
Os latidos são uma forma natural de comunicação dos cães, mas quando se tornam excessivos, podem indicar desconforto, estresse ou até problemas de saúde. Especialistas apontam que esse comportamento muitas vezes é um pedido de ajuda do animal, que pode estar enfrentando desde solidão até falta de estímulos adequados.
Confira as cinco principais causas do latido excessivo e como lidar com cada situação:
1. Ansiedade de separação
Cães que desenvolvem um forte vínculo com seus tutores podem sofrer quando ficam sozinhos por longos períodos. O distúrbio se manifesta com latidos, choros e até destruição de objetos. A veterinária Priscila Brabec recomenda treinos graduais de independência desde filhote, associando a ausência do tutor a brinquedos interativos ou petiscos, tornando o momento menos estressante.
2. Falta de exercício e estimulação mental
Raças mais ativas, como border collies e labradores, tendem a latir mais quando não gastam energia suficiente. Passeios diários, brincadeiras e enriquecimento ambiental — como esconder petiscos pela casa ou oferecer brinquedos desafiadores — podem reduzir o tédio e, consequentemente, os latidos.
3. Instinto de proteção e territorialismo
Cães vigilantes, como pastores-alemães, costumam latir para alertar sobre barulhos ou pessoas estranhas. Socialização desde cedo e uma rotina estruturada ajudam a controlar esse comportamento. Ignorar o latido e redirecionar a atenção do animal para outra atividade também pode ser eficaz.
4. Busca por atenção
Se o cão percebe que latir resulta em interação — mesmo que seja uma repreensão —, ele tende a repetir o comportamento. A orientação é não reforçar a ação, evitando contato visual ou fala durante os latidos, e só dar atenção quando o animal estiver quieto.
5. Medo e insegurança
Barulhos altos, mudanças no ambiente ou visitas inesperadas podem desencadear latidos por medo. Criar um espaço seguro e utilizar ferramentas como difusores de feromônios (que imitam o odor materno canino) ajuda a acalmar o pet.
Quando procurar ajuda profissional?
Se as medidas caseiras não surtirem efeito, o ideal é consultar um veterinário ou adestrador. Em alguns casos, o latido excessivo pode estar ligado a dores ou condições de saúde não diagnosticadas.
"O importante é entender que o latido é um sinal de que algo não está bem. Identificar a causa é o primeiro passo para resolver o problema", reforça Priscila. Com paciência e as estratégias adequadas, é possível melhorar a qualidade de vida do animal e da família.
Dica extra: Durante a retomada pós-pandemia, muitos cães que se acostumaram à presença constante dos tutores podem apresentar ansiedade. Introduzir gradualmente a rotina de ausências e manter o pet ocupado com atividades positivas é essencial para uma adaptação tranquila.