Desde 1992 o Dia Internacional do Animal Abandonado é comemorado no terceiro sábado de agosto. Na verdade, não existe de fato uma "comemoração", mas sim uma conscientização para evitar que cães e gatos, principalmente, sejam abandonados e entrem na estatística da Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com a agência, só no Brasil existem mais de 30 milhões de animais morando nas ruas.
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Segundo Silvana Andrade, fundadora e presidente da Agência de Notícias de Direitos Animais, os períodos em que o abandono aumenta são os de férias – por que os tutores não têm com quem deixar os animais para poderem viajar – e os de crise econômica.
Outro grande problema é o descarte, principalmente de cadelas prenhas. “O abandono de filhotes e fêmeas gestantes é muito grave, já que mescla a insensibilidade de parte da população e a ineficiência do Poder Público na implementação de políticas para o controle populacional de cães e gatos”, completa Silvana.
Fatima Barbosa, da ONG Reciclando o Planeta, diz que a maioria dos pets abandonados são os SRD (sem raça definida) ou os doentes. Ela acredita que a compra de animais financia essa situação. “Ao incentivar a criação, o número de abandono aumenta. Muitos são maltratados para serem matrizes, e sacrificados quando nascem com algum problema”, explica. Além disso, as fêmeas ficam grávidas mais vezes do que podem aguentar, adoecem e não são tratadas, e acabam jogadas nas ruas por não “servirem” mais.
São esses casos de canis não legalizados que pessoas como os de Luisa Mell expõe a exploração pela qual esses animais passam. A ativista já chegou a fazer diversas denúncias, e em um de seus maiores resgates salvou mais de 1500 animais em condições precárias , que eram utilizados para reprodução de diversas raças.
Por causa de tudo isso os abrigos estão cada vez mais cheios, e o protocolo de adoção mais minucioso. A condição financeira do possível adotante é sempre analisada, assim como o local onde a pessoa mora, outros animais que ela já tenha e outros critérios, para que os voluntários tenham certeza de que o pet não será abandonado novamente.
De acordo com Luiz Carlos Negri Filho, veterinário e professor do curso de Medicina Veterinária da Unopar de Arapongas, na hora de levar um novo animal de estimação para casa três passos devem ser seguidos: o local da adoção, o estado de saúde e a adaptação.
1º Passo: O local da adoção
O ideal é procurar por ONGs ou Centros de Controle de Zoonoses presentes na maioria das cidades. São alternativas seguras para adotar, pois as instituições mantêm o histórico e preservam a saúde do animal.
2º Passo: O estado de saúde
Tanto os centros de reprodução, quanto as ONGS e os centros de controle de zoonoses têm o hábito de disponibilizar para adoção apenas animais saudáveis, e muitos destes lugares possuem um médico veterinário com quem é possível se certificar do estado de saúde do pet.
Em caso de animais recolhidos da rua, a consulta com o veterinário é indispensável, porque o risco de enfermidade é maior.
3º Passo: A adaptação em casa
Todo animal precisa de um tempo de adaptação, é necessário que ele perceba que está em um novo lar. Pets que já foram vítima de maus-tratos costumam carregar traumas e exigem maior paciência para que se sintam mais seguros.
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Gatos, principalmente, são mais ariscos em um novo ambiente e por isso é preciso ter calma. Um bom momento para iniciar a conexão e observar a personalidade do pet é o primeiro banho dele. Caso seja necessário um banho logo na chegada, a recomendação é levar o animal a um pet shop de confiança.