A cinomose é uma doença transmitida por um vírus da família Paramyxoviridae, que atinge os cães, especialmente durante os primeiros meses de vida, quando ainda não completaram o ciclo inicial de vacinas e estão com o sistema imunológico mais frágil.
O vírus da cinomose é bastante resistente e pode sobreviver por um longo período em ambientes frios e secos e até um mês em um clima quente e úmido, o que faz da cinomose uma doença ainda mais comum durante o inverno. Uma vez instalado no animal, o vírus pode atuar em todo o organismo.
Apesar de ser mais comum em filhotes, cães idosos, ou mesmo jovens, que estejam com a imunidade baixa também podem ser atingidos e correm um sério risco de morte. Por isso, a importância de uma boa alimentação e de manter a cartela de vacinação do pet sempre em dia.
Como é transmitido
O vírus pode ficar incubado no animal por um período de três a 15 dias, apresentando os primeiros sintomas após uma ou duas semanas. A transmissão pode ocorrer quando o animal entra em contato com mucosas – quando lambe outros cães, por exemplo – pelas fezes, urina, pelo ar contaminado ou mesmo por objetos que foram expostos ao vírus.
Por isso, mesmo que a cinomose não atinja seres humanos ou gatos, estes podem ser agentes transmissores para outros cães, caso tenham contato com a doença. O tempo de transmissão pode levar até 90 dias, por isso é melhor evitar que o cachorro saia ou tenha contato com outros animais em caso de suspeitas.
Animais entre três e seis meses de idade possuem um maior índice de transmissão e algumas raças são apontadas como mais propensas a doenças, entre elas estão os Husky Siberiano, Weimaraner, Greyhound, Malamutes do Alaska e Samoieda. No início dos anos 1950 a raça japonesa Shiba Inu quase foi extinta por um surto da doença.
Sintomas
Os sintomas podem demorar algum tempo a aparecer e se manifestarem de formas um pouco diferentes, dependendo do estado de saúde do animal, o que dificulta o diagnóstico. Para tirar dúvidas, muitos veterinários indicam exames de sangue ou testes de PCR – comuns em exames de DNA e que se tornaram muito populares pelos testes para identificar a Covid-19.
Os sintomas avançam por diferentes fases: a respiratória, com tosse seca ou com secreção (nasal ou pelos olhos, com mucosa em tons verdes ou amarelados), o cão pode apresentar pneumonia e dificuldade para respirar e também apresentar febre.
Com o avançar da doença ela atinge o sistema gastrointestinal do cachorro, provocando falta de apetite, vômitos, diarreia e dores abdominais. Após essa fase, ela atinge o sistema nervoso do animal, que pode começar a andar em círculos sem motivo, ter paralisia, espasmos e dificuldades para andar. A cinomose também pode apresentar problemas de pele, conjuntivite e lesões na retina.
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Tratamentos e cura
A cinomose não conta com um tratamento específico, o que o médico veterinário faz é tratar os sintomas da doença de forma individual, administrando antibióticos, antieméticos, anticonvulsivantes e até pomadas e cremes, para o caso de sintomas de pele.
Uma boa suplementação alimentar também faz parte do tratamento, visando aumentar o sistema imunológico do animal para que outras infecções não se instalem “aproveitando” a fragilidade em decorrência da cinomose.
Quando o animal tem um tratamento adequado e uma boa saúde, ele pode sim sobreviver à doença, contudo a chance de carregar sequelas é quase certa. Tratamentos como fisioterapia e acupuntura ajudam a diminuir estas sequelas e, em alguns casos, reduzi-las a quase zero. Um exemplo popular é o cachorro Bolt, adotado pela advogada Gabriela Prioli, inclusive é possivel acompanhar o tratamento do cãozinho pelas redes sociais.
Prevenção
A única forma garantida de prevenir a cinomose é por meio da aplicação das vacinas (V8, V10 ou V11) que são aplicadas já nas primeiras semanas de vida: sendo a primeira aos 45 dias de vida do animal e outras duas com o intervalo de um mês, após isso, é recomendado que o cão tome uma dose de reforço anualmente.
A vacina possui uma eficacia de até 95%, reforçando que nunca se deve sair com um cachorro para passear ou levar o animal para qualquer local público antes que o ciclo vacinal esteja completo.
Médicos veterinários alertam para que jamais se inicie um tratamento ou medique o animal de estimação por conta própria ou ofereça qualquer medicamento caseiro. A qualquer sinal de suspeita da doença, o tutor deve levar o animal para um hospital veterinário imediatamente.