Viajar de avião com animais é bastante caro e burocrático, por isso muitos donos acabam desistindo de levar seu peludo junto. São tantas documentações, exigências e dificuldades de transporte que é mais simples deixá-lo com um parente ou pagar um hotel. Sem falar no medo que o tutor sente do pet se machucar, ser enviado para outro destino e até mesmo morrer.
Leia também: Viagem de avião e cachorros: quais são os cuidados necessários?
Porém, quando a viagem é muito longa ou o dono pretende se mudar definitivamente, a situação fica bem mais complicada. A melhor opção é levar o bichinho junto, apesar de todas as dificuldades. Por sorte hoje já existem empresas que ajudam durante nesse processo de deslocamento. Viajar de avião com animais ficou bem mais fácil agora.
Empresas especializadas no trâmite de animais
Existem diversos casos na mídia de animais que chegaram em seus destinos mortos, machucados ou que vão para outro vôo. Isso é um problema sério nas companhias aéreas , que só faz aumentar os medos dos proprietários em relação a viagens.
Observando esse quadro, algumas empresas se especializaram em ajudar a viabilizar a transferência dos pets junto das famílias. Eles ficam responsáveis por falar com o Ministério da Agricultura (órgão responsável por atestar as boas condições de saúde do peludo), negociar com as empresas aéreas e organizar o transporte seguro.
Um exemplo é a PETFriendly Turismo, coordenada por Juliana Stephani. A veterinária e empresária já viveu em três diferentes países e, em nenhuma das vezes, levou seu Beagle Thor junto. Como qualquer tutor, ela sentia muito medo de que algo acontecesse durante a locomoção e optou por deixá-lo no Brasil.
Porém, observando a cultura dos locais que morou, percebeu que a vida ao lado do pet é algo comum. No exterior existem diversos estabelecimentos pet friendly e viajar com o peludo não é um problema. Pensando nisso, decidiu trazer um pouco dessa realidade para o país e fundar a PETFriendly Turismo.
Leia também: Hotel para cachorro e família: dicas para um passeio em conjunto
"O objetivo principal é ajudar os tutores que estão de mudança para o exterior, ou que estão voltando ao Brasil a levarem seus filhos de quatro patas em segurança e com a certeza de que serão aceitos no novo país. Deixá-los para trás não é uma opção para nós — e não quero que ninguém passe pelo que eu passei por deixar o Thor", explicou Juliana.
Transportando o animal com segurança
Independente do tipo de viagem, é importante que o bichinho esteja dentro da caixa de transporte. Ela pode ser rígida ou flexível, podendo variar de acordo com o animal e o tipo de deslocamento. Por exemplo, nem sempre a caixa utilizada para viagens na cabine será a mesma para pets que vão no porão.
O próximo passo fica sob responsabilidade da empresa de turismo contratada. Eles irão planejar a viagem de acordo com as necessidades de cada cliente. Em relação ao animal, por exemplo, dependerá da raça, tamanho, peso, idade, estado de saúde e quantidade. Todos esses detalhes influenciam no resultado final.
Depois de organizar essa etapa, a empresa cruza com o destino do tutor, as datas da viagem, condição financeira, etc. "Para aqueles que precisam enviar os animais como carga viva (quando o pet viaja sozinho sem o tutor) temos parceria com uma empresa que faz esta liberação aduaneira para a PETFriendly", comentou Juliana.
O planejamento é sempre único e não pode ser usado por outra família. Os custos também variam muito, afinal cada destino tem um valor devido as diferentes exigências. Alguns países pedem microchip e vacinas específicas, por exemplo, enquanto outros locais não. Além disso, cada companhia aérea tem sua taxa para o embarque do animal.
Se todos esses cuidados não forem tomados o bichinho pode sofrer consequências sérias, como se machucar fisicamente ou sofrer algum tipo de trauma. Para os pets que viajam no porão, existe a chance deles brigarem entre si ou agredirem os funcionários da companhia aérea se não forem devidamente acomodados.
Não comprar a caixa de transporte adequada também é perigoso. Elas podem ser abrir durante o trajeto e o animal fugir. Todo cuidado é necessário quando se trata da segurança do peludo.
Leia também: Você já ouviu falar no passaporte canino?
Podemos dar calmante ao animal?
Segundo Juliana, dar calmante nem sempre é uma má ideia, sendo até mesmo necessário. "Algumas viagens terrestres, com animais que passam mal ou ficam muito estressados durante o percurso, é uma saída e existem medicações corretas para isso. É importante procurar um veterinário para dar a dosagem correta".
O mesmo não ocorre em viagens aéreas, pois as companhias não embarcam animais fora de seu estado normal de saúde e atenção. Nesses casos, a melhor opção é acostumar o bichinho a ficar na caixa de transporte . Quando perceber que aquele espaço é seguro, não irá se incomodar de ficar lá dentro algumas horas.
Além disso, os tranquilizantes possuem um período curto de ação (aproximadamente 120 minutos). Pensando que é preciso chegar três horas antes do embarque e normalmente a viagem dura mais de uma hora, oferecer essa medicação perde todo o propósito.
Caso ainda esteja considerando dar tranquilizante, procure um veterinário para se informar sobre a viabilidade do uso. Lembre-se que raças braquicefálicas ou animais cardiopatas não podem ser medicados.
Leia também: Vai viajar de avião com o pet? Confira dicas para comprar a caixa de transporte
Se você tomar todos esses cuidados, viajar de avião com animais não será mais um problema. A dica principal é buscar informações nos lugares corretos e seguros. Um profissional especializado te dará todo o suporte e proporcionará uma viagem segura, tranquila e sem dores de cabeça.