunes é tutor de um coelho Nova Zelândia chamado Nicolas Tomilho (Nick, para os íntimos) de 3 anos de idade, e conta ao Canal do Pet sobre a convivência e os cuidados com pet.
“Coelhos, como outros animais, têm comportamentos únicos . Porém, é necessário atenção redobrada em entender suas necessidades — já que não comunicam com latidos, miados é afins”, diz Gabriel.
Ele acrescenta: “O Nick é um animal muito calmo, anda e corre pela casa e já procura um local para se esticar todo.”
Além de Nick, a família de Gabriel tem um cãozinho da raça Shih Tzu chamado Zeus, com quem Nick já teve contato, mas não mantém uma interação constante.
“Coelhos na natureza são considerados presas. Por isso são altamente desconfiados com outros animais, podendo assim se assustar com movimentos rápidos”, diz Gabriel. “O Nick não tem contato direto com outros animais, porém já teve interação através de gradil e acompanhamento, com o nosso cachorrinho Zeus.”
Para o tutor, expor o pet a uma convivência com animais de outras espécies sem ter conhecimento sobre a personalidade de cada um não é algo saudável. “Além disso, os ouvidos são muito sensíveis, então todo o cuidado é pouco para não causar sustos no Nick”, diz.
Cuidados com a alimentação
“Como qualquer animalzinho, é necessário atenção em sua alimentação, inclusive classificando quais alimentos são permitidos e quais não são”, ressalta Gabriel.
Nick tem uma alimentação baseada principalmente em feno, acompanhado por verduras frescas. “Além disso, de forma controlada, no almoço e jantar é disponibilizado ração específica para coelhos, diz o tutor.
Cuidando da higiene
O tutor conta que Nick recebe um acompanhamento de limpeza por meio da escovação dos pelos e utilização de lenço umedecido (próprio para animais) em regiões que realmente necessitam.
“Também é feito um acompanhamento no desgaste das unhas, que quando necessário são cortadas. Podemos dizer que, como qualquer outro animal, quanto mais cedo a interação de cuidados da higiene em casa, maior será a tranquilidade para fazer e menor estresse terá na execução”, afirma o tutor.
Passeios e visitas ao médico veterinário
De acordo com Gabriel, o coelhinho de 3 anos de vida nunca precisou ir ao veterinário por motivos de doença, mas faz visitas de rotina ao menos uma vez ao ano.
Quanto aos passeios, o tutor conta que Nick já viajou com a família para a praia. “Mas antes houve todo um preparo, pesquisamos formas de como realizar [a viagem] de uma maneira que não houvesse estresse para ele.”
“Durante o trajeto foi utilizado uma caixa de transporte [tamanho G] para maior conforto, composto de feno e água”, diz Gabriel, que complementa: “A viagem durou em torno de 1h45 minutos. Ao chegar no destino, foi preparado um local para repouso, baseado em seu local de descanso tradicional em casa.”
Durante a viagem, no entanto, o coelho não teve nenhum contato com o ambiente externo em forma de passeio, afirma o tutor.
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