Os latidos são uma das várias formas de comunicação dos cães. É por meio desse sinal sonoro que o pet pode manifestar suas emoções. Porém, quando ocorre em excesso, o ato é um sinal de alerta, que pode indicar desconforto, medo e até o tédio, muito frequente durante a quarentena do novo coronavírus (Sars-CoV-2). 

"Latir de forma constante é o meio utilizado pelo pet para dizer ao tutor que algo está errado. O comportamento pode ser estimulado por uma série de fatores, desde excitação, um barulho desconhecido, ou até mesmo por questões de ansiedade e estresse . Por isso, é importante ficar atento. Essa manifestação é um indicativo de que o animal está enfrentando uma situação desafiadora", explica a veterinária da Unidade de Pets da Ceva Saúde Animal, Priscila Brabec.

Cães latindo em excesso pode ser um problema
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Cães latindo em excesso pode ser um problema

Identificar as razões que estimulam o comportamento do pet é fundamental para buscar alternativas para solucionar o problema. "Alguns cães latem ao associar um som desconhecido a uma ameaça. Nesse cenário, o ideal é distrair o animal do foco do barulho, voltando sua atenção para outra atividade, como por exemplo uma brincadeira. Dessa forma o pet entenderá que está tudo sob controle", detalha Priscila.

Ansiedade de separação

A ansiedade de separação  é uma das causas mais comuns das vocalizações excessivas. Pode ser ainda mais frequente durante a retomada das atividades na pandemia, já que consiste no processo em que os donos voltam à rotina e se separam bruscamente dos pets.

Os animais que sofrem com essa condição se sentem incomodados por ficar sozinhos e demostram sua frustação por meio de comportamentos destrutivos, como arranhar portas, roer itens da mobília ou até mesmo tentativas de fuga, o que pode acarretar em acidentes. "Nestes casos, o latido é utilizado pelo pet como forma de manifestar seu desconforto", afirma Priscila.

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Para solucionar esse problema é necessário tornar o momento positivo para o cão quando ele precisar ficar sozinho. O indicado é que o animal seja treinado desde filhote a lidar com situações onde ficará longe do tutor.

Para isso é necessário investir em uma série de medidas que auxiliem o pet se acostumar positivamente com esse cenário, podem ser pequenas horas do dia em que ele fica em um cômodo diferente da casa ou até mesmo uma saída rápida do tutor.

"Sempre associar a ausência do tutor a algo positivo para o cão como um brinquedo recheado de petisco ou mesmo um novo brinquedo para ele passar o tempo com uma atividade diferente. Dessa forma, o pet começa a ter contato com alguns graus de separação e entenderá que ficará, por alguns instantes, separado do tutor, e que ficará tudo bem nesses momentos. O ideal é fazer isso diariamente", explica Priscila.

Excesso de energia

O excesso de energia é outro fator que pode estimular os latidos. Animais que ficam muito tempo sem realizar atividades se entediam com facilidade. Isso pode ser um fator muito presente por conta da pandemia. Nestes casos, algumas medidas simples, como exercitar o cão diariamente, realizar passeios e brincadeiras podem auxiliar a minimizar o problema.

"O enriquecimento ambiental é outro fator importante que pode contribuir para o bem-estar do pet, especialmente dos que ficam mais tempo sozinhos. O cão precisa associar aquele momento com algo positivo. A dica é entretê-los. Para isso o tutor pode, esconder petiscos pela casa ou adquirir brinquedos educativos que ajudem a manter o pet ocupado enquanto estiver sozinho", conta Priscila.

A veterinária ainda dá a dica do uso de um análogo sintético do odor materno canino no ambiente, que também pode ser uma ferramenta importante. Ele é vendido em petshops na forma de difusor e dura até 30 dias. É responsável por transmitir ao cão a sensação de conforto e bem-estar, e ajudará a diminuir o estresse e ansiedade no pet.

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