Quem é dono de um cachorro ou gato já deve ter percebido que quando eles comem algo indevido, como a grama do jardim, rapidamente regurgitam tudo que ingeriu. Isso é um mecanismo do corpo para livrar o organismo da substância desconhecida. Dessa forma, o refluxo em cães e gatos não é algo incomum ou anormal, mas não deixa de ser uma condição preocupante.
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Essa reação do corpo é um mecanismo involuntário, que faz o conteúdo do estômago retornar para a boca através do esôfago, podendo ser comida, muco ou fluxos. As causas do refluxo em cães e gatos podem ser congênitas, provocadas por algum medicamento e até mesmo quando a alimentação do pet é alterada.
Não dá para prever quando a regurgitação irá acontecer. Às vezes ocorre alguns minutos após o animal comer, em outras situações pode demorar horas para se manifestar. De qualquer forma, como é uma condição bem comum e que atinge pets de todas as idades, é preciso saber como tratar para evitar o aparecimento de outras doenças.
Vômitos X refluxo em cães e gatos
Muitos donos acabam confundindo o vômito com o refluxo, mas são sintomas distintos e não devem ser tratados como sinônimos. É preciso conhecer as diferenças para saber como tratar cada caso.
O refluxo, por exemplo, não vem acompanhado de náuseas nem de contrações abdominais, sem contar que o conteúdo regurgitado ainda não atingiu o estômago, por isso é um mecanismo impulsionado pelo esôfago .
Já os vômitos são expelidos fora do conteúdo do estômago através do esôfago e depois termina na boca. A causa disso é uma virada de estômago, intestinos, fígado, rim e pâncreas. Ao contrário do refluxo, o vômito é mais fácil de detectar.
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Causas do refluxo em cães e gatos
A regurgitação é mais comum em cães do que em gatos, embora não seja difícil encontrar felinos que sofram desse mal. Existem algumas raças que são mais propensas a desenvolver esse problema, como é o caso do Fox Terrier, do mini Schauzer e do Great Danes. Já entre os felinos, os Siameses são os que mais tendem a sofrer com isso.
Em relação as causas, a condição geralmente surge como consequência de patologias que obstruem o esôfago ou que afetam o processo de deglutição, como alguns problemas na garganta. Existem vários motivos que levam ao refluxo e dentre eles destacam-se a origem genética e congênita, já que os animais podem nascer com mau funcionamento dos órgãos.
Os problemas de garganta, por exemplo, geralmente ocorrem dessa maneira. No entanto, podem também se desenvolver mais tarde por causa de alergias, envenenamento, doenças musculares, câncer, raiva ou a presença de um corpo estranho.
Se o cão ou gato tiver uma lesão ou está com o esôfago obstruído, isso também ocasionará regurgitação após as refeições. Esse problema no órgão pode ser causado por diversas razões, como hérnia hiatal, tumor, câncer, estreitamento do esôfago, megaesôfago ou problemas no sistema nervoso autônomo. Outro motivo que ocasiona problemas nesse órgão é a presença de objetos estranhos alojados.
É preciso levar em conta que a maioria das doenças esofágicas se manifestam principalmente por alterações na deglutição e pela regurgitação. Em algumas situações, podem surgir outros sinais não específicos, como anorexia, halitose, apatia, produção excessiva de saliva e febre.
Os principais sintomas da condição
Para saber como lidar com a situação, é necessário identificar os sintomas previamente para informar ao veterinário. A regurgitação imediata é um dos primeiros sinais de refluxo. Assim que o animal se alimenta, todo o conteúdo é expelido. Não dá nem tempo de chegar ao estômago.
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É normal ele sentir muita dor na hora das refeições. O cão ou gato geralmente chora ou resmunga, ou seja, algum tipo de incômodo será demonstrado durante a alimentação. Dentre outros sintomas, tem a perda de apetite, febre e emagrecimento. Assim que notar qualquer um desses sinais, leve seu amigo direto para o veterinário.
Tratamento
Para que o problema seja tratado, é preciso identificar a causa exata do refluxo. O tratamento é diferente dependo do resultado. Por isso, leve-o ao médico para que o diagnóstico seja feito corretamente. Um dos exames pedidos para avaliar se o pet esta ou não nesta condição é a endoscopia.
A mudança de alimentação costuma ser o primeiro pedido do veterinário, pois pode ser que a comida seja a responsável pelo refluxo. A nova dieta deverá contar com alimentos pouco gordurosos e com teores de proteínas mais baixos. A rotina das refeições também deverá mudar e passar a oferecer pequenas porções ao dia.
Se a causa for algum problema no esôfago, provavelmente serão receitados bloqueadores de ácidos e agentes de revestimento do esôfago. Esses medicamentos irão melhorar a mobilidade gástrica do bichinho. Caso a condição seja diagnostica como uma pneumonia, o tratamento deve ser continuado com remédios à base de antibióticos.
Em alguns casos, pode ser que o pet precise realizar as refeições em posição bípede. O princípio da gravidade irá facilitar que a comida chegue ao estômago, sem ficar parada no esôfago. Essa mudança pode ser fundamental para evitar o refluxo.
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Todas as vezes que o animal for regurgitar, não saia de perto dele. Os alimentos podem sair pelo nariz ou ficarem parados nos pulmões. É preciso estar atento e saber agir se isso ocorrer. Com tempo e o tratamento aplicado de forma correta, logo o refluxo em cães e gatos deixará de ser uma preocupação na casa.