Os gatos são animais metódicos e se sentem mais confortáveis em ambientes que já conhecem. Experiências novas podem acabar deixando o bichano estressado e por isso muitos donos preferem não colocá-lo na caixa de transporte e fazer o percurso até a clínica veterinária para consultas regulares.
Uma pesquisa feita pela Royal Canin com mais de 600 tutores de felinos no Brasil revelou que 42% deles adiam a ida ao veterinário por causa dessa dificuldade. Glaucia Gigli, diretora de marketing da marca, afirma que "Isso é muito ruim para a saúde dos gatos porque eles demoram a demonstrar os sintomas de que algo está errado". Ela ainda acrescenta que esse profissional vai falar de comportamento, nutrição, fazer esquema vacinal e de vermifugação, o que garante mais longevidade para o pet.
Leia também: 5 sinais de que seu gato precisa ir ao veterinário com urgência
Archivaldo Reche, veterinário que há 27 anos atende exclusivamente gatos, diz que a procura dos tutores aumentou nos últimos vinte anos, mas ainda é pequena. "Muitas vezes eu recebo proprietários no consultório que não levam o gato, eles marcam o horário e pagam a consulta porque querem conversar sobre o que acham que está acontecendo. Temos que mostrar que a avaliação presencial do animal é importante e que a visita dele na clínica pode não ser algo tão terrível", conta o especialista.
Assim, como parte da campanha "A Saúde é Única para Cada Gato - Meu Gato no Vet", foram listadas 5 dicas para levar o gato ao veterinário sem ter muitos problemas. Confira.
1. A escolha da caixa de transporte
A gaiola ou caixa de transporte deve ser confortável e espaçosa o suficiente para o gato se movimentar. Uma boa ventilação também é importante. Outra dica é escolher uma opção que tenha a parte de cima facilmente removível, assim colocar o gato lá dentro é mais fácil.
Leia também: Gato por um dia! Espaço oferece experiência de se sentir na pele de um felino
2. Transforme a caixa de transporte em algo familiar
"A caixa de transporte para levar o gato ao veterinário não pode ficar guardada, só aparecer quando vai ser usada e o animal ser forçado para entrar. Essa caixa tem que fazer parte da mobília da casa, ela deve ficar aberta num cantinho, com a coberta do gato e um brinquedo que ele goste dentro. Assim o pet vai entrar todos os dias na caixa e não vai associá-la a um momento traumatizante", explica Natalia Lopes, membro do time científico da Royal Canin.
Outra forma de deixar o gato mais confortável dentro da caixa é borrifar um pouco de ferormônio felino sintético na manta que ficará lá dentro pelo menos 30 minutos antes de sair de casa. Vale levar um cobertor extra para casos de vômitos ou necessidades feitas durante o transporte.
3. Indo para a clínica veterinária
Nunca leve o gato solto no carro, ele precisa estar dentro da caixa de transporte, que por sua vez deve ficar em um local seguro e bem presa. Coloque-a no chão atrás do banco da frente ou no banco de trás envolta com o cinto de segurança para evitar que ela se movimente muito.
O dono deve dirigir com tranquilidade, evitando fazer curvas bruscas ou ruas muito esburacadas. Não colocar músicas agitadas ou com o volume alto também pode ajudar a manter o gato calmo.
Leia também: Como saber se o gato gordo está obeso ou apenas acima do peso?
3. Chegando à clínica
Procure estacionar o carro o mais próximo possível da clínica veterinária. Ao descer, evite sacudir muito a caixa de transporte ou esbarrá-la nas pernas durante o percurso.
4. Na clínica
Chegando à área de recepção da clínica, o dono deve procurar o local mais calmo para se sentar e colocar a caixa de transporte no chão ao seu lado. É recomendável deixar a parte da frente voltada para o tutor e não para outros gatos.
"Se for uma clínica que também atende cães, levar uma toalha para cobrir a caixa enquanto o gato está na recepção para que ele não fique exposto às diferenças de sons, cheiros, latidos... É bom protegê-lo em uma toquinha enquanto ele espera para ser atendido", explica Natalia.
5. Voltando para casa
Essa dica é para o dono que possui vários gatos e está voltando com um deles para casa. Para evitar conflitos, é preciso chegar com o animal que foi na clínica, deixá-lo dentro da caixa por alguns minutos e observar o comportamento dos outros pets. Se eles estiverem calmos, o bichano pode ser solto sem problemas. Porém, se houver alguma tensão no ambiente, é preciso separá-los por um tempo.
Provavelmente o gato retornou para casa com odores da clínica e precisa recuperar seu cheiro familiar para voltar a conviver com os outros. Deixe-o em um quarto com a porta fechada por no mínimo 24 horas. Não se esqueça de disponibilizar bandeja sanitária, comedouro e bebedouro com água fresca no cômodo.