Todos os seres vivos envelhecem e, junto com a idade avançada, diversas doenças atingem o organismo. Assim como nós, os cães também ficam vulneráveis a esses problemas, como é o caso do Alzheimer canino. Também chamado de Síndrome de Disfunção Cognitiva Canina (SDCC), é um exemplo de enfermidade que atinge os bichinhos de estimação.
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Esse transtorno é mais comum em cães idosos , independente da raça ou sexo. A real causa do Alzheimer canino ainda é desconhecida, mas estudiosos afirmam que o surgimento da síndrome é provocado por alterações no tecido nervoso, ocasionada pelo envelhecimento celular que acontecer com o passar dos anos.
Esse tecido é extremamente sensível aos radicais livres, os verdadeiros culpados pelo envelhecimento e a morte dos neurônios que se encarregam das tarefas mais importantes. Contudo, o cérebro não consegue criar novos neurônios para substituir os danificados, por isso não tem como evitar o desgaste.
Por causa dessas mudanças que o cérebro sofre e a falta de neurônios, o animal começa a apresentar mudanças de comportamento, como dificuldades de percepção e de exercer funções rotineiras simples. Sua qualidade de vida é diretamente afetada, assim como sua capacidade de interagir com outros cães e os donos.
A SDCC é relativamente comum em pet com idade superior a 10 anos. Em alguns casos, o animal apresenta um quadro tão sério que não pode levar a vida sem a ajuda dos tutores. Já em outras situações, a sintomatologia é mais leve, permitindo que o peludo tenha uma vida sem muita dependência.
Sintomas do Alzheimer canino
Os sinais clínicos variam de cachorro para cachorro. Dependendo do caso, pode apresentar uma sintomatologia clássica ou apenas um sintoma, por isso os donos devem ficar bem atentos as mudanças diárias de comportamento. Para ter uma noção de como a doença se manifesta, existem alguns sinais que costumam aparecer.
A repentina desorientação é um dos primeiros sintomas. O animal passa a perambular pela casa e tropeça em tudo. É como se ele não conhecesse mais o lugar. Eventualmente o canino tem dificuldades para reconhecer os membros da família e os territórios onde sempre passou. Um dos sinais mais comuns é o peludo se esconder debaixo do sofá ou mesa e não querer sair de lá.
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O bichinho, também, irá reduzir a interação com outros animais e pessoas. Esse sinal é mais nítido para quem tem um cachorro sociável, pois fica óbvio a mudança de comportamento. Ele perde o interesse pelo carinho, fica amuado num canto e não exige mais sua atenção como antes.
Outro sinal de que o cão sofre de SDCC são as alterações no sono. Dormir demais, num horário que ele não está acostumado, significa que algo está errado. Mudanças nos hábitos de higiene também entram na lista. Se ele fizer xixi ou defecar pela casa, ou em qualquer lugar que foge do padrão, fique atento.
Além desses sintomas, outros que costumam estar relacionado ao Alzheimer canino são: latir sem motivo aparente, especialmente à noite; lentidão para obedecer a ordem que antes eram simples; não responde mais aos comandos aprendidos; confusão ao fazer coisas rotineiras, como comer e dormir; e ficar de pé com o olhar perdido e sem se mover.
Em alguns casos, a síndrome também pode provocar falta de apetite, ansiedade, irritabilidade aumentada, aumento da vocalização e apatia.
Diagnóstico da síndrome
Ao notar qualquer um desses sintomas, recorra ao veterinário para chegar a um diagnóstico. Só é possível determinar que seu canino sofre de SDCC se outras doenças forem descartadas. Por exemplo, a redução na atividade física pode ser devido uma condição artrítica avançada, enquanto a desatenção fruto da perda de visão ou audição.
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A melhor forma de descobrir o Alzheimer é realizando exames físicos completos, testes laboratoriais adequados e até mesmo exames especializado, como um ECG. Só depois o médico pode chegar a um prognóstico.
Tratamento
Não há tratamento que cure a SDCC, pois é uma doença degenerativa, mas já existem terapias medicamentosas que ajudam a aliviar os sinais clínicos e melhoram a vida do peludo. O indicado é que seja iniciado o quanto antes para evitar a piora do quadro.
Na maioria das vezes, a terapia só é indicada para bichos em estágio avançado de Alzheimer, de modo que os sintomas atrapalhe a vida dele e do tutor. Lembre-se que é importante não medicar o animal sem recomendação médica.
Em geral, são oferecidos dois tipos de remédio: nicergolina e selegilina. O primeiro é um vasodilatador cerebral que ajuda a aumentar as funções cognitivas do animal, enquanto o segundo reduz a deterioração da dopamina.
Além dessas substâncias, você pode alternar com o uso de produtos naturais para combater os efeitos dos radicais livres, como vitamina C e E, vitamina B11, selênio, coenzima Q10, ácido lipoico, semente de uva, ômega 3 e fosfatidilserina. Consulte o médico antes de oferecer esses remédios alternativos.
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Se seu peludo for mesmo diagnosticado com Alzheimer canino , saiba que você deve estar preparado para lidar com essa condição. Portanto, dê muito apoio, carinho, ofereça só alimentos de qualidade, deixe água disponível e proporcione todos os cuidados necessários. Não force o canino a fazer algo que não queria. E, por fim, leve-o a consultas rotineiras para acompanhamento do quadro.