Na semana passada a Anvisa divulgou que a demanda pela importação de remédios com canabidiol (CDB) - substância presente na Cannabis sativa, planta utilizada na produção da maconha - aumentou 700% desde 2015. O movimento aconteceu pela comprovação da eficácia do tratamento em doenças crônicas como autismo e Alzheimer.
O que ainda não é muito divulgado é que animais de estimação também podem ser beneficiados pelo canabidiol . De acordo com Flávio Pigatto, sócio fundador da DrogaVET, medicamentos com a substância podem trazer "Excelentes resultados para pets em tratamentos neurológicos , imunológicos, dermatológicos e oftalmológicos, além de benefícios na aplicação de patologias ortopédicas e no controle dos efeitos colaterais da quimioterapia".
Leia também: Donos querem tornar cachorros vegetarianos; isso está correto?
Espanha, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Holanda são exemplos de países que já usam medicamentos que têm o CDB como matéria-prima e registram casos de sucesso em tratamentos de pets. No Brasil, porém, ainda é algo muito novo e que gera dúvidas.
"Os profissionais e consumidores precisam saber que os estudos científicos comprovaram que o CBD não gera qualquer dependência química ou psíquica. Ele não pode ser confundido com o THC, que é a substância entorpecente encontrada também na Cannabis sativa. Além disso, o debate do assunto entre os médicos veterinários e farmacêuticos é importante para que tomem contato com suas diversas aplicabilidades, os relatos de tratamentos e seus resultados para aumentar o acesso", afirma Flávio.
Tanto é que este mês, no dia 17, acontecerá o Congresso Internacional Veterinário em Curitiba, onde o principal tema será o uso do canabidiol nos tratamentos de pets.
Para Flávio isso pode ser o começo de uma revolução na medicina veterinária. "É algo muito impactante, pois estamos diante de uma substância inovadora cujos estudos têm evoluído muito e os resultados práticos têm sido excelentes, permitindo ao médico veterinário orientar tratamentos eficazes e com entrega de mais saúde e bem-estar aos animais."
Desde 2015 o canabidiol é classificado pela Anvisa como um medicamento não psicoativo e legalizado. Hoje a dificuldade de importar o remédio à base de maconha se dá pela burocracia, mas Flávio acredita que a tendência é que o acesso seja facilitado em breve devido a grande demanda.