A Psitacose é uma zoonose transmitida aos humanos pelos psitacídeos, ou seja, calopsitas, papagaios, maritacas e periquitos. Nos animais a doença se manifesta como Clamidiose  e pode ser fatal. Já nos humanos a enfermidade traz sintomas que nem sempre são associados com as aves. O veterinário Jorge Morais, fundador da rede Animal Place, explica alguns aspectos do problema.

O contato com o bico da calopsita pode transmitir a Psitacose
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O contato com o bico da calopsita pode transmitir a Psitacose


“Esta doença é bacteriana, causada pela Chlamydia psittaci . O tempo de incubação em humanos é de 5 a 15 dias, e os sintomas são parecidos com os de uma gripe: febre alta, tosse, dores de cabeça e calafrios”, afirma Jorge. Ele ainda acrescenta que a condição pode piorar. “Quando não tratada rapidamente a Psitacose pode trazer dores nas costas, no tórax, dor abdominal, meningite e síndrome de Guillain-barré”, completa.

Mas como a ave contrai a bactéria? Segundo o veterinário, isso pode acontecer antes mesmo do tutor adquirí-la. “Na calopsita a contaminação pode ocorrer já no ninho, através da regurgitação alimentar. Outra forma é a exposição da mesma a ambientes com a presença de aves silvestres”, afirma. Por isso é sempre importante manter a nova ave separada das já presentes na casa, além de fazer quarentena para se certificar de que ela não oferece risco para humanos e outros animais.

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Nas aves os sintomas são diferentes dos presentes nos humanos:

  • Depressão;
  • Plumagem eriçada;
  • Letargia;
  • Anorexia;
  • Desidratação;
  • Inflamação nas pálpebras;
  • Conjuntivite;
  • Problemas respiratórios;
  • Aspecto esverdeado ou amarelado nas fezes.

Jorge ainda alerta sobre a gravidade da Clamidiose, como é chamada quando atinge aves, que pode causar até a morte do animal. “Quando perceber vá imediatamente ao veterinário. O tratamento é feito com vitaminas e antibióticos, mas o animal pode mesmo assim se tornar portador da bactéria e contaminar outras aves”, diz.

Para evitar que isso aconteça ele recomenda:

  • Não comprar ou apreender aves exóticas ou da fauna silvestre;
  • Não colocar novas aves em contato com sua calopsita;
  • Manter as aves em gaiolas separadas;
  • Fazer a higienização da gaiola e dos objetos da ave diariamente;
  • Lavar os vasilhames de comida e água, e higienizá-los com cloro ou álcool;
  • Manter as aves em ambiente arejado.
  • Evitar o contato da boca do tutor ou de outras pessoas com o bico das aves, pois essa é a forma mais comum de contágio.

O veterinário finaliza explicando a importância de um ambiente ventilado para o animal e o humano. “Em ambientes muito fechados podemos nos contaminar através da aspiração de partículas com a bactéria.”

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