Apesar de o ramo de influenciadores pet ser uma “novidade” que surgiu com o advento das redes sociais, os animais de estimação já estão presentes nas mídias mais convencionais há muito mais tempos, por meio de produções de publicidade para revistas e televisão, ensaios fotográficos, entre diversos outros.
O charme e carisma dos bichinhos já chama a atenção em campanhas publicitárias há muitos anos, não somente aquelas voltadas para os próprios pets, mas também instituições de diversos outros segmentos, como bancos, provedoras de internet, lojas de varejo, marcas de eletrodomésticos e de alimento (os tradicionais comerciais de margarina, por exemplo), entre muitos outros.
E não é tão difícil que um pet se transforme em uma celebridade ou na “cara de uma marca”, e se engana quem pensa que só há lugar para os tradicionais cães e gatos. “Temos em nosso elenco animais de diversas espécies e raças, como asinino, ave de rapina, cachorro, calopsita, cavalo, chinchila, coelho, coruja, gato, mini pig, réptil e roedor”, conta a empresária Deborah Zeigelboim.
Ao Canal do Pet, Deborah explica que a rotina de um modelo pet é comparável a de uma criança modelo. “A agência [de modelos pet] funciona como uma ferramenta de divulgação para produtoras audiovisuais. Produtoras, agências publicitárias, fotógrafos e produtores de diversas regiões do país procuram por perfis desejados [disponíveis no catálogo da agência] para produções e apresentam a seus clientes”.
Mas até mesmo os pets que não estão no elenco de nenhuma grande agência podem ter uma chance para o estrelato (quem nunca ouviu aquela história de uma criança que se tornou modelo após ser vista passeando em um shopping?). Foi o que aconteceu com o yorkshire terrier Armandinho, que estampou a embalagem de uma tradicional marca de ração, já fez até comercial de colchão, ao lado da irmã Nina.
“Eles não estavam credenciados em nenhuma agência, mas eu já havia conversado para saber como funcionava para fazer parte do casting”, diz a tutora Patrícia Camargo.
Ela conta que conheceu a equipe de uma agência durante um evento e aproveitou a oportunidade para se informar. “E aí, quando estavam com essa campanha [de uma marca de ração], eles estavam precisando de um Yorkshire, mas o cliente não havia se interessado em nenhum dos disponíveis no casting, e aí eles se lembraram de nós e entraram em contato”.
Patrícia supõe que o motivo que fez com que o pet fosse escolhido foi por ser um cachorro com características mais realistas. “Geralmente, quando você olha em um casting de agência, você vê ‘yorks’ com aqueles pelos bem longos e maravilhosos, o que é muito difícil de manter. Eu acredito que eles [os clientes] queriam um cachorro ‘mais real’”.
Não é só animal de raça pura que tem lugar
Em meio ao catálogo de modelos de uma agência, os clientes (que são as marcas) selecionam aqueles que mais atendem ao perfil desejado, o que pode variar bastante, de acordo com cada campanha.
Deborah explica que não existe um perfil de animal específico, embora cães e gatos continuem sendo os mais queridinhos. “Estamos recebendo muitos pedidos por cães e gatos SRDs (os famosos vira-latas)”.
Outra curiosidade interessante é que as campanhas também podem ajudar animais desamparados a encontrarem novos lares.
“Temos várias parcerias com ONGs de proteção dos animais, já participamos juntos em várias produções publicitárias e institucionais para diversas marcas”, conta Deborah.
O pet foi escolhido, como funciona o trabalho?
Segundo Deborah, que é fundadora de sua própria agência, após o pet ser escolhido, o tutor do animal é consultado. “Havendo interesse e disponibilidade por parte do tutor, trabalhamos a logística de datas e locais para encaminharmos o pet (ou pets) e treinadores para a locação no horário solicitado”.
A empresária explica que em produções audiovisuais sempre há um profissional parceiro para acompanhar os pets agenciados, não apenas para orientar o animal, para que execute o trabalho solicitado, como para garantir a total segurança e bem-estar do pet. “Os tutores estão sempre presentes, e acompanham seus pets em todas as produções”, ressalta.
Os limites dos animais também precisam ser respeitados, por isso não devem ultrapassar o limite de carga horária permitida. “Durante a produção, nos certificamos com produtores que o pet não exceda um período de quatro a seis horas no local”, afirma.
Além disso, os produtores são orientados para que haja um local reservado para que os animais, junto aos seus tutores ou responsáveis, possam aguardar durante a troca de iluminação, cenário, entre outros equipamentos.
Devido a isso, Deborah explica que sua agência evita propostas de produções de médio a longo prazo, como novelas e séries, para que possam garantir o bem-estar dos modelos (geralmente, em produções mais longas, são usados vários animais diferentes para interpretar o mesmo personagem).
“De qualquer forma, as leis que garantem a proteção de nossos animais são as mesmas leis aplicadas em âmbito federal, estadual ou municipal”, afirma.
Como fazer parte de uma agência de modelos
Para tutores que não pretendem esperar um momento de sorte, é possível cadastrar o animal de estimação em uma agência de modelos, mesmo aqueles que não são adestrados (embora seja um diferencial) e independentemente da raça ou espécie.
O conteúdo necessário consiste em um texto com a descrição do pet, como de comportamento, aptidões especiais e/ou experiências prévias, além de imagens e vídeos do animal respondendo a comandos ou ações referentes ao comportamento.
Ao receber o pré-cadastro, a agência faz uma triagem das imagens, que passam por um tratamento para a elaboração de um portfólio com espaço para cotação reservado a produtoras.
“Trabalhamos com vários formatos de produção, não importa o comportamento ou espécie do bichinho. Sendo dócil e se divertindo com o trabalho, é o que interessa”, diz Deborah.
Quanto ganha um modelo pet?
Deborah explica que os valores são negociados de acordo com o tipo de mídia e formato da produção, que podem ser voltados para publicidade, documentário, institucional, corporativo ou impresso.
Outros fatores que influenciam são: a região (cidade e estado), o número de diárias, de animais envolvidos, se o animal é adestrado ou não, entre outros. O valor (diária) estimado para o cachê do animal pode ser de R$ 250 a até R$ 5 mil.
“Mesmo valor se aplica para outras espécies [além de cães e gatos], o que muda seria apenas o período máximo de permanência em sets de produções ou locais de eventos”, afirma Deborah.
Mas é válido ressaltar que estar no portfólio de uma agência não é gratuito, os valores são cobrados em planos de 12 a 36 meses, variando pela quantidade de animais cadastrados. A agência, como explicado no início do texto, tem o papel de aproximar produtores e tutores, além de garantir que todo o trabalho ocorra da melhor forma possível.
“O dia a dia de nossos modelos pet é comparável ao de uma criança modelo. Não há atividades específicas. Apenas em dias de gravação a agência monitora todo o processo remotamente, caso não esteja fisicamente presente na cidade onde o trabalho é produzido”, garante.
Para garantir que o seu modelo pet terá toda a ajuda que precisa, você pode contar com o iG Pet Saúde. Com planos que incluem visitas de rotina, internações, cirurgias, aplicações de vacinas e muito mais. Conheça todas as vantagens de se ter um plano de saúde pensado para deixar o seu pet feliz!
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