Os cães da raça pitbull estão entre os animais mais imcompreendidos e que mais sofrem preconceito por parte da população. É um bichinho em que as pessoas acreditam ser agressivos e nada amorosos. Mas será que os "achismos" são verídicos?
Para esclarecer os mitos que cercam essa raça conversamos com Wagner Wilson Bettega, cinotécnico da Royal Canin Brasil. Ele conta a seguir algumas curiosidades sobre os pitbulls e traz informações que você provavelmente não sabia, mas que irão esclarecer de uma vez por todas esses preconceitos.
1. A agressão é efeito de uma "mestiçagem"
Muitas pessoas não sabem, mas existem linhagens puras e não puras de pitbulls. De acordo com Wagner, durante os anos 90 até os dias de hoje, a raça sofreu e ainda sofre muito com a mestiçagem. "A grande maioria dos ataques registrados em nosso país, ocorrem, infelizmente, com estes mestiços, que diante dos olhos leigos, passam a ser julgados como pertencentes a raça american pitbull terrier (o pitbull puro), quando na realidade são cães sem raça definida (SRD)".
2. Mas mesmo assim, eles são ruins por natureza?
O especialista conta que quando entramos no tema relacionado aos ataques, analisando a maioria dos casos, a falta de orientação é um dos principais fatores para que eles acontecessam. Geralmente há uma grande combinação negativa entre o tutor e o cão, onde não se tem um conhecimento completo sobre a raça, ou até mesmo em relação ao convívio com cães sem uma educação adequada para que seja um animal de estimação. Geralmente o cão já é tratado com os preconceitos que o cercam desde o início de sua jornada.
"É uma raça, que como qualquer outra, requer cuidados com relação a educação voltada ao convívio com outros cães e animais, mas que diferente do que se pensa, se mostra muito fiel aos seres humanos", afirma Wagner.
3. Há um poderoso mito sobre sua mordida.
Um dos grandes mitos criados com relação à raça está relacionado à sua mordida. Ao longo do tempo, criou-se uma falsa afirmação que dizia que se um pitbull mordesse alguém, ninguém conseguiria abrir a boca do cão. Além disso, criou-se o mito de que esta era a mordida mais poderosa do reino animal.
"A verdade é que como qualquer outro cão ou animal, o "peso da mordida" varia de indivíduo para indivíduo. Por exemplo, se compararmos a mordida entre cães da mesma raça, ela varia em percentuais bem consideráveis, o que configura esta questão como um grande mito. Com técnicas adequadas, a boca de qualquer cão pode ser aberta no momento de uma mordida, sem machucar a vítima e sem machucar o animal" conta o especialista.
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4. É sim uma boa raça para crianças
Ao contrário do que muitos pensam, são cães que podem sim ser bastante amorosos e ter um bom relacionamento com crianças. A agressividade não é genética, tendo muito mais a ver com a criação do animal. Portanto, o relacionamento entre ambos será benéfica, desde que o tratamento que o pitbull receber ao longo de sua vida também seja bom e amoroso.
5. Eles não são bons cães de guarda
Ao contrário do que também se pensa bastante, a raça pitbull não se desenvolveu como um bom cão de guarda. Na verdade, caracterizam-se mais como cães de esporte, ou seja, bons companheiros para se ter em uma família. Além disso, também dão ótimos animais de terapia, pois trazem todo o apoio emocional necessário para quem está sendo tratado, especialmente quando são crianças.
Além desses fatores, o especialista frisa que é fundamental que os tutores que têm interesse em adquirir um filhote da raça avaliem antes o seu perfil para entender se preenchem estes e outros pré-requisitos, para uma convivência harmônica com o animal. "É importante que procurem o universo de criadores sérios da raça no Brasil, profissionais que criem cães de raça pura, e sigam rigorosos processos para garantir o bem-estar animal", conclui.