Parece até piada, mas Fabiola Ladeira garante que o nome de sua cadela é carinhoso: Merdinha. A pet ficou famosa na internet não somente por seu nome, mas pela condição que fez com que ela tivesse sido batizada assim. Merdinha nasceu sem ânus , uma condição chamada atresia anal, uma má formação da parte final do intestino. Além desse problema, a cadela também nasceu sem o rabo, com a patela da pata de trás deslocada e com a bacia atrofiada.
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A chegada da cadela na família de Fabiola foi por telefone. “Uma moça ligou para nós falando que resgatou um filhote de cachorro em uma tempestade de dezembro e que ela tinha algum problema, mas que ela não tinha condições financeiras para arcar com um atendimento veterinário e nos pediu ajuda”, contou ao Canal do Pet.
Claro que a tutora ficou chocada quando o veterinário deu o diagnóstico de Vitória (primeiro nome da cadela). “Ela teve que passar por 3 cirurgias grandes e delicadas, pois estava retendo as fezes. Isso com apenas um mês de idade, ainda muito pequena e muito debilitada com várias infecções”, explica. Como as operações não deram certo, a solução foi fazer uma colostomia na pet , uma abertura no abdômen, por onde as fezes saem.
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Apesar de hoje estar saudável e sociável, não foi fácil para Merdinha se recuperar. “A cirurgia de colostomia foi muito delicada e dolorosa, após o término da operação ela teve uma parada respiratória e precisou ser entubada. Mas com muito esforço dos veterinários ela conseguiu se recuperar muito bem”, comemora Fabiola.
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A colostomia resulta em uma rotina puxada, tanto para a cadela quanto para a tutora. Fabiola conta que a pet tem que usar fraldas e ser trocada no mínimo 4 vezes, com limpeza da área e utilização de pomada para prevenir assaduras.
E com toda essa mão de obra como é feita a alimentação de um cão que não consegue segurar as fezes? “Ela tinha uma dieta normal com ração industrializada, mas para tratar sua leishmaniose optamos pela alimentação natural, com carnes e vegetais”, explica. Tudo isso para melhorar o quadro nutricional de Merdinha.
Apesar de todas as dificuldades da cadela, Fabiola deixa claro que ela vive normalmente, socializa, e é muito feliz. “Ela é amada e cuidada, vive a vida sem achar que tem algum problema”, o que infelizmente não é realidade para grande parte dos animais que nascem com a mesma condição. “A maioria acaba por falecer após a primeira cirurgia”, completa.
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Por fim, a tutora conta como surgiu a história do nome da pet , que é uma piada. “A necessidade de fazer uma brincadeira em um momento que eu e ela estávamos tensas e preocupadas se o problema dela seria resolvido ela poderia defecar como um cachorro normal.” Por mais que seja um palavrão, Fabiola explica que não é um xingamento. “Essa palavra não é ofensiva porque nunca foi dita para ela de forma negativa, mesmo que muitas pessoas me ofendam por ter dado esse nome a ela”, finaliza.