Olá, amigos do Canal do Pet, tudo bem?

A partir de agora estarei por aqui com vocês toda terça, quinta e sábado . Hoje vim falar sobre dois eventos muito bacanas que tive a oportunidade de  participar durante o mês de julho. Eles reuniram cientistas de várias partes do mundo para trocarem experiências sobre o que há de mais atual no estudo do convívio e comportamento animal.

Os eventos foram o Fórum de Ciência Canina, realizado em Padova, Itália e o Congresso Internacional de Etologia, em Edimburgo, Escócia. Em ambos estiveram presentes grandes nomes da ciência e novos pesquisadores. Queria dividir algumas das minhas impressões e novidades que podem servir para melhorar nosso convívio  com os animais de estimação.

Congresso na Itália: numa das universidades mais antigas do mundo, na sala em que Galileu Galilei dava aulas
Arquivo pessoal
Congresso na Itália: numa das universidades mais antigas do mundo, na sala em que Galileu Galilei dava aulas


Contribuições da ciência

Por conta da proximidade cada vez maior dos animais de estimação com as famílias , percebi uma tendência dos cientistas para pesquisas voltadas às emoções dos nossos pets, para tentar entender o que e como eles sentem.

O que pude também perceber claramente nesses recentes eventos é que existe uma grande dificuldade em se colocar a ciência nos eixos quando o assunto é comportamento canino. Explicando melhor: a cultura atual, que insere o cão como membro da família em grande parte do mundo, tem sede de ver a ciência comprovando aquilo que nós queremos que o cão seja, aquilo que projetamos para eles. Talvez por isso o grande interesse em estudar as emoções dos animais. Neste sentido, as descobertas científicas que ganham maior destaque são aquelas que justamente mostram os animais em geral, especialmente os cães, capazes de feitos incríveis.

Por isso, é importante analisarmos esses resultados com bom senso e humildade para avaliar o que realmente tem um fundo de verdade e pode servir para a tomada de decisões quanto à aplicação no cotidiano. Não devemos ser levados por daquilo que se quer ouvir, mas acima de tudo, ter em mente que as descobertas ou o conhecimento cada vez maiores devem ser aplicados de forma a garantir, em primeiro lugar, o bem-estar de nossos animais de estimação  e também focar em como o convívio deles com os seres humanos pode ser melhorada.

O que devemos fazer com tanta informação científica?

O trabalho de um profissional de comportamento animal que se embasa na ciência é tentar diminuir a distância entre o mundo científico e a aplicação de técnicas de adestramento aos animais de estimação. Temos muitas incertezas e dúvidas em relação à mente dos cães, mas é nosso papel como profissionais da área usar as informações disponíveis para melhorar a nossa relação com os bichinhos. Cada pesquisador ou grupo de pesquisadores colabora com pedacinhos de informações que obtém através de suas pesquisas, mas estes nem sempre se encaixam.

Portanto, devemos fazer o papel de construtores de dados e informações científicas, coletados por pesquisadores das mais variadas partes do mundo, e montar um mosaico eficiente, a ser aplicado no dia a dia e no convívio com animais de estimação de modo que essa interação seja algo muito positivo e saudável para todos. 

Um abraço,

Alexandre Rossi. 



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