A espinha bífida em gatos é uma anomalia congênita da coluna vertebral. Essa má formação é caracterizado por um fechamento incompleto do tubo neural, ou seja, algumas vértebras que recobrem a medula espinhal não se formam completamente, ficando abertas e sem se fundirem. Quando a abertura é suficientemente grande, pode fazer com que a medula se projete na abertura nos ossos.
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A anomalia se desenvolve durante a fase embrionária, portanto o animal já nasce com ela e pode ser afetado com diferentes graus de gravidade. Atinge não só os bichanos, ocorrendo também entre os humanos e os cães. Em relação à espinha bífida em gatos , costuma se manifestar gravemente quando a coluna do bichano é exposta.
Em outras situações, o problema só é descoberto por coincidência, por exemplo, quando o gatinho precisa tirar um raio-X. Nos casos mais extremos, existe variantes que afetam, em maior ou menor grau, a qualidade de vida dos peludos. É muito importante saber identificar esse problema para conseguir resolvê-lo o mais cedo possível.
Identificando a espinha bífida em gatos
A anomalia pode se manifestar em qualquer lugar da coluna vertebral , mas a parte inferior costuma ser a mais afetada. Geralmente várias vértebras estão envolvidas, apenas em casos leves que uma vértebra é lesionada.
Quando o problema é mais grave, ou seja, a medula é exposta desde o nascimento, o animal fica predisposto a desenvolver meningite ou uma inflamação na cobertura da medula espinhal. Essas complicações decorrentes da anomalia pioram o prognóstico, levando os veterinários a recomendarem o sacrifício do bichinho.
Se a espinha bífida não for detectada logo após o nascimento do gatinho, é bem provável que os primeiros sinais apareçam quando o animal começar a andar. Alguns dos sintomas de que ele sofre desse problema são: paralisia, insensibilidade ou dor na área afetada, fraqueza nas pernas traseiras, balançar ao andar e incontinência urinária e/ou fecal.
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Donos atentos irão perceber logo nos primeiros dias que algo está estranho com o andar do pet. O principal conselho é correr para o veterinário e iniciar o tratamento. Contudo, se você levar o filhote para realizar os exames quando nascer, é muito provável que a anomalia seja detectada.
A raça com maior propensão a ter essa anomalia
A raça Manx é conhecida pela falta completa ou parcial da cauda. Acredita-se que esse bichano tenha sofrido uma mutação genética espontânea há muitos séculos. Como a raça viveu por muitos anos isolada, isso garantiu uma pureza genética muito forte, acentuando os traços genéticos. A perda da cauda foi um deles.
Em geral, esse felino não apresenta problemas de mobilidade pela falta de cauda, mas tem predisposição a ter genes defeituosos. A consequência é o desenvolvimento de anomalias na coluna vertebral, como a espinha bífida.
Por isso não é incomum ver os gatinhos Manx com posturas anormais. Costumam sentir dores ou sofrerem traumas acidentais devido à insensibilidade dos nervos. Além disso, se a medula for exposta durante o nascimento, existe uma grande chance de o peludo contrair meningite. Ou seja, é um risco que os filhotes não conseguem se livrar.
Felizmente, hoje em dia com os avanços da ciência, é possível evitar que os genes defeituosos sejam passados hereditariamente. A maioria dos criadores está tomando muito cuidado para garantir que os bichanos Manx não nasçam com esse problema de saúde.
De qualquer forma, se você tem um exemplar da raça em casa ou pretende adquirir, é imprescindível levá-lo ao veterinário para identificar a existência da espinha bífida. Quanto mais cedo o problema for detectado, melhores serão os resultados do tratamento.
Lembre-se que esses cuidados devem ser tomados independente da raça do seu bichano. Por mais que os Manx sejam predispostos, a anomalia pode afetar qualquer peludo. Leve-o ao veterinário para certificar que seu amigo não foi afetado. Em caso afirmativo, o profissional saberá como garantir qualidade de vida e a boa saúde.
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Prognóstico e tratamento da espinha bífida
Para ter certeza de que o animal sofre dessa anomalia, os estudos radiográficos são a melhor forma de chegar a um prognóstico. O médico costuma pedir mielograma, raio-X com contraste, tomografia computadorizada e ressonâncias magnéticas. Com os resultados dos exames em mãos é possível descobrir a existência de espinha bífida.
A única forma de tratamento é uma cirurgia reconstrutiva. Embora impeça que a medula espinhal seja exposta através da pele, é muito difícil que o cirurgião consiga reconstruir completamente as vértebras afetadas. Além disso, é importante saber que nem sempre a operação é uma solução. Quando o prognóstico é muito grave, às vezes é recomendado o sacrifício.
Formas de prevenção
Infelizmente não existem formas de prevenir a espinha bífida. Por ser uma anomalia de nascença, não existem medicamentos ou tratamentos que consigam evitar isso. O que pode ser feito são estudos genéticos para evitar a reprodução dos espécimes afetados e seus parentes de primeiro grau.
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O papel dos tutores diante da espinha bífida em gatos é levar o peludo regularmente ao veterinário para evitar ser pego de surpresa. Os exames de rotina ajuda a detectar doenças previamente para dar início ao tratamento.