Boa parte das doenças não são exclusivas humanas e também podem ser encontradas em animais de estimação. Entre elas está o TOC (transtorno obsessivo compulsivo), caracterizado por comportamentos repetitivos de origem psicológica e por um animal muito ansioso.
O primeiro sinal de que o cachorro sofre com a doença é a intensificação de determinado comportamento, ou seja, as atividades que o pet desempenha são potencializadas. A veterinária Livia Romeiro, especialista em comportamento canino da Vet Quality Centro Veterinário 24h, lista 4 atitudes que o dono precisa ficar de olho.
- Destruir coisas: muito comum em filhotes, o comportamento de comer móveis, sapatos, roupas, e outros objetos pode acompanhar o cão ao longo da vida. Isso geralmente acontece por causa da chamada ansiedade de separação , quando o cão se sente abandonado ao ficar sozinho. Mas depois que o pet entende a rotina da casa a tendência é a mania diminuir, no entando, se for persistente, é necessário levá-lo ao veterinário para que seja realizada uma avaliação.
- Correr atrás do rabo: esse ato pode estar relacionado com diversos fatores. Filhotes fazem como forma de brincadeira, em idosos pode ser indício de senilidade ou demência, cães que não se exercitam, vermes e machucados no rabo e ansiedade também podem desenvolver o comportamento. O problema está relacionado com a frequência e deve ser avaliado por um profissional.
- Lamber as patas: essa é uma estratégia do cão para mostrar que está entediado e precisa de uma atividade que o entretenha. Apesar de ser relativamente comum, o ato é uma das manias que devem ser observadas com atenção para que não se transforme em compulsão, o pet não pode se lamber a ponto de causar ferimentos.
- Fazer xixi fora do lugar: alguns cães fazem xixi na cama ou no travesseiro de quem lhe deu bronca. Isso não acontece porque eles são desaforados, na verdade, trata-se de um sintoma que pode estar relacionado ao medo.
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Diante desses problemas comportamentais constantemente, o dono precisa levar o cachorro ao veterinário, já que isso pode ter origem psicológica, o que implica na realização de tratamentos que devem incluir, acima de tudo, a atenção total ao corpo e à mente de um cão.
É importante lembrar que um cachorro com TOC apresenta um desequilíbrio emocional e o dono deve ter paciência para que o ambiente seja equilibrado. Outro ponto importante é que a punição só é eficaz quando o pet é pego em flagrante, já que ele não consegue associar a bronca ao ocorrido muito tempo depois.
Como tratar o cachorro que tem TOC?
A veterinária explica que o tratamento se divide em dois pontos: físico e comportamental. Do ponto de vista da saúde física, a intervenção é feita com soluções que tratam os sintomas. Em casos de feridas pelo corpo causadas por mordidas ou lambedura, por exemplo, o veterinário pode prescrever medicamentos para inflamação, uso de ataduras ou colar elizabetano.
Quando se trata do comportamento, o pet deverá passar por um processo de reeducação e socialização. Isso é fundamental para que ele seja capaz de fortalecer a autoconfiança e se sentir seguro no ambiente onde ele vive.
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Todos os tratamentos devem ser acompanhados de perto por um especialista em neurologia veterinária.
Como evitar transtornos compulsivos em cães?
Ambiente domiciliar equilibrado, gasto de energia e boa alimentação são os três pontos principais para evitar que o cachorro desenvolva o TOC. O pet deve ter um catinho aconchegante em sua casa, se sentir protegido e amada. Em caso de alguma "travessura" o dono jamais deve usar violência física ou emocional como corretivo.
As atividades físicas devem ser feitas com regularidade. Caminhar, pular, brincar e correr são exercícios que aliviam a tensão acumulada e previnem depressão e ansiedade. Já a alimentação deve ser equilibrada e fornecer todos os nutrientes necessários.