O verão está chegando e com ele muitas pessoas decidem passar alguns dias na praia, aproveitando o sol e o calor. As que possuem animal de estimação costumam levá-lo junto para que não fique sozinho em casa. Porém, são poucas as que se preocupam com todos os detalhes relacionados à saúde do bichinho antes, depois e durante a viagem, o que é importante para evitar doenças como o verme do coração.
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Reserva de água para manter a hidratação do cachorro, protetor solar e sapatinhos que evitam o contato com a areia e previnem problemas de pele são alguns dos cuidados mais tomados. Mas o dono não pode parar por aí, é muito importante que ele se preocupe também com os insetos. Isso por que as áreas litorâneas e de mata apresentam muitos mosquitos responsáveis por transmitir o verme do coração aos animais. A doença é silenciosa e pode ser fatal se não tratada adequadamente.
Transmissão
Também conhecida como dirofilariose a doença é transmitida a partir da picada de um mosquito. "Não há uma espécie em particular, até mesmo o pernilongo comum pode ser portador do Dirofilaria immitis . Quando o mosquito pica o cachorro, o verme entra pelo orifício e vai para a corrente sanguínea, se aloja no pulmão onde encontra um local propício para o desenvolvimento. Atinge o coração na fase mais avançada", explica o médico veterinário Ricardo Cabral, coordenador técnico da Virbac.
Prevenção
"As estratégias de prevenção estão relacionadas a produtos. Repelentes em spray para insetos, coleiras e tipos específicos de pour onpara passar na nuca do animal são indicados. É importante perguntar para um veterinário se a fórmula que está levando realmente atende as necessidades. Existe também uma estratégia para prevenir que o verme não se desenvolva, é o vermífugo com ivermectina, princípio ativo que mata a larva do mosquito que já está presente no sangue do animal", explica Ricardo.
No caso do vermífugo, ele deve ser aplicado antes da ida ao litoral e depois.
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Os donos que já moram em região litorânea precisam ter a preocupação diariamente. Nesses casos o ideal seria aplicar no animal o vermífugo com ivermectina uma vez por mês. Dessa forma, o verme nunca conseguirá se desenvolver.
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Sintomas
Por dependerem do desenvolvimento do verme os sintomas demoram a aparecer. Só se manifestam quando as larvas se alojam nos vasos pulmonares. Nessa fase, alguns animais podem apresentar sintomas discretos como falta de apetite, apatia e tosse.
Se a doença não for descoberta e tratada corretamente, os vermes atingirão o coração. Essa é a fase mais desenvolvida e pode causar lesões nos vasos sanguíneos e sérios problemas cardíacos, podendo levar ao óbito do animal. Tosse persistente, dificuldade em respirar, língua azulada, intolerância ao exercício, falta de ar e desmaios podem se tornar frequentes.
Um veterinário deve ser procurado imediatamente se o animal apresentar qualquer um desses sintomas.
Tratamento
O diagnóstico da doença é feito por meio de exames de sangue e outros laboratoriais. Já o tratamento consiste na aplicação de medicamentos orais ou injetáveis nos estágios menos avançados, quando os vermes ainda não estão no coração.
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"Nos estágios mais avançados, quando vermes adultos estão presentes nas câmaras cardíacas, sinais de doenças do coração podem se desenvolver e, nesses casos, é recomendável estabilizar o animal antes de iniciar o tratamento capaz de eliminar essas formas adultas do verme do coração", conclui Ricardo Cabral.