Ter um cachorro de raça é o sonho de muitas famílias. Os diferentes tipos de Pedigree disponíveis no mercado contemplam requisitos como aparência, temperamento e aprendizagem dos animais, fazendo com que o comprador escolha o tipo de cão que é mais adequado para seu estilo de vida.
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Porém, muitos desses cachorros de raça
acabaram desenvolvendo uma série de doenças genéticas graças aos cruzamentos realizados, principalmente, para criação da raça. O Pug, por exemplo, é um dos cães que mais têm problemas respiratórios por ser braquicefálico e ter o focinho achatado, resultado dos inúmeros cruzamentos entre o Lo-sze, o Pequinês e o Lion Dog.
A maioria das raças que conhecemos hoje tiveram origem semelhante devido a tentativa de chegar a características únicas de aparência ou função. Border Collie, Dachshund e Beagle, por exemplo, surgiram de cruzamentos específicos com o objetivo de ajudar os humanos em atividades como o pastoreio e a caça. Já Akita, King Charles Spaniel, Coton de Tuelar e outras raças acabaram agradando nobres e eles se presenteavam entre si com exemplares, buscando sempre uma raça diferente e nova.
Dessa forma, ao longo do tempo foi-se descobrindo que certo gene, quando combinado com outro, resultava em uma característica específica. Porém, tantas alterações e seguidos cruzamentos acabaram trazendo também problemas de saúde que podem atingir mais uma raça do que outra.
Confira algumas das doenças mais comuns em cachorros de raça
- Displasia do cotovelo: nome genérico dado para diferentes tipos de más-formações nos cotovelos de cães. Boiadeiro Bernês, Terra-Nova, Mastim e outras raças, principalmente de porte grande ou gigante, apresentam o problema com mais frequência.
- Dermatite alérgica e dermatite atópica: a lergias na pele, que levam a vermelhidão e coceiras. A doença é mais comum em raças como West Highland, White Terrier, Coonhound e Fox Terrier de pelo duro.
- Doença hepática veno-oclusiva: caracterizada pela obstrução de pequenas veias ligadas ao fígado. Yorkshire Terrier, Norwich Terrier e Pug costumam apresentar a doença com mais frequência.
- Cardiomiopatia dilatada: acontece quando o músculo do coração, com o passar do tempo, fica mais fino e enfraquecido. Dobermann, Great Dane e Mastim Napolitano são as raças mais atingidas.
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- Estenose aórtica: caracterizada por uma obstrução parcial na saída do sangue de uma das câmaras do coração. Raças como Terra-Nova, Boxer, Bull Terrier e Irish Terrier têm mais chances de apresentar o problema de saúde.
- Epilepsia: ocorre quando descargas anormais de energia no cérebro fazem com que os animais tenham espasmos. O problema costuma acontecer com mais frequência em raças como Leopardo Catahoula, Beagle e Schipperke.
- Meteorismo: quando ocorre um produção excessiva de gases no intestino. São Bernardo, Setter Irlandês, Bloodhound e Great Dane são raças em que a doença é mais comum.
- Hipotireoidismo: a produção demasiadamente baixa de hormônios pela tireóide pode levar o cão a ficar apático e sem energia. Schnauzer Gigante, Setter Irlandês e Keeshond estão mais propícios a terem o hipotireoidismo.
- Catarata: causada por alterações nas lentes do cristalino que acabam ficando opacas. Mini Poodle, Silky Terrier e Griffon de Bruxelas sofrem mais frequentemente com o problema de visão.
- Doença do disco intervertebral: os discos que ficam entre cada vértebra da coluna se deslocam, pressionando a medula, causando dor, danos nos nervos e, em alguns casos paralisia. Dachshund, Bulldog Francês e Pequinês costumam sofrer mais com os problemas de coluna.
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Outras raças também são acometidas por doenças não citadas anteriormente. Os chihuahuas, por exemplo, por serem muito pequenos, podem ter aumento de pressão no cérebro - o que pode ser letal.
Devido a esse histórico e outras variáveis, na Austrália a reprodução de cães e gatos é proibida para venda em lojas. No Brasil, esse mercado movimenta muito dinheiro e atrai pessoas que não tem conhecimento e capacidade para gerir um canil, por isso, canis clandestinos, em condições precárias e com animais tem sido encontrados. Ativistas como Luisa Mell batalham todos os dias para que os cachorros de raça parem de ser reproduzidos.