Infelizmente, seu cãozinho nunca está livre de adquirir doenças causadas pelo ambiente externo, mesmo se for levado regularmenete ao veterinário. Dentre diversas enfermidades, a berne em cachorro está entre um dos problemas mais comuns e pode ser considerada uma doença extremamente nojenta.
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A berne em cachorro é causada pelas larvas da mosca varejeira. Ela se desenvolve no tecido subcutâneo, ou seja, embaixo da pele, e é muito mais comum em cães que vivem em ambientes rurais, que tem mais contato com moscas e insetos.
Como se pega e se desenvolve a doença?
A vida da mosca varejeira tem a duração de 24 horas, por isso ela não tem muito tempo para se reproduzir e proliferar os ovos. Para que a espécie seja perpetuada com mais eficiência, a varejeira deposita seu ovos em uma mosca comum. Esse inseto, por sua vez, acaba encontrando um mamífero e hospedando a larva no tecido subcutâneo do animal, que se desenvolve dentro do tecido vivo, fazendo uma espécie de “casa” dentro da pele. Por isso é comum haver um cão com berne em um lugar sem moscas varejeiras.
Normalmente qualquer ferida favorece a mosca procurar pelo cachorro, mas mesmo em pele totalmente saudável o processo acontece. Então, a larva entra na pele e forma uma espécie de casulo para se desenvolver se alimentando do tecido vivo e sangue do cão e respirando pelo buraco aberto. Se não forem retiradas, após 45 dias caem e se tornam uma mosca. É fácil identificar a berne, pois ela respira por esse buraco bem visível na pele. Ele geralmente fica inflamado e alto.
A berne é mais conhecida em ambientes agrários, sendo muito comum em gado. Porém, cães e gatos estão tão propícios a ter quanto qualquer mamífero. A berne possui um corpo espinhado, causando muita dor e incômodo no corpo do hospedeiro quando se movimenta. Por isso é importante remover rápido, pois seu bichinho pode tentar arrancá-la com os dentes, se ferindo ainda mais.
Como tratar a berne?
Não se recomenda cuidar da berne em casa, pois o parasita forma um buraco dentro da pele do animal e esse machucado precisa ser tratado por alguém especializado para não infeccionar. O certo sempre é procurar um veterinário. O profissional irá avaliar o cão, diagnosticar em que estágio o parasita está desenvolvido e observar se o cão não apresenta outros parasitas em lugares diferentes do corpo. Além disso, nem todos os medicamentos são indicados para a pele e o pelo de todos os cães. Por isso, antes de tratá-lo você mesmo, lembre-se que isso pode piorar sua dor.
Depois do diagnóstico, o médico irá receitar o remédio certo e por quanto irá durar o tratamento, assim como orientar o dono para aplicar o medicamento e como agir com o cão. Após o período indicado pelo veterinário, o cão deve voltar ao consultório para a retirada do parasita.
É importante o dono cuidar do cão durante esse tempo, evitando que ele se coce ou que lamba o local onde o remédio foi aplicado. Isso evitará infecção e deixará que o tratamento tenha eficácia rapidamente e não tenha que ser reaplicado.
O tratamento mais usado para retirar a berne do cão é através de medicamentos específicos. Há remédios, pomadas e sprays especiais que são colocados sobre o buraco na pele para evitar que a larva respire, a matando por falta de oxigênio. Depois de morta, o local deve ser espremido até a retirada completa da larva. Se ela permanecer dentro do corpo morta, o organismo pode não a absorver e isso causa acúmulo de pus e inflamação.
Consequências de uma mau tratamento
Casos em que a larva da berne não é retirada do corpo do animal corretamente ou em que ela estoure dentro da pele do cachorro, podem aumentar muito os riscos de que haja uma reinfestação no animal. Pois a ferida permanece aberta, exigindo uma nova série de tratamentos para excluir a complicação de maneira definitiva. Em algumas ocorrências, pode ser que o organismo dos próprios cães expulsem de seu corpo os resquícios que possam ter sobrado na pele. Entretando, nem sempre isso acontece. Por isso, o uso de medicamentos específicos podem ser necessários para contornar o problema.
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Além disso, quando o problema não é tratado de maneira adequada, uma nova mosca pode passar pela região e depositar mais uma série de ovos no orifício aberto. Casos como este se tornam especialmente complicados quando a mosca é da espécie Cochliomyia hominivorax, responsável pela doença chamada de bicheira. Ela é capaz de trazer, consigo, diversas larvas para o orifício já infectado, aumentando a infecção e a possibilidade de que os bichos alojados passem a comer o cão por dentro.
Humanos podem ter berne?
Sim, do mesmo modo que qualquer outro animal de corpo quente. O procedimento de tratamento é o mesmo, unido de um acompanhamento médico, principalmente se a berne está localizada em um local sensível do corpo. Depois de retirada, o humano precisa tratar a lesão e tomar vacina antitetânica.
Áreas propícios para o surgimento da berne
Fique atento e evite manter seu animalzinho em locais como o da lista abaixo.
- Locais abertos e bem arborizados, como sítios, parques e praças.
- Ambientes em que haja acesso fácil a alimentos: lugares com muita comida são ótimos para a postura de ovos e o crescimento de larvas da berne, e isso independe do estado que o alimento se encontra.
- Locais com acúmulo de lixo ou onde não haja limpeza das necessidades dos animais.
- Épocas do ano mais chuvosas e de clima quente.
Como evitar a doença?
Da maneira mais simples: mantendo as moscas longe. Lembre-se que qualquer tipo de mosca carrega a larva da varejeira, então esses insetos devem ser mantidas longe do ambiente. Então, limpe diariamente as fezes dos animais e evite acúmulo de lixo orgânico.
Outra atitude básica é manter o ambiente sempre muito limpo e a grama baixa, caso tenha jardim. Assim não irá juntar maus odores e insetos que podem ter o parasita alojados em si.
Em relação aos cuidados com o cão, é importante escovar seu pelo ao menos duas vezes por semana, e sempre mante-lo limpo. Observe se ele anda se coçando demais ou incomodado com algo no seu pelo, é uma maneira de prevenir parasitas ou identificá-los o mais cedo possível. Há também óleos especiais que podem ser comprados em casas de artigos veterinários, para serem espalhados por todo o pelo do animal, evitando a aproximação de moscas e insetos no geral.
Para quem mora em regiões com grande ocorrência do problema, como sítios e fazendas, realizar periodicamente um controle das moscas Dermatobia Hominis (transmissora da berne) pode ser uma ótima opção. Por meio da pulverização de produtos químicos nas áreas de vivencia do animal, a população de moscas varejeiras diminui consideravelmente, evitando que ela ou outros insetos infectados cheguem perto de você e do seu cachorro.
Existe a opção de usar métodos adicionais de proteção para o seu pet. Como coleiras especiais com repelentes ou substâncias que exercem esta função, como a citronela. Ela fará com que qualquer tipo de mosca ou inseto fique longe do animal e, desta forma, evitando a contaminação.
Ou você pode optar por prevenir usando medicamentos. Eles podem ser dados ao animal para impedir que as larvas da doença consigam entrar e se alojar sob sua pele. É importante lembrar que todo tipo de remédio para animais deve ser devidamente receitado por um médico veterinário.
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Em resumo, fique atento sempre as condições de vida de seu pet e se ele apresenta alguma atitude diferente do normal. Visitas regulares ao médico podem evitar a berne em cachorro ou qualquer outra doença surpresa. Priorize a saúde do seu animalzinho.