O verão não é só sinônimo de férias, praia e diversão. As altas temperaturas são perfeitas para a proliferação de diversas doenças, como por exemplo as transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti. Em virtude da combinação de calor e chuvas, esse inseto se reproduz com maior facilidade e aumentam as chances da população ser infectada.
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O surto da zika e o aumento nos casos de dengue e chikungunya há alguns anos deixaram a população esperta em relação ao mosquito Aedes Aegypti . A melhor forma de se prevenir é usando repelente e eliminando os focos de reprodução, ou seja, qualquer lugar com água parada. Porém, quando o assunto são os animais de estimação, surge a dúvida: será que eles também são afetados?
A resposta é não! Mesmo que os cachorros, gatos e outros animais domésticos sejam picados pelo inseto, não existem chances deles contraírem dengue, zika ou chikungunya. Essas doenças são originárias dos primatas e, em geral, os vírus transmissores tendem a procurar animais semelhantes ao hospedeiro primário para se estabelecerem.
Os humanos, como são biologicamente semelhante aos macacos, são mais suscetíveis a contraírem essas patologias. O mesmo não acontece com gatos e cachorros, já que são bem distante dos primatas e não despertam o interesse do mosquito e nem dos vírus.
Contudo, vale lembrar que nada é impossível. Ainda não existem casos de animais de estimação com dengue , zika ou chikungunya, e realmente é bem difícil que eles venham a contrair, só que nem por isso devemos deixar a prevenção de lado.
O mosquito Aedes Aegypti apresenta outros perigos aos pets
Por mais que os pets não sejam foco do vírus da dengue, zika e chikungunya, não quer dizer que eles estejam totalmente seguros. Especialistas dizem que o Aedes Aegypti pode transmitir a dirofilariose, ou seja, o verme do coração aos peludos.
Essa doença é causada por um verme, que entra pelo orifício do cachorro após ser picado e anda pela corrente sanguínea até se alojar nos pulmões. Lá, encontra um local propício para se desenvolver e atinge o coração na fase mais avançada. Quando não tratada, a patologia causa a morte do animal.
Não existe uma espécie em particular de mosquito que transmite a dirofilariose. O pernilongo comum (Culex) costuma ser o responsável, mas qualquer um pode fazer o serviço. O Aedes Aegypti tem clara preferência pelo sangue humano, mas nada o impede de atacar os cães. Se ele estiver contaminado com o verme do coração, irá transmitir a doença normalmente.
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Vale ressaltar que o contágio de dirofilariose pelo mosquito da dengue não está comprovado. Existe uma chance remota de acontecer e por isso os tutores devem tomar cuidado, sobretudo nas épocas mais quentes.
Se prevenindo do Aedes Aegypti e de outros mosquitos
Mesmo que os pets não contraiam dengue, zika e chikungunya , é importante preveni-los do Aedes Aegypti e de outros mosquitos que transmitam doenças preocupantes. Esses cuidados também servem para evitar que os donos sejam contaminados e a casa se transforme em foco de reprodução.
A primeira recomendação é não deixar água parada. Várias espécies de mosquitos, assim como o Aedes Aegypti, depositam seus ovos na água limpa e parada. As larvas se desenvolvem nesses espaços e por isso devemos eliminá-las. Retire a água que estiver acumulada em objetos (pneus, garrafas, calhas, etc) e limpe-os bem.
Tome cuidado também com o bebedouro e comedouro do animal, afinal são potenciais criadouros. Limpe, no mínimo, em dias alternados usando água corrente e sabão ou detergente. Os mosquitos costumam depositar os ovos nas laterais do pote, então esfregue muito bem com uma esponja para eliminá-los. Por fim, enxágue e seque com um papel toalha.
O uso de repelente também é indispensável nas épocas mais quentes, e é uma forma de manter esses insetos incômodos longe. Essa dica vale tanto para os donos quanto para os animais. É possível encontrar spray repelente próprio para bichinhos em grandes pet shops. Aplique várias vezes ao dia, mas não use em grandes quantidades. Tome cuidado com os olhos e a boca.
Não utilize repelentes humanos, pois podem conter ingredientes tóxicos aos pets. A recomendação é comprar ou produzir em casa. Com duas gotas de óleo de citronela, duas gotas de lavanda e uma xícara de água você tem um ótimo repelente caseiro. Basta colocar num recipiente spray e borrifar no animal. Você também pode aplicar nos ambientes da casa e na própria pele.
Por último, caso tenha um grande jardim e o pet passe muito tempo nele, vale a pena investir em plantas que "afastem" mosquitos e outros insetos. Citronela, lavanda, hortelã, orégano, manjericão e alecrim são alguns exemplos.
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Aproveite o início do verão para colocar essas dicas de prevenção em prática. É uma ótima forma de manter o mosquito Aedes Aegypti e outras espécies bem longe da sua casa.