É comum os donos se perguntarem se os animais podem desenvolver terçol. E sim, eles podem. Esse problema que é tão comum entre os humanos também incomoda os pets, independente da raça, tamanho, idade ou gênero. Por isso, é importante saber identificar o terçol canino para conseguir tratá-lo da maneira correta.
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Num geral, o terçol canino é um problema simples de lidar. Porém, se esta condição vier acompanhada de outros sinais que indiquem a presença de uma inflamação na margem da pálpebra, chamada de blefarite, pode ser considerada bem perigosa. É preciso evitar a todo custo essa doença.
A primeira atitude dos donos é identificar o problema para buscar tratamento adequado. Se o quadro for simples, o próprio tutor pode cuidar com itens caseiros. Mas, quando o terçol é provocado pela blefarite ou uma consequência dessa inflamação, o animal deve ser encaminhado rapidamente ao veterinário.
Como o terçol canino aparece?
O terçol, para quem não conhece, se caracteriza por uma irritação e vermelhidão nos olhos, acompanhado de inchaço nas pálpebras. Como resultado, geralmente se forma uma protuberância na base da pálpebra, conhecido como terçol.
Esse problema é consequência de uma infecção causada, principalmente, por bactérias do gênero Staphilococcus. Na maioria das vezes, esses invasores são leves e não causam mais problemas a saúde.
Por mais que seja uma condição leve comparada a outras doenças, o terçol também merece atenção. O olho é uma das partes mais sensíveis do corpo e está constantemente exposto ao ambiente externo, favorecendo o contato com diferentes microrganismos. A cidade, um ambiente sujo e poluído, é perfeito para proliferação de bactérias.
Dessa forma, os cachorros estão sempre sujeitos a contraírem doenças oculares . Os tutores precisam ficar alerta com os olhos e ter redobradar a atenção se deseja evitar problemas de saúde.
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Sintomas do terçol
O sinal mais evidente é a protuberância rosada que se forma na base das pálpebras. É possível identificar também o inchaço da zona ocular e a vermelhidão na área branca do olho. O terçol é bastante evidente ao olho nu. Frequentemente vem acompanhado também de dor, mal-estar e irritação. Os cães costumam ficar inquietos e tentar coçar os olhos com frequência.
Fique atento se ver seu cão coçando a região, porque isso é mais perigoso do que o terçol em sim. O ato de coçar pode provocar feridas e expandir a infecção para outros tecidos do corpo. Em situação mais grave, podem aparecer úlceras nos olhos e ocorrer a proliferação de bactérias para outros órgãos.
Quando se trata da blefarite, há outros sintomas que acompanham a condição. Os mais comuns são perda de pigmentação da região dos olhos, escoriações, presença de secreção mucosa ou de pus ao redor dessa área, visão turva, inflamação na córnea, entre outros. Por ser um problema mais grave, entre em contato com o veterinário assim que notar esses sintomas.
Tratando a condição
A melhor forma de tratar o terçol é combatendo as bactérias que o originaram. Por isso, é provável que o médico receite antibióticos ao animal. Normalmente é preferido pomadas a remédios, pois são mais fáceis de aplicar na zona afetada.
Por se tratar de uma infecção leve, às vezes nem antibióticos são utilizados. Na maioria das vezes, tratamentos caseiros costumam diminuir o inchaço a vermelhidão, enquanto o próprio organismo combate as bactérias invasoras. O veterinário pode apenas recomendar o uso do colar elisabetano durante a cura para evitar escoriações feitas pelo próprio cachorro.
No entanto, nem sempre o corpo consegue combate a infecção sozinho, como nos casos de animais imunodeprimidos e com blefarite. Nessa situação é melhor evitar os tratamentos caseiros e seguir as recomendações médicas. O profissional saberá receitar o medicamento mais adequado.
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Métodos caseiros para lidar com o terçol
Manter a limpeza dos olhos é fundamental para prevenir e combater a proliferação de bactérias. É recomendado limpar a região afetada com gazes molhadas em soro fisiológico ou água boricada de 3 a 4 vezes ao dia.
Para ajudar no alívio da dor, mal-estar e acalmar a região, aplique compressas ou gazes embebidas em camomila. Deixe no olho do animal de 10 a 15 minutos. Não repita esse processo mais de 3 vezes ao dia.
Combine isso com compressas de gelo para desinchar e acalmar a irritação. Mantenha de 5 a 10 minutos e faça de 2 a 3 vezes ao dia. Isso pode melhorar bastante o sono do cachorro, pois o terçol incomoda o fechar dos olhos. Por isso, não deixe de realizar as compressas.
Se não quiser utilizar camomila, pode trocar por sementes de coentro e cúrcuma. No caso das sementes de coentro, misture em uma panela com um pouco de água e ferva. Quando estiver pronto, aplique no olho de 3 a 4 vezes com a ajuda de um pano. Já a cúrcuma, basta dissolvem duas colheres de sopa da planta em uma xícara de água fervendo. Aplique na região utilizando uma gaze.
Outras formas de combater a infecção
A limpeza deve ser estendida para todo o ambiente que o animal vive. Limpe bem a área, principalmente os recipientes de água e comida. Não utiliza produtos químicos corrosivos ou com cheiro forte, prefira os neutros.
Evite manipular o terçol com as mãos sujas, pois piora a zona afetada. Por isso, lave bem as mãos antes de tratar o problema do bichinho. Além disso, não dispense o uso do colar elisabetano para impedir que o pet coce e infecte mais a região. Jamais estoure ou rompa a protuberância, já que provoca a proliferação de bactérias no globo ocular ou na corrente sanguínea.
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Por último, o fortalecimento do sistema imunológico ajudará muito no combate do terçol canin o. Ofereça uma alimentação balanceada, bastante água fresca, visite regularmente o veterinário e mantenha o calendário de vacinação em dia.