A epilepsia canina é um transtorno físico que afeta as células neuronais do cérebro, fazendo com que o animal tenha uma crise de movimentos não coordenados chamado de ataque epilético. Essa doença pode ser adquirida de forma genética ou através das sequelas de algum acidente ou problema de saúde.
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Ao contrário do que muitos acreditam, a epilepsia não é uma doença psicológica ou mental. Por isso, os animais com este problema não tem dificuldades de aprendizagem ou deficiência de personalidade. Apesar do ataque epilético , eles conseguem viver normalmente e de forma saudável como qualquer outro pet.
Qualquer cachorro pode desenvolver a doença, mas algumas raças tem mais predisposição por causa do fator genético. É o caso do Golden Retriever, São Bernardo, Pastor Alemão, Beagle, Poodle francês e Sete Irlandês. Se você é tutor de alguma desses cães, é importante ter um acompanhamento médico desde filhote para não ser pego de surpresa.
A epilepsia canina não é uma doença letal, mas é importante conhecer os sinais de uma crise epilética e saber como agir diante da situação. Ter esse preparo pode salvar a vida do seu animal de estimação.
O que são os ataques epilépticos?
Uma crise epilética acontece porque há um excesso de atividade elétrica em alguns dos neurônios do cérebro, tornando-se hiperativos e supersensíveis. Essa mudança anormal provoca uma excitação extrema que afeta a função cerebral momentaneamente.
Como resultado, os animais de estimação sofrem uma perda de coordenação motora. Também podem apresentar movimentos involuntários, perda de consciência e/ou alterações comportamentais.
A pior parte das crises é que elas podem acontecer em qualquer lugar e não tem como prever. O melhor a se fazer é conhecer os sinais que precedem o ataque e estar preparado para ajudar o bichinho.
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Sinais de que o animal vai ter uma crise epilética
Segundo especialistas, o ataque epilético é dividido em três etapas:
1ª etapa: "Aura"
Esse é o momento que indica o início de um ataque. O animal começará a apresentar sintomas que normalmente surgem antes da crise, como nervosismo, inquietude, hiperatividade, salivação excessiva, tremores e/ou alienação. Essa fase pode durar segundos e até dias. É muito importante os donos conhecerem esses sinais para impedirem o avanço do ataque.
2ª etapa: “Ictus”
A segunda fase consiste no próprio episódio da crise epilética. Normalmente, o animal perde a consciência e cai de lado. Em seguida, as ações involuntárias começam e suas patas fazem movimentos de pedaladas, patadas ou remadas. É possível, também, que ele perda o controle de suas vias urinárias e anais, fazendo cocô e xixi sem querer.
Essa situação costuma durar alguns segundos apenas. Caso não seja possível impedir o ataque, é importante saber como agir durante o episódio para evitar que o pet se machuque.
3ª etapa: “Pós Ictus”
A última etapa é logo após a crise. Nesse momento, o cão acostuma ficar extremamente cansado e desorientado. Demora um tempo até retomar sua consciência sobre o ambiente e voltar a confiar nos estímulos externos. Em alguns casos, pode haver um quadro de cegueira e paralisia temporária.
Como agir diante de um ataque epiléptico?
Caso não seja possível impedir o ataque, é preciso estar preparado para ajudar seu animal e impedir que algo pior aconteça. Primeiramente, mantenha a calma e aja racionalmente. Coloque o animal em cima de uma superfície plana e estável, evitando que ele se machuque, caia ou bata em algum lugar. Se possível, ponha-o sobre colchonetes ou almofadas para ficar mais confortável.
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Jamais tente puxar a língua dele ou colocar a mão dentro de sua boca. O pet pode acabar mordendo inconscientemente sua mão ou a própria língua. O melhor a se fazer é esperar pacientemente o ataque terminar. Caso o veterinário recomende um anticonvulsivo, administre conforme suas indicações.
Após o término da crise, ofereça um ambiente calmo e tranquilo para que se recupere. Aguarde-o recobrar a consciência e voltar ao estado normal.
Cuidados com um animal epilético
Mesmo a epilepsia não sendo uma doença letal, os ataques vão deteriorando a sua saúde quando são muito frequentes. Dessa forma, é necessário atenção ao animal para estabilizá-lo e diminuir os riscos das crises.
1) Visite regularmente o veterinário
Um animal com epilepsia deve ser examinado a cada seis meses para averiguar a evolução da doença. É importante também realizar exames de sangue pelo menos duas vezes ao ano. Manter contato regular com o veterinário é a melhor forma de tratar a doença.
2) Não deixe de dar a medicação
É muito provável que um animal epilético precise tomar remédio para conservar o equilíbrio do organismo, diminuir a frequência e intensidade dos ataques e melhorar sua saúde. Essa é a melhor forma de proteger o cão, por isso não se esqueça de dar a medicação.
3) Diminuir o estresse do ambiente
É comprovado que animais com uma rotina agitada e/ou vivendo em ambientes estressantes são mais propensos a sofrerem crises epiléticas. Para evitar o esgotamento físico e emocional do pet, é importante que o dono mude seu estilo de vida e seu comportamento. Proporcione um ambiente mais sereno e calmo para reduzir os episódios.
4) Medidas preventivas básicas
Mantenha a vacinação e desparasitação em dia, proporcione uma boa alimentação e incentive a prática regular de exercícios físicos. Essas ações simples ajudam a conservar o bem-estar do animal e fortalecem seu sistema imunológico. Além disso, ajudam a equilibrar o metabolismo, prevenir o sobrepeso e os riscos associados.
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Todos esses cuidados não anulam o risco de um ataque epilético , mas diminuem consideravelmente a intensidade e frequência do mesmo. Vale reforçar que o veterinário é o único profissional capacitado para cuidado do seu animal epilético. Por isso, sempre que houver complicações relacionadas à doença, não deixe de fazer uma visita ao médico.