Um problema muito comum em cães de grande porte é a torção gástrica. Muitos pets de raças como Dogue Alemão , Terranova, Dálmata e outros sofrem com esta condição que se não diagnosticada rapidamente, pode ser fatal.
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Para esclarecer dúvidas sobre a torção gástrica o professor do curso de Medicina Veterinária da Anhanguera de Niterói, Aluízio Nunes dos Santos fala sobre como o problema acontece e o que fazer para evita-lo.
Segundo Aluízio, o maior vilão é a velocidade em que o cachorro grande come. “Quantidades exageradas de alimentos, velocidade de ingestão deles e a prática de exercícios logo após a alimentação são fatores que predispõe a dilatação do estomago seguida da torção deste órgão em seu próprio eixo levando ao comprometimento da vascularização gástrica”, explica.
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E, se não socorrido logo, o pet pode falecer. “É um quadro agudo e emergencial que pode levar o paciente a óbito entre 6 e 12 horas caso não seja diagnosticado e receba implementação de uma estratégia terapêutica”, conta Aluízio.
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Para diminuir os riscos da torção o veterinário recomenda os seguintes passos:
- Fracionar a quantidade de ração, evitando que o animal faça apenas uma refeição ao dia. Duas ou três porções diárias seria o ideal;
- Diminuir a quantidade de líquidos ingeridos de uma só vez inclusive na hora das refeições. Água oferecida em mangueiras faz com que o animal acabe por fim ingerindo ar juntamente com o líquido, levando a distensão estomacal;
- Rações pobres em fibras e com altas taxas de fermentação como amido, grãos e alimentos ricos em hidrato de carbono devem ser evitados para compor a dieta do animal;
- Evitar que o animal se exercite após as refeições como correr e pular.
Sintomas
Aluízio diz que o principal sintoma é o tamanho do abdômen do animal. “A distensão abdominal é marcante, porque o acúmulo de gases faz com que esta parte do animal aumente cada vez mais causando um desconforto. Além disso, o cão pode apresenta dificuldade respiratória, excesso de salivação, aumento da frequência cardíaca, tentativas de vômito e flatulência, palidez de mucosas orais e oftálmicas e apatia.” Em casos mais graves, o pet pode até desmaiar.
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Apesar de ser mais comum em cães de grande porte , a torção não é exclusiva deles. “Existe uma predisposição para animais de raças grandes por causa da anatomia destes animais em que o tórax e a cavidade abdominal são bastante profundos, e isso que agrava a ocorrência desta patologia nestas determinadas raças”, afirma. “Animais de pequeno porte podem ser acometidos eventualmente, porém é mais incomum”, completa o veterinário.