Primeiramente, para entender esta doença, devemos conhecer a função do esôfago. Ele é um canal que conduz o bolo alimentar até o estômago através de contrações chamadas movimentos peristálticos. Todo esse processo leva em torno de dois segundo. Porém, quando o esôfago tem um tamanho maior do que o normal, ele é chamado de megaesôfago.
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Esta dilatação indesejada pode ocorrer por três razões: os músculos do tubo esofágico não se contraem adequadamente, falhando em sua função de enviar o alimento para o estômago; os músculos tem pouco tônus e uma bolsa flácida se forma, aprisionando o bolo alimentar; ou o esôfago é restringido em algum ponto de sua extensão, impedindo que o alimento vá para o estômago. Independente da razão, o megaesôfago
faz com que os movimentos peristálticos parem parcialmente ou totalmente.
Esta condição pode atingir cães e gatos, mas é mais comum entre os caninos. Ela pode ser congênita - o animal nasce com a doença -, adquirido - quando se desenvolve depois de adulto - ou idiopático - aparece a partir de outras enfermidades. As raças que costumam apresentar o megaesôfago com maior frequência são Schnauzer, Pastor Alemão, Dogue Alemão, Golden Retriever e Setter Irlandês.
Sintomas
Cães com esta condição apresentam regurgitação, dor ao deglutir, dificuldades para engolir, alteração no apetite e salivação excessiva. Dentre estes sinais, o mais fácil de notar será a regurgitação. Mas cuidado para não confundir com vômito. A regurgitação é um processo passivo, no qual o alimento cai da boca no animal por força da gravidade. A comida pode escorrer simplesmente porque o cão abaixou a cabeça. Já o vômito exige fortes contrações musculares, frequentemente envolvendo o diafragama e músculos estomacais para esvaziar o estômago. Pode parecer difícil diferenciar, mas existe uma sutil distinção.
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Com o tempo, o dono irá perceber que o cão está emagrecendo muito e comendo quase nada. Repare se ele tentar torcer o pescoço para conseguir engolir o alimento. Fique atento a estes sintomas para que o animal não fique desnutrido.
Diagnóstico
Assim que notar algum deste sintomas, leve o animal imediatamente ao veterinário. O alargamento do esôfago pode ou não ser notado através de radiografia ou palpação, então a endoscopia é uma das melhores opções. Este exame permite visualizar com maior precisão o canal dilatado. O médico pode pedir também exames de sangue, de urina e bioquímicos séricos para tentar descobrir as possíveis causa secundárias do megaesôfago.
Complicações decorrente do megaesôfago
Por conta de regurgitação, o cachorro corre o risco de acidentalmente inspirar alimentos ou fluidos para dentro dos pulmões. Isso pode causar pneumonia secundária. Animais com esta condição se mostram bem doentes, podendo apresentar febre, abandono da comida e entrar em estado de colapso dentro de quatro ou cinco dias. O tratamento costuma ser realizado com antibiótico.
Tratamento
Após o diagnóstico do veterinário, ele irá passar o procedimento adequado para o animal. Não existe um remédio para o megaesôfago, mas em alguns casos a cirurgia pode resolver. Caso não seja a situação, geralmente o tratamento paliativo é o escolhido. A alimentação do cão deve ser feita na posição vertical, ou de forma que as patas da frente fiquem mais altas que as traseiras. A gravidade é que será a responsável por encaminha o bolo alimentar para o estômago.
Cabe ao veterinário informar qual a melhor forma de alimentar o cão. Colocar os pratos de comida em uma escada, de forma que a cabeça e pescoço fiquem mais altos e retos, pode resolver. Ou então será preciso construir uma espécie de cadeirão especial para cachorros. A comida provavelmente terá que ser pastosa - mistura de ração úmida com água - , mas só o médico poderá indicar isso.
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Cães com megaesôfago irão precisar de total dedicação dos donos para garantir todos os nutrientes. Apesar de não ser uma doença curável, o animal consegue ter uma vida longa e feliz.