Apesar de ser uma doença conhecida entre os humanos, pouco se fala sobre o lúpus no reino animal. Muitos donos não sabem, mas esse problema pode afetar também os cachorros e gatos, sendo mais comuns entre os primeiros. Ainda se tem pouca informação sobre as causas do lúpus em cães, o que preocupa ainda mais os proprietários.
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Acredita-se que a doença atinge animais com predisposição genética, se desenvolvendo no organismo a partir da ingestão de certos medicamentos ou determinados fatores ambientais. O lúpus em cães também pode ser hereditário, manifestando-se nos peludos quando associada a alguns fatores externos, como exposição solar e produtos químicos.
Como o lúpus em cães age no organismo
O lúpus é uma doença autoimune , ou seja, o sistema imunológico do corpo ataca células saudáveis. Não se sabe porque essa enfermidade reage assim, mas ela enxerga as células boas como prejudiciais e acaba destruindo-as, deixando de lado os agentes malignos.
Essa reação do lúpus provoca outros problemas de saúde e pode afetar o corpo do pet de forma generalizada. Entre os cães, a doença aparecer de duas maneiras: lúpus eritematoso siscóide (DLE), que atinge apenas a pele do cachorro, e o lúpus eritematoso sistêmico (LES), afetando todo o organismo do animal.
O primeiro sinal de que esse problema atingiu o canino é a presença constante de inflamações. As mais variadas partes do corpo podem ser afetadas, como pele (em especial a pele da face e do focinho), coração, rins, pulmões, focinho, articulações e até o sangue.
Além desses sintomas, a anemia e a insuficiência renal também são típicas do LES. Isso pode causar o falecimento do pet ou outras complicações, em função dos medicamentos usados para tratar o próprio lúpus, como úlceras.
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Mesmo que as causas ainda não tenham sido completamente desvendadas, foi observado que algumas raças têm predisposição para desenvolver o lúpus. É o caso do Poodle, Pastor Alemão, Afghan Hound, Shetland Sheepdog, Setter Irlandês, Beagle, Collie e Old English Sheepdog.
Contudo, isso não significa que outras raças também não possam ter essa doença. Os caninos citados acima apenas tem maior tendência, mas todos devem receber os mesmos cuidados.
Principais sintomas do LES e DLE
1) Lúpus eritematoso sistêmico (LES)
Dentre os sintomas do LES estão febre, gengivas pálidas, artrite, aumento do volume da urina, inflação de músculos (principalmente o coração) e articulações, diversos tipos de dermatites, perda de pelos, úlcera e dores nos membros inferiores por causa da pouca circulação.
Como o LES atinge os músculos e as articulações, o animal pode ainda ficar letárgico, anoréxico e ter convulsões. Órgãos como fígado, baço e linfonodos correm o risco de aumentarem.
Esses sintomas podem diminuir e até mesmo desaparecer com o tempo, fazendo os donos acreditem que a doença foi curada. Contudo, eles voltam a se manifestar quando o pet enfermo se expõe muito ao sol.
2) Lúpus eritematoso discoide (DLE)
Diferente do LES, o DLE se restringe apenas a pele do animal, afetando principalmente a face e o focinho. Dessa forma, os sintomas são concentrados em forma de lesões ou feridas que mudam a aparência do animal, como despigmentação do focinho.
Com o tempo, se o lúpus não for tratado, as áreas afetadas começam a descamar e, frequentemente, desenvolver úlceras.
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Diagnóstico da doença
O lúpus, como foi visto, se manifesta através de diversos tipos de sintomas, fazendo-o se confundido com outras doenças. Portanto, para chegar a um diagnóstico preciso, é necessário observar atentamente o comportamento do animal.
Além disso, é imprescindível realizar uma série de exames laboratoriais, como hemograma, leucograma, exame de urina, teste de anticorpos antinucleares, teste de imunofluorescência e biópsia da pele para diagnosticar a doença.
Formas de tratamento
Infelizmente, o lúpus canino ainda não tem cura. A solução viável é atenuar os sintomas e complicações através de um tratamento receitado pelo veterinário. Fatores como órgãos afetados, gravidade, estado geral de saúde e bem-estar do animal são determinantes na escolha do tratamento.
Num geral, são oferecidos anti-inflamatórios esteroidais ou não esteroidais e, em casos mais graves, medicamentos imunossupressores. Aliado aos remédios, é importante que o animal tome suplementos de vitamina E e não seja exposto à luz solar forte. O uso de filtro solar potente é imprescindível nesse período.
Se nada disso estiver funcionando, a internação é a melhor opção para equilibrar o metabolismo do animal. Os cuidados redobrados com higiene e limpeza do ambiente também podem ser necessários, principalmente se o bichinho não estiver se movimentando direito.
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Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, os sintomas do lúpus em cães podem ser controlados e o pet consegue sobreviver sem grandes complicações por muito tempo. Lembre-se que, nessa difícil fase da vida, o peludo precisará de muito carinho e atenção do dono.