Geralmente os tutores buscam dar o melhor que podem para os seus pets, como conforto, segurança e bons petiscos, contudo, podem se surpreender com um mal que estava ali, há algum tempo, mas não era visível aos olhos. O problema é que, quando se descobre, muitas vezes já é tarde.
Um desses perigos que acomete os pets são doenças, como o câncer. Mesmo sendo algo difícil de perceber, existem meios para tentarmos se precaver de tempos mais difíceis com os felinos.
Vanessa Muradian, médica veterinária especialista em oncologia, explica que os tipos mais comuns nos gatos são o câncer de pele, como os carcinomas, e o câncer de trato gastrointestinal, como o linfoma.
Os gatos são animais que costumam demorar para demonstrar que algo não está bem e, normalmente, quando demonstram algum sinal, a doença já estará em um grau mais avançado. Por esse motivo, a especialista recomenda que os tutores levem seus pets ao veterinário para fazer check-ups preventivos todos os anos. Para ela, o ideal seria duas vezes ao ano, para que qualquer alteração seja percebida o quanto antes. “Quando falamos de câncer o diagnóstico precoce é sempre melhor”, ressalta.
O tutor também pode ficar atento ao bichano em casa. Entre os sinais mais comuns de que algo possa não estar muito bem são mudanças repentinas de comportamento. Um gato que normalmente é brincalhão fica mais quieto. Diminuição no apetite e, por consequência, a perda significativa de peso, vômitos mais constantes, também estão entre os sintomas.
“O câncer de pele tem uma característica mais específica, que costuma iniciar como uma ferida que não cicatriza, mais comum na face (no nariz, próximo aos olhos) e ponta de orelha”, explica. Nódulos também devem ser avaliados pela possibilidade de ser sarcoma: “Este é um tipo de câncer não tão comum quanto os de pele ou o linfoma alimentar, mas é preciso ficar atento”.
Nas fêmeas há também o câncer de mama, que não é tão frequente, mas que é muito agressivo. “Este tumor pode se desenvolver em gatas de todas as raças, especialmente as adultas ou de idade avançada. A maioria dos tumores encontrados nas felinas é maligno e pode levar à morte se não for tratado precocemente”, diz a oncologista.
Assim como nas mulheres, um jeito de identificar a presença da doença nas gatas e cadelas é fazendo o exame de mama. Nos felinos, essa doença costuma ser muito mais agressiva que nas cadelas, embora não haja uma razão específica para isso.
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Possíveis causas
Vanessa explica que ainda há muito o que se estudar sobre as causas do câncer em animais, mas lembra que entre algumas das causas comprovadas estão a radiação ultravioleta, que causa o câncer de pele – assim como em nós, humanos – e até mesmo o tabaco e a nicotina, por meio da fumaça de cigarro (gatos são fumantes passivos). Além de vírus, como o da leucemia felina, ainda existem outros que não se conhece a causa exata,
Tratamentos
De acordo com a veterinária, há uma gama enorme de tratamentos para câncer em gatos, o tratamento escolhido vai depender de diversos fatores (que serão avaliados pelo médico veterinário). “Podemos citar a cirurgia, quimioterapia, radioterapia, eletroquimioterapia, isolados ou em combinação, como os mais frequentemente utilizados”.
Questionada sobre a agressividade desses tratamentos, considerando os efeitos de uma quimioterapia em seres humanos, por exemplo, a veterinária explica que, apesar de serem usados muitas vezes, os mesmos medicamentos dos tratamentos em seres humanos, as doses são bem menores, por isso os efeitos colaterais são bem mais tranquilos. “Por outro lado, não conseguimos prometer cura. Mas o objetivo principal é o controle da doença e qualidade de vida do gatinho”, ressalta a especialista.
O que fazer com o seu gatinho
A oncologista aconselha que os tutores levem seus gatinhos anualmente para check-up, com exames de sangue e de imagem, como radiografia e ultrassonografia. “Esses exames são importantes para avaliar doenças que ainda estão no início, pois, como dito anteriormente, os gatos demoram a nos mostrar que ‘não estão bem’... e, às vezes, não mostram. Além disso, uma dieta de boa qualidade, vacinas em dia, vermífugo e, claro, a atenção e o carinho dos familiares”, completa.